As consequências do desastre em Brumadinho

Depois do trágico acidente com a barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho, dez outras barragens similares já estão na lista de depósitos com potencial de rompimento em algum momento no futuro.

A mineradora afirma que não há risco iminente de rompimento em nenhum dos dez casos, mas a lista é uma resposta ao acidente tanto da parte da empresa como da parte das autoridades. A onda de rejeitos deixou uma quantidade de 165 mortos até o momento, e um número ainda maior de desaparecidos, entre eles pessoas que talvez jamais sejam encontradas.

A barragem da Brumadinho, que era parte da mina Córrego do Feijão, estava inativa desde 2016, mas se rompeu há menos de um mês, deixando além de um extenso dano humano a contaminação do rio Paraopeba.

Muitos questionamentos são levantados a respeito dos padrões de segurança da Vale, não só pelo caso de Brumadinho, mas também porque a Vale era sócia da Samarco, responsável pelo outro grande acidente com barragem de rejeitos de mineração em Minas, o de Mariana em 2015.

Após o acidente, a mineradora anunciou uma série de ações de compensação financeira, ambiental e social aos afetados. Mais de R$ 10 bilhões de seus bens foram bloqueados, e vários projetos de barragem à montante (como a de Brumadinho) estão sendo descomissionados.

Mas a responsabilização dos executivos pode ser ainda mais dramática, dado que as investigações já encontraram evidências de que a alta direção da Vale conhecia a situação de Brumadinho e pode ter sido negligente. Dois engenheiros que assinaram um laudo técnico aprovando a segurança da barragem foram presos (e depois soltos); enquanto estavam presos afirmaram que a Vale não seguiu as mais recentes recomendações de segurança, deixando a barragem como estava.

A Comissão de Valores Mobiliários já solicitou investigação sobre os executivos. Se o Ministério Público decidir processar os executivos, existe a possibilidade de prisão dos altos executivos da mineradora.