Smart.con e a revolução da indústria

O evento reuniu líderes em inovação e tecnologia na construção civil para discutir tendências e melhores práticas para o setor.

Em dois dias repletos de experts do setor, empresas líderes do mercado e muita inovação, a primeira edição da Smart.con que aconteceu nos dias 5 e 6 de julho, trouxe à tona temas como tecnologia, robótica, Big Data, inteligência artificial, Building Information Modeling (BIM), modificação e agilidade de processos e produção, redução de custos e uma gama de informações pertinentes e necessárias à evolução da categoria e muitos outros debates.

Assuntos como engenharia, infraestrutura, real estate, e rental e a revolução advinda das novas tecnologias e eminente necessidade de adaptação, compuseram 38 horas de conteúdo em 80 painéis simultâneos com centenas de participantes, onde o evento se adaptou ao momento vivido e foi assim, 100% digital.

Em versão totalmente on-line, congressistas puderam acompanhar debates, palestras e apresentações

A tecnologia influenciou a humanidade e sem esse avanço tecnológico, estaríamos nos primórdios da história e não seria exorbitante, nem imprudente dizer que, no cenário virtual, a IA assume a primazia em relação ao homem nos seus processos cotidianos, no geral.

Com a indústria não foi e não será diferente. O surgimento da “Indústria 4.0” (resultado da chegada do século XXI e do desenvolvimento crescente de novas tecnologias), deu-se graças à um novo patamar que promete elevar a eficiência dos sistemas de produção ao torná-los cada vez mais autônomos, engenhosos e customizáveis.

Conexão e Integração:

Para os profissionais, essa proliferação de dispositivos inteligentes, suas inovações tecnológicas tendem a automatizar etapas e processos, este é o caminho natural para aumentar a competitividade e a produtividade do setor da indústria de maneira arrebatadora.

Afonso Mamede, presidente de Sobratema. Afonso Mamede, presidente de Sobratema.

Ou seja: máquinas que abrem espaço para transformações em âmbito econômico, mais competitividade entre os negócios e um novo papel dos profissionais. A ‘supremacia das macrotendências globais deve interferir no setor da construção e o crescimento demográfico acarreta diretamente em obras de infraestrutura e moradia, sendo assim, a automação e a industrialização poderão ajudar a suprir a grande demanda que está por vir’, pontuou Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.

“Todo o conhecimento gerado, certamente, estimulará a adoção de novas tecnologias nas áreas de engenharia, rental, infraestrutura e real estate, resultando nos desenvolvimentos das respectivas cadeias produtivas e maior eficiência, rentabilidade e produtividade para as empresas, além de outros benefícios como a redução de custos e mais ações voltadas à sustentabilidade ambiental”, acrescentou o presidente da Sobratema.

A coleta e integração de dados de equipamentos e linhas de produção que permitem análises completas e rápida detecção e solução de um problema x ou y foi assunto de muitas mediações no evento.

Visibilidade e Flexibilidade:

Em pauta, o uso de equipamentos desenvolvidos para executar atividades cada vez mais complexas, analisar uma grande quantidade de dados em alta velocidade e até “conversar” entre si. Cria-se então uma “conexão”, estabelecendo redes autossuficientes na cadeia de produção, identificando falhas, prevendo manutenções, entre outras funções.

Rolf Pickert, director general de Messe Muenchen do Brasil. Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil.

“É importante a discussão sobre as mais avançadas tecnologias e processos utilizados e o que há por vir para evolução da construção civil no Brasil”, argumenta Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil.

Parece roteiro de filme realizar manutenção preditiva online, além de insights, simulações e combinações de setpoints para uma fábrica funcionar cada vez mais otimizada, por exemplo. Ou poder gerenciar energia, combinar hardware e software para integrar desde o desenho de uma obra até a segurança dos trabalhadores, fazendo do processo algo mais eficaz e assertivo. Mas não é. É realidade e tal se apresenta cada vez mais contundente ao setor.

Rodrigo Navarro, presidente de Abramat. Rodrigo Navarro, presidente de Abramat.

“Fico feliz de ver a construção civil, assim como outras indústrias, acompanhou as inovações e necessidades mais abrangestes de automatização e desenvolvimentos.”, avaliou o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro.

Conversão e adequação:

A ‘Transformação da Indústria 4.0’ é o reflexo das mudanças sofridas em tal área e vem para atender as demandas desse novo mercado, destacado por sistemas de produção mais eficientes, inteligentes e projetados, pensando também na sustentabilidade ambiental, com uso de energias renováveis, por exemplo.

“Um ponto muito importante e que estamos apoiando é a capacitação do BIM, com cursos gratuitos porque a capacitação é a chave para funcionar. Há muito o que fazer e juntos podemos trabalhar para que esse grande pilar que é a construção civil se fortaleça e supere qualquer dificuldade.”, complementou Navarro.

