Premiê chinês oferece US$ 53 bi ao Brasil
20 May 2015
Confirmando as expectativas, os governos da China e do Brasil assinaram esta semana 35 acordos mostrando intenção de investimentos e participações mútuas entre suas economias. Ao todo, os valores envolvidos nestes acordos somam US$ 53 bilhões.
A ferrovia interoceânica conectando os litorais do Brasil e do Peru se confirmou como o maior dos projetos apoiados pela China na área de infraestrutura. Há acordos igualmente fortes, mas exclusivos para os segmentos de petróleo e gás, aviação, transmissão elétrica, ciência e tecnologia, exportação de carne e soja, telecomunicações e serviços financeiros.
Em relação à ferrovia, ficou acertado que a China vai financiar um estudo de viabilidade da ferrovia Peru Brasil, que deverá ficar pronto em maio do ano que vem.
Separadamente dos investimentos anunciados, a China propôs uma relação de longo prazo entre o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, pela sigla em inglês) e a Caixa Econômica Federal.
Por este acordo, será criado um fundo para financiamentos diversos para a infraestrutura brasileira. O título do documento menciona “entendimento entre os bancos para a promoção de investimentos e criação de oportunidades de negócios”. Mas sabe-se que aí entrarão os futuros investimentos em infraestrutura pesada, tais como portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.
Não ficou claro, entretanto, se a China porá este capital em forma de empréstimo ou como fundo de cooperação, o que pode mudar as condições de acesso no momento das licitações. O Brasil tem 60 dias para entregar uma proposta de trabalho para este capital. Além disso, não ficou detalhado se este fundo condicionará o acesso ao capital à participação chinesa na contratação de empresas de construção e no provimento de equipamentos.
A imprensa econômica do Brasil afirmou que de maneira imprevista o premiê chinês Li Keqiang propôs, além do já mencionado, um fundo de cooperação produtiva de US$ 20 bilhões ao governo brasileiro. Mas como este tema não foi discutido pelos técnicos governamentais brasileiros, não se abordaram detalhes.
Li Keqiang agora tem agenda comercial similar no Chile, Peru e Colômbia. Sua viagem por estes quatro países da América do Sul é o primeiro gesto concreto de investimentos após o anúncio do presidente chinês Xi Jinping no ano passado, prometendo um financiamento inédito à região: US$ 250 bilhões em dez anos.