Rússia se aproxima do Canal da Nicarágua

O presidente da Agência Promoção de Investimentos da Nicarágua, Laureano Ortega Murillo, disse à imprensa do seu país esta semana que empresas russas se aproximaram da concessionária do projeto de canal interoceânico nicaraguense para ver as possibilidades de participação no megaprojeto.

Murillo não disse quais empresas da Rússia, nem com que interesse específico teriam se reunido com a chinesa HKND, dona da concessão de construção e operação do novo canal centro-americano por 50 anos. Mas esclareceu que as russas estariam interessadas em participar das muitas subcontratações que um projeto desta envergadura seguramente demandará.

O representante do governo da Nicarágua aproveitou a entrevista para informar que recebeu expressões de interesse sobre o Canal de empresas da Holanda, Dinamarca, Alemanha e França, além da Rússia. Mas nestes casos foi ainda menos específico.

O chamado Grande Canal da Nicarágua será uma via de 278 quilômetros que passará por toda a largura do território nacional, cruzando 105 quilômetros por um lago. Além da construção do próprio canal, o megaprojeto prevê a instalação de infraestruturas associadas, tais como dois portos, um aeroporto, uma zona empresarial de livre comércio e centros turísticos.

A companhia chinesa HKND é a encarregada de construi-lo a partir de dezembro desse ano, segundo prometem as autoridades do país centro-americano. O orçamento da obra não foi confirmado, mas fontes do governo nicaraguense sempre disseram que o valor alcança os US$ 40 bilhões.

Enquanto se planeja o canal nicaraguense para receber navios de maior capacidade do que o canal do vizinho Panamá, o centenário canal criado pelos Estados Unidos na América Central deverá ter sua expansão finalizada antes da inauguração de seu competidor. As opiniões sobre a possibilidade de coexistência entre dois canais interoceânicos próximos se dividem. Há quem diga que o Canal do Panamá expandido torna inútil o da Nicarágua, e há aqueles que apostam pelo crescimento do comércio internacional a um nível que exigirá mais estruturas facilitadoras do transporte de mercadorias entre a Ásia e o Ocidente.