Construção rodoviária: novo mundo

22 April 2020

A entrada da década encontra o mundo em situação um pouco perturbada, devido ao surto de uma pandemia que colocou todo mundo em desordem e forçou uma adaptação. Os negócios de todo tipo agora mantêm rotinas especiais para preservar o mais importante: a vida humana. Mas geram-se impactos econômicos significativos, que por sua vez também afetam negativamente a vida social.

A situação é ruim por qualquer ângulo que se observe, e afeta a todos. E a triste verdade do subdesenvolvimento se faz sentir ainda mais. Países com menor e pior infraestrutura sofrem mais, por falta de equipamentos médicos, menor capacidade de atendimento à saúde, por não produzir medicamentos etc.

Igualmente, se um país tem uma má infraestrutura rodoviária (seja suas estradas, seja em suas ruas urbanas ou vias rurais), isto pode contribuir negativamente para a assistência aos que necessitam de transporte até os hospitais. Essa é a conexão que deveríamos ter em mente sempre entre a infraestrutura física do país e sua possibilidade de prover qualidade de vida nos bons e nos maus momentos.

Infelizmente, na América Latina as realidades continuam sendo mescladas, com grande parte dos territórios ainda desprovidos de vias que ajudem a garantir estes serviços com a rapidez necessária.

O papel da CLA, como meio de comunicação setorial, é apontar as possibilidades que existem para melhorar este contexto e ajudar a promover uma melhor realidade.

Tudo está aí

CAT

A câmera infravermelha mede e controla a temperatura do asfalto em pavimentadoras Caterpillar.

Lamentavelmente, falta uma maior e melhor coordenação entre governos, investidores, empreiteiras e outros atores do processo de construção rodoviária. Sim, porque as tecnologias estão aí, à disposição para resolver as falhas em matéria de rodovias e ruas urbanas. Isto foi demonstrado na última edição da Conexpo, que exibiu por parte dos fabricantes e provedores de soluções para este tipo de obra que eles não param sua evolução tecnológica.

O maior fabricante de máquinas pesadas do mundo, a Caterpillar, mostrou uma interessante novidade para o controle da temperatura de capas asfálticas em suas pavimentadoras. Uma câmera infravermelha que se monta sobre um mastro fixado na parte superior do equipamento e que faz um mapeamento térmico do material recém asfaltado.

A câmera, resultado de uma cooperação industrial entre a Caterpillar e a provedora de tecnologias digitais Trimble, utiliza um sistema GNSS (Global Navigation Satellite System) para dar ao operador uma visão em tempo real da temperatura do pavimento. Se alguma variação indicar que o asfalto pode abrir uma fissura depois da obra, o sistema de mapeamento térmico permite agilizar e/ou corrigir a entrega do asfalto para o canteiro de obras.

O sistema pode ajudar a evitar custosas reparações no pavimento recente. Os dados do sistema de mapeamento térmico são apresentados em uma tela LCD que vai no interior do equipamento junto ao operador. O armazenamento se faz neste dispositivo, mas também em fonte externa.

AMMANN

Arte da nova usina de produção de asfalto da Ammann, a ACP 300 ContiHRT.

O sistema recém lançado na Conexpo não está ainda disponível para todos os mercados, mas de acordo com os executivos da Cat Paving, deverá ser integrado a todas as ofertas regionais da divisão de pavimentação da companhia.

O controle de temperatura do asfalto é o foco de preocupação de outro grande fabricante norte-americano, a Roadtec, uma das empresas do grupo Astec, e que entre sua linha de produtos conta com o veículo de transferência de material conhecido como Shuttle Buggy, máquina que transporta o asfalto da usina até o canteiro de obra. Qual a diferença entre ele e um caminhão convencional? O fato de que o Shuttle Buggy controla a temperatura da massa asfáltica durante o transporte, garantindo que o material chegue à obra em perfeitas condições térmicas para sua aplicação.

Este ano, a Roadtec lançou uma nova versão do equipamento, o SB-3000. Esta nova configuração permite o transporte de até 30 toneladas de asfalto quente. Com isto, a marca afirma que a obra viária pode continuar sem interrupções para realimentar o silo da pavimentadora.

ROADTEC

A nova geração dos ShuttleBuggy da Roadtec tem mais capacidade de carga de asfalto com temperatura mantida.

A produção de asfalto é, obviamente, uma parte fundamental de todo o processo de construção de uma via que utilize pavimento flexível. A suíça Ammann é uma especialista de usinas de asfalto de grandes tonelagens, tanto em modelos contrafluxo como gravimétricas. Sua mais recente oferta neste segmento de produto é a Ammann ACP 300 ContiHRT, uma usina contínua que por contar com sistema de pré-aquecimento do material pode reduzir o consumo de combustível e as emissões de gás.

Além disso, a tecnologia da ACP 300 ContiHRT permite a utilização de até 60% de RAP (pavimento asfáltico reciclado, na sigla em inglês). Outra característica interessante do modelo apresentado pela empresa suíça é o sistema Ammlub, que lubrifica automaticamente os pontos fundamentais da usina, economizando mão de obra e tempo.

