Propulsor da economia do país, agronegócio mostra sua força na Agrishow
08 May 2023
28ª feira de tecnologia para o agronegócio movimentou R$ 13,290 bilhões em negócios.
O agronegócio no Brasil tem se mostrado um dos segmentos econômicos de maior evolução e capacidade de gerar riquezas e hoje, sua cadeia produtiva é responsável por mais que a metade das exportações e por cerca de 25% do produto interno bruto brasileiro.
Corroborando com essa potência, a Agrishow, um dos mais importantes eventos do país e um dos maiores do mundo, terminou na última sexta-feira (5) e recebeu aproximadamente 195 mil visitantes.
Público foi formado, em sua maioria, por produtores rurais de pequenas, médias e grandes propriedades de todas as regiões do País e também do exterior.
800 marcas nacionais e internacionais participaram do evento e ficou evidente que a diversidade de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro aumentou substancialmente.
A organização da Agrishow informou um volume expressivo de R$ 13,290 bilhões em negócios gerados e intenções de compra em máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem, em relação à feira de 2022, com R$ 11,243 bilhões. Estamos falando de um montante que representa um crescimento nominal de 18% e um aumento real de 9,5% (descontada a inflação) em relação ao evento no ano passado. Números da edição são recorde.
Superando expectativas
De acordo com Carlos França, líder da CASE Construction Equipament para a América Latina, o agronegócio é hoje um dos seus principais mercados. Atualmente, 15% do volume de máquinas da CASE atende o mercado agrícola. “A Agrishow é uma vitrine das mais avançadas tendências e inovações para o agronegócio. Cada vez mais as máquinas de construção são requisitadas pelo produtor rural, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de operação no campo”, destacou.
Cientes de que o agronegócio tornou-se fundamental para a balança comercial e um dos principais fomentadores da economia brasileira, as empresas investiram em novas tecnologias e soluções capazes de atender soluções diferentes perfis de clientes. Quem visitou os estandes, pôde notar como a transformação digital e técnicas inovadores de cultivo de solo, insumos, sementes melhoradas, georreferenciamento e uso de drones se fizeram presentes.
Igor Leão, gerente de vendas nacionais da LiuGong da América Latina diz que, já no terceiro dia de evento, o resultado superou o planejamento da empresa. “Vimos para cá com toda a capacidade que a empresa tem em atender todos os segmentos do agro, como o da construção, na oferta dos maquinários pesados”, informa Leão. “Estar aqui é sempre uma boa iniciativa que nos orgulha”, declara.
Setor passou por imbróglios, ainda pela fadada pandemia, como restrições à mobilidade de pessoal, o que dificultou a realização de alguns serviços no campo e ao apoio do setor de logística, responsável pelo transporte de insumos e produtos. Mas, a edição de 2023 do evento revelou que tudo isso ficou para trás.
Na New Holland Construction, o agro representou 16% das vendas da marca nos primeiros quatro meses de 2023, um crescimento de cerca de 3% em relação a todo ano de 2022. Segundo Paula Araújo, líder da New Holland Construction para a América Latina, “os produtores rurais passam a contar com a solução que facilita a gestão de frota e torna a operação das máquinas ainda mais eficiente. Tudo isso nos traz à Agrishow”, emenda.
Já a Komatsu, de acordo com Chrystian Garcia, diretor de marketing e vendas, “vem acompanhando o crescimento nas vendas para o setor ano a ano e, em 2022, registrou 20% das vendas da empresa em equipamentos de construção para o segmento”, diz Garcia, afirmando que estar na feira possibilita informar o produtor e realizar negócios.
Outra gigante do segmento, a Manitou também registrou aumento no número de visitantes e negócios fechados. A empresa colocou o setor agro como foco em seu plano de desenvolvimento de negócios para os próximos cinco anos. Como parte dessa estratégia, a Manitou reestruturou, em 2022, sua rede de distribuidores, optando pela divisão de mercados (construção e agricultura). No estande da marca, os mais recentes lançamentos para o mercado de agro que mostraram todo o investimento feito para o setor: “Nossos equipamentos são especiais para os agricultores brasileiros, que ainda desconhecem os atributos e diferenciais dos manipuladores e acabam optando por tratores e carregadeiras. Os manipuladores possuem baixo custo operacional, alta produtividade e ainda proporcionam grande segurança no manuseio das cargas.”, avaliou Marcelo Bracco, diretor geral da Manitou para Brasil e América Latina.
Pura sintonia entre a tecnologia e o agronegócio
O que se viu foram máquinas de alto poder tecnológico, orientadas por GPS e comandadas por coordenadas à distância. Dados e informações coletadas é possível obter processos integrados e otimizados, evitam desperdício de tempo e dinheiro, com precisão e agilidade.
Para o produtor, tanta modernidade representa a possibilidade de prosseguir com a operação que estiver desempenhando por horas seguidas, atento aos problemas que podem surgir e garantir maior produtividade.
A JCB apontou que foram comercializadas 5% a mais que em 2022. Adriano Merigli, presidente da JCB para a América Latina fala dos resultados e mostra otimismo. “Inicialmente, tínhamos a expectativa de que superaríamos em 47% a performance de 2022. Fomos além do que em 2023. Nossa conversão de negócios superou expectativas”, comemora. Atualmente, 20% de todas as vendas da JCB no Brasil são para o segmento agro; ou seja, de cada cinco máquinas comercializadas, uma é para ser utilizada nas mais diversas atividades do setor.
A XCMG Brasil lançou o trator agrícola XT804-4D e também registrou aumento em vendas e em prospecção de novos clientes. “Trata-se do nosso primeiro trator agrícola, desenvolvido especialmente para atender à crescente demanda do mercado nacional, trazendo mais potência e conforto, com um design que potencializa os atributos já consagrados pelos agricultores no nosso País”, informou o diretor comercial da XCMG Brasil, Renato Torres.
A Volvo Penta, por sua vez, apresentou os chamados motores versáteis, cuja rotação varia conforme a necessidade e os comandos do operador.
“Estamos trazendo toda a tecnologia Volvo para o mercado agrícola”, afirmou Felipe Lopes, diretor de motores industriais da Volvo Penta na América do Sul. A linha versátil agrícola da Volvo Penta prescreve um intervalo de manutenção de 500 horas, o dobro do que exigem outras marcas. Com uma gestão zelosa e a análise antecipada do óleo, esse intervalo pode se estender até 1.000 horas. “É quatro vezes mais que os concorrentes. Isso significa mais horas trabalhando, menos gasto com manutenção e maior rentabilidade no negócio”, destaca o diretor. Além disso, a garantia de fábrica é de dois anos, e não um ano como regularmente se oferece no mercado. Os propulsores também são reconhecidos nacional e internacionalmente por sua grande disponibilidade e robustez.”, finaliza ele.
Para João Carlos Marchesan, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e novo presidente da Agrishow, “a feira cresce fortemente a cada ano e apresenta máquinas, tecnologias e soluções para todos os tamanhos de propriedade rural e para os variados tipos de cultura, atendendo as principais demandas para o produtor rural crescer”.
Sob novo comando
Dando continuidade ao rodízio da presidência da feira, como ocorre desde 2007, as entidades comunicam que a partir desta data, João Carlos Marchesan assume a presidência da Agrishow.
Marchesan continuará exercendo a presidência nas edições de 2024 e 2025. As realizadoras da Agrishow agradecem a dedicação e o zelo com que o Francisco Matturro exerceu a presidência nas últimas quatro edições.
A próxima edição da Agrishow será realizada entre os dias 29 de abril e 3 de maio de 2024.