Otimistas em terrenos incertos

16 May 2014

Los fabricantes de los enormes “haulers” siguen poniendo sus fichas en la región.

Los fabricantes de los enormes “haulers” siguen poniendo sus fichas en la región.

Ao que tudo indica o mercado latino-americano da construção se torna cada dia mais atrativo para os fabricantes dos famosos “haulers”, conhecidos como caminhões articulados ou rígidos, também utilizados na mineração. Apesar de que ainda espera-se a aprovação de grandes projetos de infraestrutura da região que estão em ‘stand by’, o mercado é considerado promissor, ou pelo menos, interessante.

Daniel Sasaki, gerente comercial da Volvo CE Latin America, responsável pela região hispânica, sustenta que o mercado não se apresenta estável. “O mercado tem mostrado oscilações de país a país e este segmento também”, afirma o executivo, quem explica que essas variações têm sido vistas em diversos países, em uns mais e em outros menos, em construção ou em mineração, que são seus principais segmentos que adquirem esse tipo de caminhões.

Apesar de que seria possível pensar que essas oscilações poderiam ter gerado momentos complicados nas vendas de caminhões articulados da marca, não foi de todo mal, segundo o gerente. “Capturamos diversos clientes graças a essas oscilações”, garante Sasaki.

Como exemplo, o gerente comercial destaca o Chile, onde as vendas têm sido maiores nos últimos dois anos graças à mineração. “No Chile, tivemos um crescimento importante de participação de mercado. Se comparamos o ano de 2012 com 2013, nossa participação de mercado passou de 50% a 82% com relação aos caminhões articulados”, complementa.

No entanto, o Brasil não fica fora dos países destacados por Sasaki com relação ao consumo desse tipo de caminhões. “O Brasil tem uma participação muito importante no que se refere à construção”, explica.

Por sua vez, Boris Sánchez, gerente de engenharia de vendas da Volvo Construction Equipment Latina America, comenta que muitos dos articulados da marca são utilizados em pedreiras, principalmente na América Central, onde o solo é muito argiloso. “Em grande parte das obras do Canal do Panamá foram utilizadas frotas de nossos caminhões articulados”, comenta. Também acrescenta que a Colômbia é outro dos países latino-americanos que, devido a seus terrenos acidentados, é um importante comprador de caminhões articulados da Volvo.

Para entender porque este tipo de caminhão é tão procurado em alguns países e nas grandes obras, Sánchez explica que eles estão projetados para tração e não para velocidade. Também são equipamentos que podem transportar enormes quantidades de carga em qualquer tipo de clima e de solo. “O caminhão articulado é recomendado para obras pesadas, hidrelétricas, represas, tubulações e projetos de mineração, entre outros”, afirma. Também acrescenta que normalmente são eleitos por construtores que não consideram somente o consumo do caminhão, mas também seu preço.

Por sua vez, Elizabeth Lammert, consultora de marketing para produtos de transporte de Caterpillar Global Construction & Infrastructure, garante que “o tamanho e a correta configuração do caminhão proporciona uma solução eficiente para movimentar o material de um lugar a outro”. Comenta também que os caminhões estão projetados para gerar o menor custo ao cliente, já que trabalham em construções pesadas, recuperação de estradas, construção de represas, mineração, pedreiras e agregados. Como exemplo, cita dois projetos bastante importantes na região onde se utilizaram caminhões da marca desse tipo: a construção da represa de Belo Monte e a ampliação do Canal do Panamá.

A consultora não espera muito do mercado mundial de mineração para este ano, o que garante será diferente do mercado da construção. “Nossas projeções são que o mercado da mineração continuará pouco aquecido este ano e que o mercado mundial da construção apresentará, pelo contrário, um desempenho 10% superior em comparação com o ano passado”, afirma. No caso do Brasil, especificamente, estima que o mercado da construção continue com o desenvolvimento dos diversos projetos em pauta, como é o caso de represas, autopistas e outras áreas de construção pesadas para a infraestrutura. “Continuamos encontrando oportunidades para apoiar diferentes tipos de projetos, na América Latina e nos outros continentes”, garante.

O fabricante John Deere também tem sua opinião sobre o mercado latino-americano. “Como todas as regiões do mundo, a América Latina enfrenta seus próprios desafios. É um mercado importante para John Deere e nossa visão para a região é em longo prazo”, garante David Wilson, diretor de marketing de produto dos caminhões basculantes articulados de John Deere Construction & Forestry.

Na opinião de Wilson, a quantidade de projetos na América Latina tem um efeito sobre os volumes, argumentando que o interesse do cliente por investir nos caminhões articulados é pela capacidade de movimentar grandes quantidades de carga de maneira eficiente e com o menor custo do equipamento, ao invés de outras ferramentas disponíveis. “Junto com a ferramenta de carga correta, como uma escavadeira, o construtor pode movimentar até 46 toneladas de equipamento em um momento dado”, garante.

Vendas e mercado

O gerente comercial da Volvo conta que 2014 não chegou com muitas surpresas em relação às vendas de caminhões articulados. “Nossas projeções estão se mantendo dentro do ritmo de 2013, totalmente dentro do normal”, afirma.

Por sua vez, a consultora de marketing de produto da Caterpillar explica que a compra de equipamentos não representa o mais importante. “Atendemos a um grande número de clientes no Brasil, os quais, neste momento, estão demandando mais suporte de peças e serviços que a aquisição de novos equipamentos”, garante. Lammert afirma que o fato acontece porque esse tipo de caminhões tem sofrido uma redução de suas atividades e cita, como exemplo, a conhecida condição da indústria da mineração no mundo todo.