Pavimento rígido

Embora os pavimentos de concreto ainda sejam uma opção minoritária nos projetos rodoviários na América Latina, o setor não está parado na evolução tecnológica. Um exemplo histórico disto é a GOMACO, uma fabricante norte-americana que nunca deixa de inovar, como ficou novamente comprovado na Conexpo.

GOMACO

Inovação constante é a marca da GOMACO, que lançou o GP360 multiplicando as funções do GP3.

Sua máquina pavimentadora slipform GP3 de duas esteiras laterais recebeu uma inovação extremamente interessante: uma correia transportadora de 1.524 milímetros para alimentar a pavimentação com concreto recebido da betoneira. A correia pode ser instalada em ambos os lados do equipamento, e permite uma versatilidade muito mais interessante ao trabalho, deixando de exigir a proximidade entre a betoneira e o pavimentador. O modelo recebeu o nome de GP360, e agora acumula as funções de um pavimentador de concreto com a de um colocador e espalhador do material.

Como todos os demais pavimentadores de concreto da GOMACO lançados nos últimos anos, este novo modelo conta com o sistema de controle digital G+, que recebe informação de sensores em todo o equipamento e produz um guia em 3D da operação.

Fresagem

Quando se trata da reparação de vias asfálticas através da aplicação de um rotor com pontas metálicas que retiram e desagregam o asfalto, um fabricante se destaca. É a Wirtgen, tradicional marca alemã que lidera o mercado mundial de fresadoras e que há cerca de dois anos foi adquirida pela John Deere.

WIRTGEN

As novas fresadoras W 220 Fi e W 250 Fi da Wirtgen completam a Série F da Wirtgen.

Na Conexpo, a Wirtgen apresentou dois modelos de sua série F de fresadoras inteligentes, a W 220 Fi e a W250 Fi.

Ambos os modelos são de grande magnitude e têm muita capacidade de fresagem em profundidade, podendo remover até 350 milímetros de asfalto, o que lhes habilita para aplicações que vão desde a remoção completa de um pavimento até uma fresagem superficial.

Assim como os demais equipamentos da Série F de fresadoras inteligentes da Wirtgen, estes dois novos modelos têm de fábrica o sistema Mill Assist, que permite um maior rendimento e eficácia do equipamento. O Mill Assist promete gerar economias de combustível e água, e também alongar a vida útil dos bits (as pontas metálicas) do rotor.

Além disso, o operador ode usar o Mill Assist para pré-definir um parâmetro de trabalho. As opções são Otimização por custo, Otimização por desempenho e Otimização por qualidade de fresagem. Esta última oferece uma escala de 1 a 10, em que 1 é fresagem pesada e 10 fresagem fina.

 Dynapac e seu controle MatManager

A fabricante de equipamentos rodoviários Dynapac apresentou em 2019 um sistema de controle para vibroacabadoras da marca. O MatManager é um controle digital por meio de sensores que administra com precisão o consumo real de asfalto em uma operação.

Através de sensores, se sabe exatamente quanto asfalto vai em cada centímetro da operação, evitando perdas ou desníveis por falta de material. Além disso, o sistema permite calcular a distância e o tempo restante até a necessidade de renovar a carga de asfalto no silo frontal, a temperatura do material, velocidade e frequência da barra tamper por metro e por minuto (assim como também pela velocidade do equipamento), dados meteorológicos do ambiente e mapeamento do trabalho com registro de dados obtidos por um GPS, que podem ser armazenados para consulta futura.

Com o MatManager, a Dynapac quer oferecer aos empresários de construção uma opção para consumir somente o asfalto necessário, no menor tempo possível, e com o melhor nível de qualidade. 

New Holland entra no jogo

NEW HOLLAND

Tambor frontal com espessura de 32 milímetros mostra a força do V110.

O tradicional fabricante de máquinas de linha amarela New Holland tem uma linha de rolos compactadores, que na América Latina vai se expandir com o lançamento do rolo para solos V110.

O modelo terá o tambor dianteiro de pé de carneiro com 32 milímetros de espessura, que a New Holland afirma ser o mais espesso da categoria. Mas haverá a opção de um tambor de 25 milímetros. O equipamento tem duas frequências do tambor (31 e 34 hz) e duas amplitudes de vibração (0,8mm e 1,8mm).

Com cabine aberta ou fechada, mas sempre com certificação ROPS/FOPS, o rolo da New Holland tem motor FPT S8000 de 3,9 litros turboalimentado, e transmissão hidrostática.

Com o peso operacional extra produzido por seu robusto tambor frontal, o V110 da New Holland está pensado para compactações de solos convencionais ou casos especiais, como solos inclinados e aterramentos sanitários.

O V110 teve seu pré-lançamento em 2019, e deverá chegar aos mercados da América Latina depois que terminar o problema da pandemia.

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