Pequenos volumes

30 May 2018

A Melón Hormigones, do Chile, abre o mercado de betoneiras volumétricas em seu país, para entregar concreto em menor escala. 

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Betoneira volumétrica Cementech operada pela Melón.

A chilena Melón Hormigones (divisão concreteira da cimenteira homônima) está mudando o cenário do mercado local com uma nova decisão estratégica. Seu investimento em betoneiras volumétricas contínuas da fabricante norte-americana Cementech abriu um novo modelo comercial para a indústria chilena de concreto.

A aquisição destes equipamentos tornou possível a oferta de concreto em pequenos volumes, e graças a isso a Melón criou um novo canal de venda de concreto: uma loja virtual que com apenas quatro passos permite a qualquer um pedir concreto a domicílio ou em seu canteiro de obra.

Segundo o Chefe do Negócio de Mixers Volumétricos da companhia, Pablo Caviedes, “tínhamos uma dívida histórica com os clientes porque não contávamos com uma solução de comercialização de concreto usinado em baixos volumes. Agora somos a única empresa do mercado a oferecer o serviço de betoneira volumétrica, que abre a possibilidade de comprar em menor volume com a qualidade das empresas Melón, pagando o justo, sem custos de cargas incompletas e sem limites de distância”.

Por agora, o conjunto de betoneiras volumétricas Cementech adquiridas pela Melón lhe permite atender a toda a região metropolitana de Santiago, mas de acordo com o executivo da companhia, em breve esta solução estará disponível para todas as regiões do Chile, o que pressupõe novos investimentos. “No curto prazo, realizaremos um investimento para abrir nosso serviço de venda em pequenos volumes a todas as regiões do país”, diz.

Produção

Embora esta experiência no Chile seja uma das primeiras na América Latina, as betoneiras volumétricas são uma tecnologia já consolidada nos Estados Unidos. Basicamente, sua diferença é que os agregados, areia e cimento são transportados separadamente. Só na obra eles são misturados, resultando num concreto feito à medida requerida no momento de lançá-lo em obra.

“É um equipamento de funcionamento mecânico, mas controlado por um computador PLC onde se gerenciam os traços, e que converte a dosagem típica feita em peso a um fluxo volumétrico através da abertura das comportas de agregados. Por exemplo, um concreto de alta resistência demandará mais cimento no traço e, portanto, menos agregados. Então, serão mais fechadas as comportas para diminuir o fluxo de agregados pela cinta transportadora no interior da máquina”, diz Rodrigo Reyes, gerente internacional de vendas da Cementech.

Comentando sobre o êxito da primeira experiência da Melón Hormigones em Santiago, Reyes confirma que o sistema da Cementech está enfocado no mercado varejista de concreto. “Ou seja, atendemos todo pedido que seja menor do que 4 m3, permitindo complementar seu serviço com uma oferta econômica acessível aos clientes, já que antigamente não era possível, por causa de custos, solicitar 1 ou 2 m3 com uma betoneira convencional”, diz.

Mas Rodrigo Reyes diz também que “existem outros nichos em que os mixers volumétricos têm grande vantagem, como quando se precisa percorrer grandes distâncias sem que o concreto vá endurecendo, já que eles transportam as matérias primas sem entrar em contato até o momento da mistura na obra. Ou, por exemplo, em concretos de trânsito rápido, aproveitando que a mescla se dá em segundos”.

O executivo da Cementech conta que o Chile recentemente criou as condições para a adoção desta tecnologia, ao mudar a norma de concreto. A nova Norma Chilena 170-2016 (NCh170) substituiu uma antiga regra que tinha mais de 30 anos. “A norma antiga não permitia a elaboração de concreto por volume, porque se considerava necessariamente impreciso, assumindo que era sempre produzido por betoneiras manuais de obra, e assim ficou de fora a tecnologia de produção com plantas volumétricas contínuas”, conta.

Com a nova norma, se pôde começar um processo de validação da tecnologia com a Melón Hormigones. “Realizamos uma série de provas e ensaios por dois anos, para validar o comportamento com as matérias primas locais, com excelentes resultados, já que uma empresa como a Melón Hormigones não podia lançar ao mercado um produto que não estivesse testado”.

Reyes afirma que agora a Cementech está em um momento de educação do mercado, falando inclusive de mudança de cultura. E não exagera, se levarmos em conta o novo paradigma de compra e aplicação de concreto que se abre pela aplicação dos mixers volumétricos. “Ter acesso fácil a um concreto que pode ser entregue em pequenos volumes, inclusive desde 0,1 m3, misturado em dez segundos e nas quantidades justas e sem desperdício, é uma mudança total em relação ao que se vinha fazendo, e demanda uma etapa de educação para o mercado”.

Modelos

Após introduzir as primeiras sete unidades de suas betoneiras volumétricas no Chile, a Cementech prevê um crescimento importante, mas não revela sua expectativa em termos de números. Não obstante, acredita que o mercado é grande e não se limita a pequenas obras, mas também inclui situações de construção remota ou isolada, como jazidas de mineração ou obras com necessidade periódica de volumes controlados.

De acordo com o Reyes, o modelo mais popular é o M60, que corresponde a uma produção autônoma de 7,6 m3 e 45 m3 de produção contínua. “Este modelo é o que mais se parece em capacidade de carga autônoma transportada com a típica betoneira de balão que pode transportar os habituais 8 m3, e também respeita as restrições de peso para trânsito n as ruas chilenas”, afirma ele.

Mas no que se refere a inovações, o executivo afirma que a Cementech tem em sua série C o mais avançado entre as betoneiras volumétricas. “O equipamento C60 corresponde à versão computadorizada, que funciona totalmente no automático. É o equipamento mais moderno do mercado e que está em constante evolução, como a automatização das comportas, tal como se apresentou na última World of Concrete em Las Vegas”.

Estará o futuro do transporte de concreto nas betoneiras volumétricas? Não é para tanto, dado que, na visão do especialista, trata-se de uma complementaridade entre os dois métodos de transporte de concreto. “Precisamente para melhorar a oferta do serviço, passando de uma produção escalonada a contínua, otimizando o uso da frota, serão despachados em conjunto os dois tipos de caminhão. Uma betoneira tradicional é mais eficiente em grandes volumes, assim como uma volumétrica é em pequenos volumes. Em muitas obras remotas operam-se as duas em produção contínua e combinada, traspassando concreto da volumétrica à betoneira convencional”.

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