Mais um ano de recessão
02 August 2016
Dois anos consecutivos de redução econômica não aconteciam para a América Latina e Caribe há mais de 30 anos. E de acordo com a previsão do Banco Mundial, em seu informa Perspectivas Econômicas Mundiais, a contração econômica da região este ano seria de 1,3%, portanto pior do que o 0,7% negativo que a região amargou no ano passado.
A América do Sul tem o pior deste pacote de horrores, com queda de 2,8% em 2016. Em contraste, a América Central e o Caribe, devido a seus vínculos com os Estados Unidos e a sólidas exportações, verão um crescimento de 2,7% e 2,6% respectivamente.
E por que a América do Sul está em tão profunda crise? Resposta simples: “os desafios domésticos do Brasil e da Venezuela, assim como os ajustes macroeconômicos experimentados pela Argentina, cobraram sua taxa ao crescimento regional”, indica o informe.
Isto, somando-se a outros fatores como a queda do preço das commodities, também provocou que a aversão ao risco se disparasse no início do ano. Apesar disso, as taxas nominais de câmbio e de títulos das dívidas nacionais se recuperaram, e em grande medida já atingiram os níveis verificados no final de 2015.
O ano que vem se projeta melhor, com crescimento de 1,2% para a região, para então entrar em 2018 já sem nenhum país em recessão, e uma expansão regional de 2,1%.
Estas perspectivas algo mais otimistas acontecem em função de uma incerteza um pouco menor nas políticas internas dos países, e à estabilização dos preços das matérias-primas. Além disso, o Banco Mundial adverte que o uso de políticas fiscais expansionistas será limitado, devido aos menores preços das commodities, menores níveis de arrecadação e aumento nos déficits públicos em alguns países.
Analisando a e situação econômica por região, é justo a América do Sul que sustenta esse panorama, por ter depois de dois anos de recessão, projeção de crescimento de 0,5% em 2017, para chegar a 1,8% em 2018. Por sua vez, a América Central e o Caribe ficarão em torno de 3% em 2017 e 2018.
Dívida
Segundo o informe, a dívida como porcentual do PIB aumentou na maioria dos países, sobretudo em moeda estrangeira a longo prazo. O volume de dívida com vencimento em 2017 também cresceu, exercendo pressões adicionais para obter financiamento.
Os níveis de dívida bruta em toda a região passaram de uma média de 51,3% do PIB em 2014 para 58,2%. Novamente, foi a América do Sul onde houve o maior crescimento de dívida pública, com uma alta de oito pontos porcentuais em 2015, enquanto na América Central ela aumentou uma média de quatro pontos.
Mundo
Em nível global, o Banco Mundial prevê um crescimento econômico de 2,4%, levemente inferior aos 2,9% previstos no informe anterior, de janeiro deste ano. Esta porcentagem revelaria o menor crescimento mundial desde a crise de 2009, e uma expansão nula em relação ao ano passado. Isto como consequência do lento crescimento das economias avançadas, dos preços persistentemente baixos dos produtos básicos, o tímido comércio global e à diminuição dos fluxos de capital.