A John Deere não entrega suas informações de vendas, mas o diretor de marketing de produto afirma que os preços das matérias primas estão tendo um impacto nas economias da América Latina, atingindo dessa forma diversas áreas, principalmente a mineração.

Os mais pedidos

Obviamente cada região da América Latina exige um tipo de caminhão diferente dependendo do trabalho a executar e onde. Mas alguns já são considerados os preferidos na América Latina pelos próprios fabricantes.

Segundo os executivos da Volvo, os caminhões articulados da marca mais vendidos para clientes latino-americanos são o A30 e o A40, que carregam 28 toneladas métricas e 39 toneladas métricas, respectivamente. “O A30 é mais recomendado para obras de infraestrutura pesada. Por sua vez, o A40 para pedreiras e eventos de mineração, porque carrega mais por ciclo”, explica Sasaki. O gerente também conta que, em 2013, o total de unidades vendidas na região chegou a 116.

Cabe destacar que o A30 é fabricado tanto na fábrica de Pederneiras, no Brasil, como nas instalações da Suécia. O A40, por outro lado, é proveniente da Suécia, fábrica que é a primeira da Volvo em ser neutra em relação a emissões de carbono, além de ser pioneira no mundo em utilizar apenas energia renovável.

Por sua vez, a consultora da Caterpillar não cita os modelos mais vendidos, mas garante que os favoritos da região têm como principais características a eficiência de combustível por material carregado, a facilidade do uso e da manutenção, o conforto e a segurança do operador, detalhes que resultam em uma maior produtividade.

A profissional também explica que os caminhões articulados da Caterpillar vendidos na região são fabricados na fábrica de Peterlee, na Inglaterra, e os fora de estrada, em Decatur, nos Estados Unidos. Além disso, a marca não cita um único país como principal comprador. “Vendemos ambos os produtos em vários países latino-americanos, como México, Panamá, Colômbia, Brasil, Chile, Costa Rica, Peru, entre outros. Tudo depende dos principais projetos em execução”, conta. Segundo a consultora, apenas para o projeto de Belo Monte foram adquiridos 261 caminhões articulados da Caterpillar.

Segundo David Wilson, da John Deere, para as necessidades do mercado da América Latina, os mais buscados são os produtos com capacidade maior a 35 toneladas métricas. “O 460E é o maior caminhão articulado da John Deere e está disponível em toda a América do Norte e América Latina”, conta. O 460E está equipado com uma transmissão projetada especialmente com quatro marchas para frente e para trás, opção de tração nas seis rodas e suspensão adaptativa padrão, entre outras características. Também oferece alta produtividade e baixo custo.

O diretor de marketing explica que as vendas dos caminhões articulados são as mais importantes para a empresa, porque sempre atraem vendas de outros equipamentos ou implementos. Os caminhões articulados da John Deere são fabricados em Davenport, Iowa, Estados Unidos e vendidos a 19 países da América Latina.

Cautelosamente otimistas

Apesar de que, em dezembro, a Volvo CE anunciou a compra do negócio de caminhões off-road da Terex Corporation, a norte-americana continua no mercado latino-americano dos caminhões e tem sua opinião sobre 2014. “Estamos cautelosamente otimistas nesse ponto”, garante Mike Quaranto, gerente regional de vendas da Terex Caminhões.

Definitivamente, segundo o profissional, tudo depende dos preços de comercialização do cobre, do carvão e do ouro, além da aprovação do financiamento das hidrelétricas e das rodovias já projetadas para a região. No entanto, comenta que ainda existem boas expectativas em relação às vendas deste ano. “Esperamos o aumento das vendas tanto de caminhões rígidos como articulados”, garante.

Quaranto comenta que o caminhão rígido TR100, de 100 toneladas de capacidade, e o articulado TA400, de 40 toneladas de capacidade, são os mais procurados na região. “Esses caminhões são os mais solicitados devido a sua fiabilidade, baixo custo de manutenção e sua larga vida útil”, explica. Segundo o profissional, o TR100 é simples e fácil de manter, além de ser um produto testado no mundo todo. Sobre os caminhões articulados, equipados com motores Scania, explica que são muito eficientes no consumo de combustível e muito confiáveis.

Apesar de que a empresa comercializa esses caminhões em diversos países latino-americanos (México, Colômbia, Venezuela, Equador, Argentina, Panamá, Costa Rica, Suriname, Guiana, Republica Dominicana e Panamá), garante que seu principal comprador é o México.

A Terex tem fabricado os famosos “haulers” em suas instalações da Escócia, Reino Unido, desde 1950. “Até hoje a fábrica da Escócia produz uma série de caminhões rígidos (de 35 toneladas a 100 toneladas) em uma gama de caminhões articulados (de 25 toneladas a 40 toneladas)”, explica o gerente.

Cabe destacar que, segundo o anunciado pela Volvo em dezembro, a marca Terex seria utilizada durante um período de transição, que deveria terminar no segundo trimestre de 2014. Avaliada em aproximadamente US$ 160 milhões, a negociação, que quando anunciada esperava ainda a aprovação regulamentária, inclui a fábrica principal em Motherwell, na Escócia, e duas linhas de produtos que tem caminhões rígidos e articulados. Além disso, inclui o fornecimento de caminhões para os Estados Unidos e a participação de 25,2% na empresa Inner Mongolia North Hauler S.A. (NHL), que fabrica e vende caminhões rígidos da Terex na China.

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