Planejamento, uma ferramenta fundamental para a mineração sob incerteza

De acordo com um relatório recente do Boston Consulting Group (BCG), as empresas de mineração têm uma oportunidade sem precedentes de impulsionar o crescimento, mas para capitalizar esse potencial, elas devem adotar novas práticas e mentalidades. O crescimento exponencial da demanda global por minerais verdes, como cobre, níquel, cobalto, lítio e outros minerais, está criando um cenário propício. A Agência Internacional de Energia (AIE) relata que o mercado desses minerais dobrou entre 2017 e 2022 e deverá dobrar novamente até 2030. As projeções de receita de longo prazo são significativas, em alguns casos chegando a US$ 10 trilhões até 2050, para atender às ambições climáticas globais.

(Gráfico: BCG)

No entanto, aproveitar esse crescimento e capitalizar essas oportunidades requer investimentos consideráveis, alerta o BCG. Em seu artigo “Mining Companies That Plan for Uncertainty Can Profit from It”, o BCG explica que a maioria das empresas de mineração precisará aumentar seus níveis de produção atuais para atender à demanda e colher os benefícios do mercado de energia limpa. Após anos de subinvestimento, tomar essas decisões representa um desafio caro para as empresas de mineração, enfatiza a consultoria. “Os investimentos certos podem ser transformadores e representam uma das principais alavancas de criação de valor. Definir o portfólio de CAPEX no cenário atual exigirá um tipo de planejamento estratégico diferente do que as organizações do setor estão acostumadas”, explica Gustavo Nieponice, diretor-gerente e sócio sênior do BCG no Chile.

O desafio é o modelo que muitos no setor usam, que geralmente pressupõe que os cronogramas de desenvolvimento, o desempenho operacional, o preço, a inflação e outros fatores seguirão os padrões convencionais. Em vez disso, tudo relacionado à transição verde está evoluindo rapidamente, e muito pouco das tendências atuais está de acordo com os padrões históricos. Além disso, o setor de mineração enfrenta uma volatilidade crescente em quase todas as suas variáveis, como flutuações de preço, mudanças na política comercial, incerteza regulatória e assim por diante.

O planejamento de cenários pode ajudar as empresas de mineração a construir um futuro resiliente

A prática do planejamento de cenários não é estranha ao mundo dos negócios. Ao contrário do planejamento convencional, que muitas vezes se baseia na evolução previsível das condições com base em um conjunto limitado de variáveis, o planejamento de cenários envolve líderes empresariais que desenvolvem vários futuros plausíveis, considerando uma gama mais ampla de fatores de risco, incluindo possíveis choques, e explorando várias alternativas e, em seguida, modelando as consequências projetadas. Essa abordagem fornece aos líderes uma metodologia sistemática para lidar com a incerteza, permitindo que eles elaborem estratégias mais robustas e gerem maior valor para os acionistas.

“Nenhuma análise, por mais robusta que seja, pode prever o futuro com precisão. Mas as empresas não precisam de precisão para agir”, diz Nieponice. “Em vez disso, elas podem monitorar tendências e usar cenários para testar opções estratégicas em relação a um conjunto diversificado de resultados possíveis. As equipes que fazem isso dão à empresa uma vantagem ao criar a plataforma para agir de forma decisiva quando os sinais do mercado mudam e visualizar os recursos necessários para o sucesso”, acrescenta.

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Para ativar esse planejamento estratégico, são necessárias quatro etapas: identificar e priorizar as incertezas materiais do negócio; gerar resultados potenciais; agregar os resultados para desenvolver cenários estendidos, mas plausíveis; e avaliar as opções estratégicas em cada cenário.

Por último, o BCG salienta que a implementação de um planeamento de cenários eficaz na mineração implica uma mudança significativa de práticas e mentalidades. Primeiramente, deve ser formada uma equipe estratégica capaz de pensar lateralmente e desenvolver cenários alinhados aos objetivos da empresa. Em segundo lugar, é essencial estabelecer processos disciplinados para determinar quais as decisões que beneficiam da análise de cenários, incluindo realinhamentos estratégicos e grandes investimentos. Isto implica também integrar os cenários na avaliação e gestão dos riscos existentes. Terceiro, a mudança cultural no sentido da abertura e da aprendizagem é crucial. A realização de reuniões de revisão e a promoção de um ambiente seguro para discussão de ideias ajudam a institucionalizar o planeamento de cenários. As empresas devem alargar o seu foco para além de variáveis ​​como preço e inflação, avaliando estrategicamente múltiplos futuros. Esta abordagem não só melhora a resiliência, mas também é valorizada pelos acionistas.

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