Uma Liebherr LB 24-270 debuta no México

A recém-formada divisão de geotécnica da Mota-Engil do México recebeu uma plataforma de perfuração rotativa Liebherr LB 24-270 da Liebherr México para proporcionar o método principal de perfuração de estacas para a rodovia Cardel-Poza Rica, de 129 km. Além disso, a Mota-Engil comprou um oscilador Liebherr para facilitar a instalação das camisas metálicas para as estacas de concreto.

A Mota-Engil México é a unidade mexicana da maior empresa construtora de Portugal, a Mota-Engil SGPS AS, e opera nos setores de transporte, portos, logística e gestão de resíduos. Chefe de Fundações da divisão de Geotecnia no México, Pedro Gegorio explica que “as plataformas de perfuração rotativas da Liebherr ainda não são conhecidas no México, mas nossa empresa trabalhou extensamente com elas em Portugal, e quando abrimos a divisão de geotecnia decidimos que usaríamos uma máquina Liebherr para fazer uma diferença entre nós e a concorrência. Esta é a primeira vez que se usa uma plataforma de perfuração rotativa Liebherr e um oscilador no México”.

O projeto

A Mota-Engil encabeça um consórcio que foi venceu a licitação da concessão da rodovia Cardel-Poza Rica, por um valor próximo a US$ 269 milhões. A concessão de 30 anos abarca a construção e operação de um trecho de 129 quilômetros entre as localidades de Laguna Verde e Gutierrez Zamora.

O desenho da estrada cumpre com os requisitos para duas pistas de mão dupla, com uma reserva central, e um limite de velocidade de 110 km/h. O desenho estrutural e das fundações inclui 16 passagens sob viadutos, 22 vias elevadas, 20 pontes e sete vias de acesso para a produção agrícola, tudo com uma diversidade de fundações segundo as necessidades geotécnicas e sendo as superestruturas essencialmente pré-fabricadas para cumprir com os prazos de construção.

Segundo Gregorio, embora o solo ao longo da rota seja variado, é principalmente de rocha solta, especialmente na área do rio onde se estão construindo a maioria das pontes. “Por isso compramos o oscilador”, diz. “Estamos perfurando até uma profundidade máxima de 37 metros de diâmetro com estacas de 1,5m, 1,2, e 1m. Estas rochas soltas do rio se encontram a profundidades de 20 ou 30 metros, e não têm coesão. Sem a instalação de uma carcaça de aço, a perfuração poderia facilmente colapsar. De maneira que estamos perfurando para baixo, enquanto simultaneamente usando o oscilador para instalar a camisa de aço em longitudes de três metros”, detalhou.

“Se tivéssemos utilizado uma subcontratada, não teriam tido o equipamento e não teriam podido realizar o trabalho desta maneira. Teriam usado bentonita ou polímero líquido para tentar estabilizar a rocha, mas isso não seria satisfatório e não teríamos tido um bom resultado ao final. A qualidade teria sido muito limitada”, afirma.

O equipamento de geotécnica está trabalhando em dois turnos ao dia. O executivo comenta que são necessários dois turnos, ou um dia, para perfurar os 37 metros de profundidade e levantar na jaula de reforço de aço, ao instalar uma estaca de 1,5 metro. Leva meio dia mais para terminar a concretagem.

“Todas as camisas são movidas com o oscilador, e a máquina só tem que perfurar”, indica. “O oscilador tem a força necessária para inserir a carcaça e depois tirá-la de novo quando se verte o concreto. Tanto a trado rotativo como o oscilador são controlados pelo operador a partir de sua cabine. De forma que só necessitamos dois operadores, que foram treinados pela Liebherr México”.

A Liebherr LB 24-270 está projetada para a instalação de diferentes estacas de fundações, e inclui perfurações de barra Kelly, e diversos outros métodos de perfuração contínua com duplo cabeçal giratório e ferramentas com deslocamento parcial ou total. A profundidade máxima de perfuração é de 58 metros, e o diâmetro máximo da estaca é de 1,9m.