Sem sair de casa

01 December 2011

Complejos residenciales

Complejos residenciales

É um fato. O estresse da vida atual, junto com a insegurança e a falta de tempo em família, condições que se apresentam principalmente nas grandes metrópoles, fazem com que as pessoas procurem obter uma melhor qualidade de vida. Mas não sempre sair das grandes cidades e do caos citadino é parte da solução.

Precisamente para resolver esse problema é que, em muitas das cidades da América Latina, teve início a construção de um tipo de projeto que tem despertado grande interesse: os complexos residenciais mistos. Essas construções buscam reunir casas, escritórios, comércios e até recintos educacionais em uma mesma área, tudo para poder oferecer mais qualidade de vida. No Brasil, a ideia dos complexos residenciais mistos existe há anos, porém foi nos últimos tempos que se viu uma intensificação nas construções desse tipo, principalmente devido às condições de insegurança, tráfico caótico e a baixa qualidade de vida, que apresentam muitas das principais cidades brasileiras.

Luciano Amaral, diretor da incorporadora brasileira JHSF, conta que a empresa realizou muitos estudos e enviou seu corpo técnico em viagens a grandes cidades do mundo para estudar as tendências atuais dos complexos de uso misto. "As grandes metrópoles apresentam fatores que demandam respostas que aumentem a qualidade de vida das pessoas. O excesso de tráfico e a insegurança fazem com que esse tipo de projetos, que reúnem em um único terreno residência, comércio e escritórios, sejam muito bem-vindos", garante. Segundo o executivo, o principal motivo que atrai os compradores é o fato que podem se beneficiar tendo mais tempo e segurança para fazer o que gostam, já que possuem lazer e serviços "dentro" de suas casas.

A JHSF é uma das empresas que está apostando por esse tipo de projetos. Desde a construção do complexo de alto-padrão Cidade Jardim, em São Paulo, este modelo de empreendimento já representa 50% do Valor Geral de Vendas (VGV) da empresa - que é a soma do valor potencial de vendas de todas as unidades de empreendimentos que serão lançados.

"O Parque Cidade Jardim envolveu um valor geral de vendas superior a R$ 1,5 bilhão de reais (aproximadamente US$834 milhões), sendo um dos maiores empreendimentos imobiliários de São Paulo nos últimos anos", afirma Amaral. O projeto (um terreno de 72.000 m², com nove torres residenciais, três comerciais e um shopping center com spa, cinema, academia e lojas) foi lançado em 2007 e a entrega da última torre comercial está prevista para 2012. O executivo comenta que mais de 2.000 pessoas participaram da construção do complexo, o que conta com apartamentos de luxo e preços muito variados: desde R$2 milhões (US$1,1 milhões) até 20 milhões de reais (US$ 11 milhões) e com unidades que variam de 237 m² até 1.885 m².

E o mercado está precisando deste tipo de projetos, pelo menos é o que garante Amaral. Segundo o diretor da empresa, as unidades residenciais do Parque Cidade Jardim foram vendidas em etapas, de acordo com o lançamento das torres. "Podemos dizer que em um prazo de 4 anos todas as unidades foram comercializadas". Explica também que os custos para morar em apartamentos como estes são comparáveis com outros edifícios do mesmo porte, podendo inclusive ser até mais econômicos uma vez que serviços como segurança, portaria e funcionários são divididos entre um número maior de unidades residenciais.

O sucesso do projeto Cidade Jardim foi tão grande, que a JHSF decidiu investir em outros complexos mistos, em diversas partes do Brasil. Em Salvador, Bahia, por exemplo, foi lançado recentemente o complexo Horto Bela Vista, que de tão grande lembra mais o conceito de 'bairro planejado'. O terreno de 340.000 m², próximo ao centro, terá 19 torres residenciais, três comerciais, um hotel, o terceiro maior shopping da Bahia, além de um colégio particular. A primeira etapa do projeto (cinco torres residenciais e o Shopping Bela Vista) já tem 610 unidades vendidas e estará pronta em 2012. Está previsto que as obras do complexo estejam totalmente concluídas em 2015. O outro projeto da incorporadora, que está em andamento, é o Parque Ponta Negra, em Manaus, no Amazonas. Serão 84.500 m² com um shopping center, sete torres residenciais e um hotel.

PROCURANDO SE DIFERENCIAR

Não somente a incoporadora JHSF está apostando pelos complexos residenciais mistos no Brasil. Importantes construtoras e incoporadoras, como Cyrela, Rossi, Brookfield, Gafisa, entre outras, também contam com empreendimentos similares, cada uma com projetos com características diferentes e procurando se diferenciar, mas finalmente dentro do mesmo conceito.

A construtora e incorporadora Rossi aproveitou um terreno de 36.000 m², onde antes estava uma antiga fábrica de tecidos, e construiu , em Porto Alegre, no sul do Brasil, o projeto Rossi Fiateci, que abrangerá três torres residenciais, uma torre comercial, além de um shopping com lojas. O complexo também estará equipado com um spa, uma mini ciclovia, uma quadra poliesportiva, piscina, lavanderia e serviço wi-fi nas áreas comuns, entre outros benefícios.

Por sua vez, a Cyrela decidiu apostar por mais tecnologia e praticidade na zona oeste de São Paulo. O Thera Faria Lima Pinheiros terá o conceito de condomínios independentes em duas torres sobrepostas (uma comercial e uma residencial) que contarão com um diferencial de acesso para uma futura loja de uma rede brasileira de supermercados. O projeto soma um VGV (Valor Geral de Vendas) de mais de 550 milhões de reais (US$307,4 milhões), o que o torna o maior lançamento da Cyrela este ano em São Paulo. O complexo, com 13.000m², oferecerá também salão de beleza, academia, sala para reuniões, piscina aquecida, lounge, quadra de squash, e bar, entre outros aspectos. Além disso, cada unidade residencial será entregue com a infraestrutura necessária para sua automação, para que por meio de um único equipamento, o usuário possa controlar, através de Smartphones, cortinas, ar condicionado e acessos remotos.

Antigo conceito

A ideia dos complexos residenciais mistos não é novidade no Brasil. Na década de 50, foi projetado o Conjunto Nacional, Um dos edifícios mais emblemáticos da famosa Avenida Paulista, em São Paulo, que era algo visionário para a época. Na extensa área térrea, apresenta restaurantes, cinemas e livrarias.

Já nos anos 70, foi construído o bairro residencial Alphaville na cidade de Barueri, na Grande São Paulo, uma ideia que pretendia facilitar a vida de quem teria de trabalhar nas empresas e fábricas que foram se instalando nas redondezas.

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