Região de interesse

05 November 2015

Javier Heras, director de Infraestructuras e Ingeniería de Comsa Emte en Latinoamérica

Javier Heras, director de Infraestructuras e Ingeniería de Comsa Emte en Latinoamérica

Com mais de um século de experiência, a Comsa Emte é hoje uma das dez principais construtoras espanholas. A companhia, que conta com um grande know-how em infraestrutura, engenharia, serviços, tecnologia, concessões e energias renováveis, baseou parte de seu crescimento na internacionalização, um processo que em menos de 20 anos permitiu sua expansão por todo o mundo e assim estar presenta em cerca de 25 países, conseguindo que quase 50% de suas receitas provenham do exterior.

Um forte foco de expansão para a empresa foi a América Latina, onde conta com atividades na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Uruguai. Durante 2014 a empresa faturou na região cerca de US$182 milhões, posicionando-se entre as 50 principais empresas construtoras da América Latina.

Para saber um pouco mais de sua estratégia de negócios a Construção Latino-Americana (CLA) conversou com Javier Heras, diretor de Infraestruturas e Engenharia da Comsa Emte na América Latina, que falou um pouco sobre as atividades da construtora na região.

Qual a sua estratégia de internacionalização?

Somos um grupo empresarial com mais de 120 anos de história, assegurado por uma longa trajetória e uma ampla experiência. Nesse sentido, no momento de evoluir para novos mercados apostamos em manter nossa marca, já que ela possui uma importante reputação reconhecida internacionalmente. Além disso, colaboramos habitualmente com empresas locais, que contam com uma experiência e um conhecimento do país muito uteis para executar determinados projetos.

Vocês estão analisando novos países?

Desde que começamos a internacionalização da Comsa Emte, em 1994, sempre priorizamos a qualidade dos projetos em vez da quantidade. Por isso não temos como objetivo estar no maior número de países, mas concentrarmos naqueles mercados nos quais possamos aportar nossa experiência no desenvolvimento de infraestruturas e que contem com projetos seguros com índices positivos de rentabilidade.

Quais vantagens você observa na região?

O fato de compartilharmos o mesmo idioma é uma grande vantagem em todos os níveis, as administrações e a adaptação funcionários espanhóis que eventualmente possam ser expatriados. Para uma empresa construtora como a nossa, a América Latina oferece muitas oportunidades de negócio, por tratar-se de uma região com necessidade e vontade de desenvolver e melhorar suas infraestruturas.

Desvantagens?

Uma das dificuldades que se apresentam em alguns países da região é a abundante burocracia no momento de concorrer a uma licitação de obra pública. Uma simplificação dos processos agilizaria o desenvolvimento dos projetos. A instabilidade política de alguns países também condiciona a aposta de qualquer empresa estrangeira por um determinado mercado.

Em quanto aporta sua carteira atual na América Latina?

Nossa carteira na América Latina se situa atualmente em torno de US$250 milhões.

Quais são as principais iniciativas?

Na área das infraestruturas, e graças a nossa alta especialização ferroviária, em 2014 atingimos o mercado ferroviário mexicano e atualmente estamos realizando trabalhos de reabilitação e manutenção na linha 2 do metrô da Cidade do México.

Na Argentina estamos há mais de 20 anos melhorando a rede ferroviária do país, sendo na renovação das linhas Sarmiento e Miltre assim como a construção da variante de Chascomús os nossos projetos mais recentes.

No Brasil construímos três dos quatro trechos da duplicação da ferroviária da linha de ALL Boa Vista – Itaci, no estado de São Paulo, e estamos também finalizando a construção dos estaleiros de São José do Norte no Rio Grande do Sul e há alguns meses iniciamos trabalhos de duplicação na rodovia Régis Bittencourt para Arteris na Serra do Cafezal.

No Peru estamos melhorando os sistemas de água potável e esgoto de Lima e Sicuani, construindo uma nova infraestrutura educativa em Pacasmayo e melhorando a bacia do rio Huancabamba em Cajamarca.

Na Colômbia destaca-se a renovação de diversas rodovias e a construção do terminal Julio Rincón em Santiago de Cali e no Equador o terminal do aeroporto Francisco Orellana.

No que se refere a engenharia, executamos vários projetos elétricos no México, como a IV Fase do Mexicali para a Comissão Federal de Energia, ou o Parque Eólico de Bií Hioxo da Gás Natural Fenosa. No Peru destacam-se os contratos de operações técnicas e comerciais no Norte Chico com Eldelnor, ou a subestação de Moyococha e a linha de distribuição associada para o Grupo Distriluz.

Em engenharia mecânica contamos com uma importante atividade no setor Bio&Pharma, com contratos de construção de plantas farmacêuticas, salas limpas e climatização. Entre eles cabe mencionar as plantas farmacêuticas da Apiter e Megapharma no Uruguai, as salas limpas na planta da Tecnoquímicas em Cali na Colômbia, os sistemas de HVAC na planta da Bayer em Paulínia no Brasil, ou a adequação da planta da Takeda, os laboratórios da Bayer no DF e os laboratórios da Ultra em Guadalajara, ambos no México. Além disso, estamos iniciando no Paraguai uma planta de líquidos estéreis para a Scavone em Assunção.

Nossa atividade na América Latina se centra fundamentalmente na área de infraestruturas, tanto em ferroviárias como rodoviárias, assim como a edificação, obra hidráulica, portuária e aeroportuária. Também contamos com a atividade em diversos âmbitos da engenharia (elétrica, mecânica e sistemas) e pontualmente, acometemos projetos de índole tecnológica centrados no meio ambiente ou na rádio fusão.

Quais são os maiores mercados?

Por volume de atividade, México, Argentina, Brasil e Peru são nesse momento os nossos principais mercados na região, com pouco mais de 77% de nossa produção latino-americana, sendo que o México é o país onde temos maior faturamento.

A região, portanto, representa 10% das receitas...

No ano passado faturamos na América Latina cerca de US$182, em que 65% corresponde ao âmbito de infraestruturas (US$119 milhões) e o restante 35% à área de engenharia. (US$63 milhões).

Para 2015 esperamos resultados com um ligeiro incremento.

Como você avalia 2016?

De cara em 2016 continuaremos com nossa aposta no mercado latino-americano, tratando de contribuir com nossa experiência na melhoria das infraestruturas do continente, com especial interesse nos projetos ferroviários, assim como em outros projetos que tenham um componente tecnológico importante.

Como você enfrenta a desaceleração regional?

A desaceleração econômica que está afetando a América Latina nos obriga a medir bem nossos investimentos e minimizar os riscos. Por isso estamos apostando nos projetos estáveis e seguros que ofereçam garantias, tanto em sua execução como em seus índices de rentabilidade.

Existe a intenção de ampliar as atividades na América Latina?

A Comsa Emte tem interesse de ampliar sua atividade na América Latina de forma sustentável e com projetos estratégicos que nos aportem um valor agregado. Os níveis de investimento em obras públicas que realizem os diferentes governos, o tipo de projetos que se licitem, a evolução dos mercados e o grau de estabilidade política são fatores que condicionarão nossa tomada de decisões.

Fomos uma das primeiras construtoras espanholas a apostar neste mercado (iniciamos as atividades na Argentina em 1994) e estou convencido de que nos próximos anos teremos a oportunidade de aportar nossa experiência no desenvolvimento das infraestruturas da América Latina.

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