Competitividade e pavimentos

14 January 2020

power curbers

Pessoal recebendo treinamento para a operação de uma pavimentadora. 

Em sua última versão, o Índice de Competitividade Global (IGC) 4.0, do Fórum Econômico Mundial, redefiniu as pautas para avaliar os determinantes de crescimento econômico de longo prazo, a capacidade para se adaptar ao processo de mudanças da 4ª Revolução Industrial, as novas formas de inovar e a integração de medidas repensadas como resposta às afetações pelas crises financeiras globais. 

O IGC está composto por 12 pilares, agrupados em quatro segmentos: Ambiente Adequado, Capital Humano, Mercados e Sistemas de Inovação. No segmento Ambiente Adequado, encontra-se a Infraestrutura, que contém 12 variáveis. Uma destas variáveis é a Conectividade da Malha Rodoviária, medida da velocidade média entre 10 ou mais cidades importantes na economia. Além disso, compara quilômetros de travessia em veículo versus distância em linha reta. Em sua qualificação de qualidade de rodovias, 1 é a mais baixa e 7 a mais alta. 

Vale mencionar que o Chile é o primeiro país do ranking na América Latina, com a posição número 33 entre 144 países avaliados. Como referência, o primeiro país do ranking IGC é Cingapura, com qualificação de 6,5 em Conectividade da Malha Viária, seguido de Estados Unidos, com qualificação de 5,5 neste quesito. 

COMPETITIVIDADE E MAQUINÁRIO 

Como se junta o tema do Índice de Competitividade Global com o mundo dos pavimentos e o maquinário de construção que nos compete? A maioria dos fabricantes de maquinário para rodovias foram fundados desenhando um produto inovador com a finalidade de aumentar a produtividade. Os primeiros equipamentos se acionavam com cabos e correias, depois se passou a acioná-los por meio de sistemas hidráulicos com alavancas. Posteriormente, apareceram as válvulas solenoides, que trocaram o sinal elétrico pelo hidráulico, facilitando a operação do equipamento, e atualmente se usam sistemas CAN BUS em que se integram todas as funções da máquina, o que facilita design e operação. Tudo isto significa que os novos equipamentos vão ficando mais caros; porém, há um reconhecido aumento em sua produtividade. 

Há outro fator muito importante no IGC no segmento de Capital Humano, que é Educação e Habilidades. O nosso setor é de suma importância, para que máquinas sejam corretamente operadas e mantidas, é preciso contar com operadores bem preparados, que entendam os fundamentos das máquinas e os processos construtivos corretos. Muitos dos operadores aprenderam olhando colegas, e lamentavelmente assim se passaram alguns vícios de operação, que não são fáceis de mudar. 

Power Curber 5700-D 1

A Power Curbers anunciou a próxima geração de seu equipamento ícone, a 5700 D

Outro tema importante é que, no caso de alguns equipamentos de pavimentação, existe um operador e alguns ajudantes, que nos EUA se chamam de groundman, devido a que andam a pé seguindo a máquina. Estes ajudantes muitas vezes não recebem o treinamento e reconhecimento que deveriam ter. Enquanto seu salário é usualmente menos da metade do operador do equipamento, nos Estados Unidos ele chega a ser 75% do salário do operador, já que suas tarefas de supervisão e correção constante da construção são de vital importância para construir pavimentos da mais alta qualidade, o que se traduzirá em um menor índice de regularidade inicial, e menores custos de manutenção, aumentando a produtividade do trem de pavimentação e da própria via. 

Outro tema também está ligado com o rendimento dos pavimentos, é o efeito da produtividade do processo construtivo e duração dos pavimentos no avanço diário da obra. Muitas das usinas são desenhadas para uma produção efetiva de 80 t/h, ou seja, para preencher três caminhões com caçamba de 15m3 por hora, aproximadamente. Já nos Estados Unidos, as usinas são localizadas perto da obra e têm capacidade de 250 t/h ou mais, o que permite diminuir o tempo de transporte das misturas de asfalto ou concreto e aumentar a velocidade do trem de pavimentação, sem perda de qualidade. Está comprovado que as paradas e mudanças na velocidade das pavimentadoras afetam a regularidade do pavimento, e portanto, reduzem o conforto e aumentam os custos de manutenção. O uso de equipamentos de maior rendimento, ainda que pareça ao contrário, faz com que os custos por tonelada colocada caiam. Além disso, o custo dos equipamentos não guarda relação direta com a capacidade de produção. Muitas vezes a diferença de 25% entre a capacidade de uma usina ou equipamento não necessariamente se traduz em uma diferença de preço similar, sendo na verdade maior. 

PLANEJAMENTO 

As entidades governamentais devem planejar os projetos rodoviários de maior envergadura com perspectiva de longo prazo, pois desta forma os empreiteiros poderão adquirir equipamentos de mais capacidade, e conseguirão ter uma maior produtividade por meio de processos construtivos contínuos, reduzindo as paradas ou limitação na produção diária. As vias assim terão mais vida útil, podendo-se economizar recursos de manutenção viária por falhas prematuras em novas rodovias ou ruas, o que fará aumentar nosso Índice de Competitividade Global. 

Paul Lavaud é gerente de vendas internacionais da Power Curbers & Power Pavers.

BOLETIM
Entregue diretamente na sua caixa de entrada, o Informativo Semanal da Construção traz a seleção das últimas notícias, lançamentos de produtos, reportagens e muito mais informações sobre o setor de infraestrutura na América Latina e no mundo.
CONECTAR-SE COM A EQUIPE
Cristian Peters
Cristián Peters Editor Tel: +56 977987493 E-mail: cristiá[email protected]
Simon Kelly Gerente de vendas Tel: 44 (0) 1892 786223 E-mail: [email protected]
CONECTAR-SE COM A MÍDIA SOCIAL