As empresas puderam falar com pouco de si e como estão, de maneira árdua e consistente, se preparando para novos tempos e as demandas advindas da modernidade. Aliados a isso, como adquirir capacidade de construir um planejamento bem estruturado e colocá-lo em prática com sucesso a partir de um cronograma preestabelecido e de acordo com os objetivos que a empresa deseja conquistar.

Sistemas e Ferramentas:

O Building Information Modeling (BIM), teve lugar de destaque no primeiro dia, e em como a modelagem com o conceito trabalha com modelos 3D mais fáceis de assimilar e mais fiéis ao produto final.

Já o Plano de Execução BIM (BEP – BIM Execution Plan) é o documento que define o cronograma, os parâmetros mínimos de cada objeto, o nível de detalhamento de cada etapa (LOD), o padrão de nomenclaturas, os pontos de referência e muito mais. Ou seja, todas as diretrizes do processo BIM. Foi possível também saber um pouco mais sobre arquivo IFC – Industry Foundation Classes: a linguagem internacional dos arquivos digitais do BIM. Ele possibilita a comunicação entre as diferentes ferramentas, de forma que todos os envolvidos na construção possam trabalhar no mesmo projeto sem depender de um único software.

Outro ponto debatido foi o Manufacturing Execution Systems, ou simplesmente MES: o termo usado para designar os sistemas focados no gerenciamento das atividades de produção e que estabelecem uma ligação direta entre o planejamento e o chão de fábrica. Geram assim informações precisas e em tempo real que promovem a otimização de todas as etapas da produção.

Mas discorreu-se muito também que apesar do famigerado uso de inovação, faz-se necessário atentar igualmente ao valor e fator humano.

“Estamos vendo uma forte tendencia em empreendedorismo e projetos, somos um país cheio de oportunidades e inovação e isso é dinheiro no caixa, é conhecimento, riqueza local daqui para o mundo. Vamos exportar alta tecnologia porque isso nos gerará riqueza. Conhecimento gerará riqueza. A tecnologia está cada vez mais disponível e vamos fazer a diferença em pareceria com o governo, empresas e centros de pesquisa.”, avaliou o professor Dr. José Augusto Pereira Brito, Diretor Executivo do MackGraphe, Mackenzie.

Desafios e Impactos:

Sustentabilidade, logística reversa, economia circular, modelo de negócios, novas gerações, destino de resíduos permearam debates do segundo dia.

“As empresas prestam cada vez mais atenção ao impacto de novas matérias primas, novas extrações, regulação da economia circular no Brasil e como passar a imagem certa, alinhada com as certificações, com a sustentabilidade são essenciais hoje em dia.”, avaliou Fabricio Soler, Sócio da Felsberg Advogados e um dos moderadores.

No viés da sustentabilidade, quanto mais tempo em casa, mais reconhecimento sobre as construções certificadas. Um fenômeno mercadológico brusco que ganha gana à medida que as demandas mudam vertiginosamente.

Muito se falou sobre as Certificações (ESG - Ambiental, Social e de Governança – ASG, em português), e a urgência das empresas na inclusão de temas que garantam sua sustentabilidade e permanência de forma regenerativa, contribuindo conjuntamente com o planeta.

“Certificação com credibilidade atesta que há realmente sustentabilidade envolvida e pode haver confiança numa aquisição.”, revelou Luiz Henrique Ferreira, CEO da Inovatech Engenharia.

AI:

Especialistas da área puderam dar um panorama de como a tecnologia artificial agrega valor no processo de produção, validando e testando no ambiente industrial a assertividade sem desperdício, integradas à cyber segurança e voltada às redes privadas e públicas.

Em uma versão totalmente online, os participantes puderam acompanhar as discussões, palestras e apresentações.

“A tecnologia 5G veio para ficar, para agregar valor, automação, sensores e dados que habilitam e geram produtividade e eficiência, que tornam muitas soluções viáveis num processo de movimentação, por exemplo.”, relata Bruno Araújo de Sousa, Gestor de Inovação, Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica.

Dispositivos ‘Wearables’ usados até nos canteiros de obras, sapatos que detectam quedas, choques e geolocalização. Capacetes inteligentes com sensores, óculos de realidade aumentada (3D), dispositivo de controle de queda e de prevenção de “sono – cochilada” que também causa acidentes, coletes com detectores de gases prejudiciais.

“Hoje pesquisas mostram que o Brasil pode movimentar até 200 bilhões de dólares por conta de soluções com conectividade e isso representa algo de muito valor e volume de movimentação. Hoje 2 dispositivos conectados para cada pessoa no planeta, são mais dispositivos que pessoas. É a era da transformação, e na construção, a indústria não foge à regra. Gestão de fontes energéticas de uma construção, por exemplo, com drones que checam falhas, evoluções nas obras, com contratos inteligentes e muitas possibilidades que somente a conectividade pode gerar.”, acrescenta ele.

A próxima edição do evento foi confirmada e será realizada de 25 a 26 de abril de 2022, no Expo Center Norte, de forma presencial e com transmissão online.

Bruno Araújo de Sousa Bruno Araújo de Sousa, gerente de inovação do Instituto Senai de Tecnologia para Usinagem.
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