Programando o futuro do asfalto

19 December 2013

DEC13 CLA Feature Asphalt Cila

DEC13 CLA Feature Asphalt Cila

Em 1981, foi realizada a primeira edição do Congresso Ibero Latino-americano do Asfalto (Cila) no Rio de Janeiro, Brasil, com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimento entre os técnicos de asfalto da região. Trinta e dois anos depois, o evento mais importante em espanhol e português sobre pavimentos asfálticos celebrou uma nova edição, esta vez em Antígua, na Guatemala.

"Nesta ocasião, damos as boas-vindas a mais de 400 especialistas de 23 países em conferências, mais de 195 sessões técnicas e eventos sociais, onde serão discutidos temas de carácter técnico e científico com relação a obras de pavimentação com misturas asfálticas”, indicou o presidente do Comité Organizador, José Agüero Umattino, durante a cerimônia inaugural.

Por sua parte, o Presidente da Câmara Guatemalteca da Construção e da Associação de Produtores de Misturas Asfálticas a Quente, José Luis Agüero Urruela, destacou a importância que tem o asfalto nas mais diferentes variações e formas de aplicação, mantendo sua liderança como opção viável de utilização. “Nas últimas décadas, as misturas asfálticas tem experimentado uma grande evolução para poder enfrentar os desafios das políticas de sustentabilidade e as exigências de bem-estar e segurança dos usuários”, indicou.

Nesse sentido, o Cila tem uma grande importância como fórum para a discussão das técnicas modernas de pavimentação asfáltica e o incentivo de pesquisas e estudos entre administradores rodoviários, centros de pesquisa, universidades, empresas e outras entidades relacionadas com o segmento de misturas asfálticas, para reforçar o desenvolvimento dessa tecnologia nos países ibero latino-americanos.

Também esteve presente no evento o ministro de Comunicações, habitação e Infraestrutura do país anfitrião, Alejandro Sinibaldi, que destacou a importância de conhecer novas técnicas de asfalto modificado que permitirão que a vida das estradas seja mais longa e de melhor qualidade.

Novas tendências

Destaque especial teve a palestra do secretário permanente da Cila, Felipe Nougues, que comentou em seu discurso uma série de paradigmas que surgem na indústria do asfalto, a um dos quais chamou de “paradigma do espectador”, e fez um chamado aos assistentes para passar de espectador a ator das decisões, “podemos e devemos influenciar nas políticas”, garantiu.

Juan José Potti, presidente executivo da Associação Espanhola de Fabricantes de Misturas Asfálticas (Asefma), deu uma pincelada sobre o panorama global do setor de pavimentação asfáltica e fez um apelo para gerar maiores pontos de encontros para o setor, desenvolvendo mais ferramentas que permitam melhores contatos e mais transferência tecnológica.

O executivo comentou sobre a importância de “aumentar a preocupação de conservação. Esse é um dos principais desafios. Queremos uma lei que assuma a necessidade de levar em consideração um custo de manutenção vinculado ao valor patrimonial da malha rodoviária”. Nesse sentido, se torna necessário contar com ferramentas de análise de custo de vida de um projeto, considerando elementos como sua construção, operação, manutenção, fim de vida e reciclagem.

Mas Potti, além de falar de reciclagem, prefere falar de reutilização e indica que se deve avançar cada vez mais no aproveitamento integral do RAP. “É preciso fazer um esforço para desenvolver a reciclagem em todos os níveis: mais projetos, mais plantas, mais oportunidades de emprego, maior experiência nacional”, garantiu.

Com relação à contaminação gerada pelas misturas asfálticas, revelou interessantes dados. Segundo o profissional, uma mistura betuminosa a quente gera 45 kg de CO2 por tonelada produzida, enquanto que uma garrafa de suco de laranja de 250 ml gera um dano de 400 gramas de CO2 por cada unidade, no total, cerca de 1600 kg por tonelada.

Mesmo assim, o Cila trouxe consigo a discussão de gerar especificações asfálticas a nível regional. Na América Latina, os critérios atuais são muito dispersos e de carácter local, e é por isso que Potti fez um alerta para a Europa, que há cinco anos conta com uma norma mais ampla, a EN, e que agora está avançando em direção à normas europeias de segunda geração, que também leve em consideração o comportamento. “A América Latina deveria aproveitar os conhecimentos que já estão sendo executados na Europa”, concluiu.

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