Setor da construção registra 15% a mais em vendas no acumulado do ano
23 November 2021
O relatório Senior Index, que apresenta ao mercado informações relevantes sobre o cenário econômico em diversas áreas revelou que setor se mantém otimista para fechar 2021 em alta.
Fatores como a combinação de juros abaixo da média - que se manteve em boa parte de 2021 - e da continuação do home office - que fez com que as famílias passassem a sonhar ainda mais com a casa própria - contribuíram para que o ano de 2021 mantivesse um saldo animador nas vendas do setor da construção.
De janeiro a setembro, houve um aumento de 15% nas vendas de imóveis em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Senior Index, relatório da Senior Sistemas que acompanha indicadores de mercado.
Considera-se uma amostragem de mais de mais de 1700 empreendimentos, dos mais variados padrões - médio e alto padrão e Casa Verde e Amarela (antigo MCMV) - atendidos pela Senior Sistemas em diversos estados do Brasil.
Entre os estados que apresentaram os maiores índices de compra de imóveis no acumulado do ano estão: Distrito Federal (61%), Paraná (43%), Minas Gerais (22%), Santa Catarina (16%), São Paulo (11%) e Goiás (11%).
Taxa Selic retornando a um índice mais real e inflação, contribui para pequena queda nos índices de vendas no 3º trimestre.
Apesar do acumulado do ano apresentar um índice positivo, o terceiro trimestre de 2021 registrou uma baixa nas vendas do setor. Entre os meses de julho e setembro, houve uma queda de 14%, na comparação com o mesmo período de 2020.
Alguns fatores podem ter contribuído para esse cenário dos últimos três meses. Um ponto importante a ser considerado é que o ano de 2020 registrou um saldo bem positivo em vendas. Mesmo com a pandemia, a construção não parou no período.
De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o mês de setembro do ano passado registrou um aumento de 13,5% nas vendas habitacionais quando comparado ao mesmo período de 2019.
Segundo o levantamento, foi o melhor resultado mensal do indicador Abrainc/Fipe desde maio de 2014. Entre outros fatores, esse cenário foi favorecido pela queda histórica da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, que saiu de 6,5% em agosto de 2019 e alcançou 2% em 2020.
A Selic vem sendo ajustada gradativamente para patamares mais reais. De acordo com um documento elaborado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), a previsão é que até dezembro esse índice chegue a cerca de 7%.
“Como houve um ‘boom’ de vendas nos últimos meses, é esperado que aconteça esse ajuste na comercialização de imóveis até que parâmetros mais tradicionais sejam atingidos”, explica o Head de Construção da Senior Sistemas, Cleber Francischini.
Outro fator que pode ter contribuído para essa queda é a alta da inflação. O setor da construção possui um indicador para medir a variação dos custos das obras, que é o Índice Nacional da Construção Civil, conhecido como INCC.
“Esse índice é muito utilizado pelas incorporadoras para corrigir o preço dos imóveis comprados na planta. Os materiais de construção fazem parte dos itens que são medidos através do índice do INCC, assim como a mão de obra do setor. Com a inflação em alta, os materiais de construção também sofrem reajustes, que, por consequência, são repassados ao comprador do imóvel”, destaca Francischini.
Otimismo
Apesar desse terceiro trimestre, o setor da construção está otimista em fechar 2021 com saldo positivo em número de vendas, visto que no acumulado o resultado está dentro do previsto. Um estudo realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), projeta um crescimento de 4% para o setor este ano.
Sobre o Senior Index
O Senior Index é um relatório que tem como objetivo acompanhar indicadores de mercado nos diversos segmentos em que a Senior atua. A pesquisa utiliza-se de técnicas de análise de dados e também do Data Lake da empresa, com informações anônimas de clientes que aceitaram compartilhar dados dos seus negócios.