Reforçando sua expansão

08 July 2014

A construtora chilena Echeverría Izquierdo (EI) está envolvida numa série de importantes mudanças, avanços e desenvolvimentos, desde sua abertura em bolsa em 2012 até sua internacionalização através de diversas filiais.

Atualmente, Echeverría Izquierdo negocia na bolsa de valores, tem mais de sete mil trabalhadores, está presente no Peru, Brasil, Colômbia e Argentina, e é a quinta principal companhia construtora do Chile, com vendas de cerca de US$ 444 milhões.

Com mais de 35 anos de vida, a empresa experimentou mudanças fortes em sua trajetória. Sua origem, com reformas de casas, construção de piscinas e quadras de tênis, deu lugar a obras de maior magnitude. A holding tem hoje forte presença em setores como o energético, florestal e mineração através da Echeverría Izquierdo Montagens Industriais, empresa que há 16 anos se especializa nos mercados de montagem industrial e construção de infraestrutura.

Mas a diversificação foi além, e hoje atua com destaque na área de concreto protendido com a VSL Sistemas Especiais de Construção, filial da VSL International, operando no Chile e na Argentina. Também está presente no mercado de fundações especiais através da Pilotes Terratest S.A, associação com a espanhola Terratest Técnicas Especiais que, em outubro de 2013, Echeverría Izquierdo passou a controlar por inteiro após a compra da parte espanhola. A empresa é especialista em geotecnia e fundações no Chile e no Peru.

Em entrevista à construção Latino-Americana, Cristián Saitúa, gerente geral da holding, comenta a situação atual da empresa e suas projeções.

Como tem sido a experiência na bolsa?

Em agosto de 2012, abrimos 25% da propriedade à bolsa, para desenvolver um plano de expansão que contempla diversificar nossas áreas de trabalho em direção a nichos de maior especialização e inovação, como mineração, energia e celulose. Tudo isso além de continuar desenvolvendo projetos de engenharia e construção com operadores locais no Brasil, Colômbia e Peru.

Hoje podemos dizer não só que nossa ação teve um bom desempenho após a abertura, mantendo-se estável, como também estamos desenvolvendo com sucesso nossa estratégia de crescimento.

Em que projetos estão hoje em dia?

Em relação a montagens industriais, os principais projetos que estamos desenvolvendo no Chile são a montagem eletromecânica do Projeto Fênix, em Nueva Aldea, da Forestal Arauco S.A, e movimentação de terra e obras civis para a unidade de contêineres da Maersk, que será a primeira fábrica de contêineres refrigerados na América Latina, com capacidade de produção de 40 mil contêineres anuais.

Em soluções industriais, estamos trabalhando numa usina de britagem primária e secundária para 20 mil tdp junto à Metso; na montagem civil eletromecânica para a usina de GLP de refrigeração da Oxiquim-Lipigas em Quintero, assim como também as obras civis e montagem da unidade de Lechada de Cal, na mina Ministro Hales, da Codelco.

Com respeito a edificações, atualmente estamos terminando a construção do Hospital Regional da cidade de Rancagua, de 88 mil m2 e com capacidade para 525 leitos. Também estamos executando a construção de modernos edifícios de escritórios como o Nueva Las Condes 7, e Nueva Apoquindo Torre 2.

Finalmente, em engenharia, construção e obras civis, estamos ampliando o aeroporto Arturo Merino Benítez, e estamos a cargo das obras de galerias a túneis dos trechos 3 e 4 da linha 6 do metrô de Santiago, com extensão próxima a 7 quilômetros de linha subterrânea.

Como está o mercado de fundações?

Em outubro de 2013, nossa companhia anunciou a compra de 1.557.479 ações da Pilotes Terrates S.A e de 179 ações da Pilotes Terratest Peru S.A.C ao Grupo Terratest Chile S.A, alcançando o controle de 99,99% de ambas as firmas. A operação teve como objetivo fortalecer nossa área de engenharia e construção, especialmente através da linha de negócio fundações profundas. A aquisição nos permitiu controlar não só Pilotes Terratest no Chile, mas também no Peru, o que aumenta nossa participação e competitividade nos dois países, onde continuamos líderes do mercado.

No Chile, em 2013 deu-se início a importantes obras nessa área, entre as quais podemos destacar as primeiras estacas de dois metros de diâmetro executadas no país, no viaduto Las Chilcas na Ruta 5 Norte; a primeira tela de impermeabilização para a mineração usando o método de jet grouting na ampliação da Minera Andina, da Codelco; o reforço de um dos cais da Base Naval de Talcahuano com micro estacas de até 35 metros de comprimento; e importantes obras para as novas linhas de metrô de Santiago.

