Quem ganha com o retrofit de prédios e contruções?

O retrofit é pronunciado com grande frequência no dia a dia profissional de arquitetos, designers, projetistas, construtores e urbanistas, fazendo referência a renovações e atualizações no projeto, mantendo as características intrínsecas da obra.

Por Sergio Gonzalez, vice-presidente e gerente geral, Honeywell Building Technologies Latin America

No ano passado, o Sixth Assessment Report (6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) mostrou, segundo os especialistas do próprio IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change. Em português, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que o alerta vermelho está ligado para toda a humanidade. A pressão para que as empresas, inclusive as de construção civil, sigam uma política ESG (Environment, Social and Governance. Em português Meio Ambiente, Social e Governança) é cada vez maior.

Sergio González. Foto: Divulgação // Honeywell América Latina

Um dos novos direcionamentos para o setor de construção civil é a ênfase crescente em reformas e retrofit, substituindo a construção de novas edificações. A falta de espaço hábil para construções nas grandes metrópoles, aliada às ideias de preservação do meio ambiente e sustentabilidade, fizeram com que o conceito de retrofit ganhasse força nos últimos dez anos.

Se corretamente planejado e executado, o retrofit pode trazer diversos benefícios, inclusive financeiros. A revitalização reduz custos com manutenção, garante o atendimento às normas de segurança, aumenta as possibilidades de uso do local, diminui os gastos com energia e água e ainda traz uma nova vida ao que “estava esquecido no passado”. Se alguém ainda tem dúvidas da vantagem do retrofit, a economia de energia em um prédio que passa pela obra pode chegar a 40%.

O que é o retrofit?

Retrofit é uma das palavras da moda. Significa revitalizar, mas a sua essência é muito mais profunda e vai muito além da aparência. Hoje, revitalizar um empreendimento não é só deixar a sua parte externa mais agradável e atraente para um possível comprador. A mudança interna, com a instalação de novos sistemas de segurança e tecnologias, é parte fundamental desse processo. Um prédio revitalizado também precisa oferecer aos seus frequentadores o que há de mais moderno e, claro, mais seguro.

O retrofit não é bom somente para os construtores, que têm uma alternativa para a falta de disponibilidade de terrenos nos grandes centros. Quem ganha é a população, que recebe um prédio “novo”, mas com as mesmas características históricas, e com tecnologia de ponta. E ganha também o ambiente local, que não sofre com a poluição desmedida e o desperdício de materiais de uma nova construção.

Mas quais seriam essas tecnologias e novos sistemas? Uma das mais importantes é a instalação de sensores ultramodernos de incêndio, por exemplo. Outros softwares também podem ser colocados na parte elétrica dos prédios, ajudando na economia na conta de energia (retrofit elétrico).

Elevadores podem ser revitalizados, ganhando novo maquinário, um sistema inteligente e até uma nova roupagem. Segurança e telefonia também são áreas beneficiadas, com o acréscimo de tecnologias de câmeras, reconhecimento facial, telefones móveis, catracas, controle de acesso e vigilância 24 horas.

Além de todos esses benefícios listados acima, muitas construções revitalizadas também passam por uma espécie de “remodelação ecológica”. Elas investem em sistemas de reaproveitamento das águas das chuvas. Outras, em painéis de energia solar. Vantagens não faltam. E soluções para que prédios antigos ganhem uma nova roupagem estão em alta. Cabe às construtoras, as responsáveis pelo retrofit, procurarem empresas sérias e marcas de renome e com qualidade já reconhecida no mercado, para que os novos prédios ofereçam o que há de melhor para os seus usuários e ainda tenham longevidade.