Reestruturação e internacionalização

03 August 2018

A chilena Sigdo Koppers aposta numa reestruturação interna para afiançar sua posição no estrangeiro. 

A empresa chilena Sigdo Koppers e sua área de Engenharia e Construção (ICSK), estão entrando cada dia mais fundo no desenvolvimento de projetos de engenharia no Chile e no restante da América Latina.

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A companhia está desenvolvendo projetos de mineração, transmissão de energia, petróleo e gás, e infraestrutura.

Com o objetivo de prover ao cliente todos os serviços da cadeia de valor dos projetos que executa, em outubro de 2016 a ICSK adquiriu a empresa Dessau Chile. “A decisão de incorporar esta empresa de engenharia busca fortalecer nossa capacidade de execução de projetos EPC e entregar um serviço integral aos nossos clientes, inclusive desde a etapa de pré-viabilidade técnica. Por outro lado, a Dessau tem sua trajetória vinculada à experiência da Endesa e Ingendesa, o que a coloca como uma das empresas mais sólidas nesta área”, afirmou Mauricio Castillo, diretor comercial da ICSK, em entrevista à imprensa chilena.

Desta forma, a empresa hoje tem cinco filiais (SK Industrial, Comsa, Dessau, SK Capacitación e SK Montajes e Instalaciones), que lhe permitem prestar serviços integrais em engenharia, construção, montagem eletromecânica, gestão de fornecedores, transporte e logística.

A importância da empresa na construção chilena é evidente, o que se pode confirmar com um único dado: no final de 2017, a companhia havia participado de 40% da geração de energia no país, levantando mais de 6.000 quilômetros de linhas de transmissão.

Embora vários empresários e especialistas avaliaram 2017 como um ano com baixo nível de investimento no Chile, segundo comenta Pablo Peñaranda, subgerente de Desenvolvimento de Negócios, “não deixamos de fechar contratos importantes, e já se veem sinais de recuperação econômica para finais de 2018”. O executivo aponta, precisamente, o Chile como local para investir. “O Chile tem estabilidade política, tem uma indústria de construção séria, inovou em técnicas de construção e além disso conta com normativa exigente e respeitada em nível internacional”, afirma.

De fato, um dos principais projetos da ICSK em 2017 foi o sistema de transmissão Mejillones – Cardones, que une os sistemas Interconectado Central (SIC) e Norte Grande (SING) do Chile. “Finalizamos este contrato dentro do orçamento e prazos comprometidos. A importância do projeto, além de sua relevância histórica, radica na complexidade de uma linha de 500 kV com 600 quilômetros de extensão, no valor do contrato (NE: o custo total é de cerca de US$ 830 milhões) e na sua condição de EPC”, afirma Peñaranda.

Internacionalização

Com um mercado nacional ‘cativo’, as apostas têm ido no sentido da internacionalização. No ano de 2016, a ICSK venceu cinco concorrências no Brasil, que somaram mais de 1.400 quilômetros de linhas de transmissão, de 500 kV e 800 kV. “A engenharia está pronta, e agora estão sendo iniciadas as obras civis. Além disso, estamos estudando participar na licitação de outros 1.700 quilômetros de linhas naquele país”, comenta Peñaranda.

Na Colômbia, por sua parte, a companhia chilena venceu em julho de 2017 a concorrência da central termoelétrica Termonorte, localizada em Santa Marta, ao norte do país.

“Atualmente, estamos buscando consolidar nosso processo de internacionalização, pelo que o principal desafio é certamente afiançar a presença da ICSK no Brasil, Colômbia e Peru; além de voltar a realizar trabalhos na Argentina”, diz o executivo. “Nesta linha, nos interessa participar no processo de integração regional através de projetos de infraestrutura rodoviária, portuária e de interconexão de sistemas de transmissão elétrica”.

Vale recordar que a ICSK, junto às companhias CRTG e Benito Roggio, está pré-qualificada para participar do projeto binacional Túnel Agua Negra, que conectará Chile com Argentina na altura da região de Coquimbo, cerca de 500 km ao norte da capital Santiago.

Reestruturação

A empresa, como é de se esperar e pelas expectativas que existem no Chile e em toda a região, está desenvolvendo “projetos de mineração, transmissão de energia, celulose, petróleo e gás, e infraestrutura; o que se traduz num backlog que se estenderá até 2020”, assegura Peñaranda. Neste sentido, o executivo sustenta que para responder as demandas de clientes e contratos EPC, “estamos constantemente renovando nossa frota para manter um alto nível de eficiência; por exemplo, recentemente adquirimos nove guindastes, dois deles de alta tonelagem”

A eficiência não fica resumida a ter novas e melhores máquinas, mas também se revela no lado dos operadores, e procedimentos associados. “Nossa principal preocupação é contar com mão de obra qualificada, em função sito investimos anualmente em programas de certificação de mão de obra, tarefa na qual fomos pioneiros no Chile. Contamos com uma empresa de capacitação, a SK Capacitación, que possui o conhecimento da indústria e é responsável por formar as capacidades do nosso pessoal. Também realizamos certificações para riggers e operadores. Neste último caso, utilizamos nosso simulador de treinamento e qualificação de operadores de guindastes”, relata o executivo.

A companhia reorganizou suas áreas de negócios em 2017, de maneira a melhorar sua eficiência, evitar a duplicidade de tarefas e se orientar às necessidades dos clientes.

“Hoje contamos com filiais de Engenharia (Dessau), que aborda projetos de média escala, assim como de áreas marítimas e portuárias (SK Comsa), manutenção de ativos produtivos (SK Industrial) e operações diretas no Peru, Brasil, Colômbia e Argentina. Neste sentido, creio que o Brasil é o que representa os maiores desafios, basicamente por seu tamanho geografia, complexidade para operar e pela envergadura dos projetos que se desenvolvem”.

Para o futuro, o executivo enumera várias linhas de negócio que se querem desenvolver ou potencializar, entre as quais se destacam: a aquisição de contratos BOT e aumentar o número de projetos EPC. “Também queremos ser um ator relevante no âmbito do desenvolvimento sustentável, potencializando nossa participação em projetos de energia renovável não convencional; além disso estamos implementando um ambicioso projeto de inovação e desenvolvimento tecnológico com horizonte de dois anos, que inclui aplicativos de inteligência artificial, digitalização da construção, acompanhamento e rastreabilidade, entre outros sistemas”.

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