Também no Peru, durante o ano passado, começamos os primeiros estaqueamentos pelo método de hélice contínua no país, e iniciamos as obras de melhoramento de solos mediante a execução de mais de 14 mil estacas para o projeto Ampliação e Modernização do Cais Norte de Callao.

Quais são os principais desafios do setor?

A Echeverría Izquierdo se caracteriza por estar sempre desenvolvendo novas tecnologías, métodos construtivos e iniciativas de inovação que lhe distinguiram ao longo da história. Nessa linha, a empresa alcançou altos padrões que lhe permitiram não só estar presente em projetos de alta complexidade, mas também oferecer soluções criativas e inovadoras em projetos de destaque na região.

É especialmente interessante a participação da nossa equipe, que com mais de 7 mil colaboradores nos permitiu chegar em níveis de acidentes e sinistralidade muito melhores que a média do mercado, fruto do compromisso dos trabalhadores que participaram ativamente nas várias instâncias de capacitação que a empresa oferece, mas acima de tudo por sua constante entrega e dedicação.

Por fim, é necessário destacar as distinções recebidas em matéria de RSE (responsabilidade social empresarial) e de cuidado com nossos trabalhadores, por exemplo o prêmio RSE conferido pela Câmara Chilena da Construção.

Como está a Echeverría Izquierdo Peru?

No Peru, estamos presentes com nossas várias filiais. Além do mencionado a respeito da Pilotes Terratest, com nossa filial de Edificações em 2013 terminamos a execução da primeira torre de escritórios, em consórcio com uma empresa local, e iniciamos a construção de duas importantes novas torres e de um estacionamento público subterrâneo sob a rua Rivera Navarrete, no setor de San Isidro em Lima.

Com nossa filial de Montagens Industriais, realizamos a execução de obras civis, mecânica, tubulações, elétrica e instrumentação para a construção da Central Ciclo Aberto Termochilca, em Santo Domingo de los Olleros.

Com nossa filial de protendidos, em 2013 executamos o concreto protendido de onze edifícios em Lima, entre os quais se destacam o Banco de la Nación e as Torres Orquídeas y Barlovento, conseguindo uma participação de 35% nesse mercado, e prevendo que em 2014 se incremente mais.

Quero dizer que essa última torre, a Barlovento, é o primeiro projeto desenvolvido por nossa unidade imobiliária no Peru. Esse edifício de escritórios em San Isidro considera a certificação LEED, que incorpora elementos de eficiência energética, seleção de materiais e qualidade ambiental. A boa resposta do mercado nos chama a continuar com a busca de novos terrenos para o desenvolvimento de futuros projetos imobiliários (comerciais e/ou habitacionais) no país.

Há dois anos a empresa entrou no mercado brasileiro...

O mercado brasileiro representa um foco importante de investimento em infraestrutura em nível latino-americano, além de mostrar uma carteira de grande envergadura com projetos do ramo da celulose. No ano passado, nos dedicamos à construção e montagem eletromecânica das usinas de caustificação, forno de cal e pátio de madeiras para a Metso, no projeto de celulose da Suzano, no Maranhão.

Essa primeira incursão pelo Brasil nos brindou uma experiência valiosa sobre a realidade local, que será muito útil para o nosso segundo contrato de montagem eletromecânica de dois turbogeradores, sistema de ar comprimido, geradores diesel de emergência e água fria para os sistemas de captação de água e emissão para o projeto de celulose de Guaíba (CMPC).

Estão buscando outros mercados?

Estamos em permanente busca por novos mercados, alinhados com nossa estratégia de internacionalização. Não obstante, hoje nosso principal objetivo é continuar reforçando nossa presença nos países onde já operamos, continuar conhecendo esses mercados e consolidar nossa presença aí.

A reforma tributária chilena poderia impactar o setor da construção?

Ainda que de fato a reforma tributária que se anunciou possa impactar o setor de construção, por exemplo no mercado imobiliário (pelo encarecimento da moradia ou mudanças nas condições de crédito), ou o setor energético por maiores gravames às emissões de CO2 (freando o investimento e assim também a construção de projetos de energia), é importante assinalar que nosso plano de investimentos continuará firme, e continuaremos com todos os projetos que temos atualmente. O compromisso com nossos clientes, sócios e com o mercado, de crescer e desenvolver nosso plano de negócios, se mantém. E destinaremos todos os esforços para realizá-lo com sucesso, apesar das dificuldades que essa reforma possa implicar.

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