Os múltiplos benefícios e a validação das Construtechs

La proliferación de startups en el sector construcción se trata de un cambio de mentalidad, una transformación en la industria. A proliferação de empresas iniciantes no setor da construção civil é uma mudança de mentalidade, uma transformação na indústria (Foto: AdobeStock/Blue Planet Studio).

Muitos ousam dizer que elas podem ser consideradas “a luz no fim do túnel”, trazendo soluções e caminhos para guiar mineradoras, construtoras, empreiteiras, indústrias de materiais, imobiliárias, empresas de arquitetura e até governos: são as, agora conhecidas e difundidas, construtechs.

É uma mudança de mindset, uma transformação que, se absorvida, pode ser encarada como elucidativa e dinâmica.

Uma vigente Quarta Revolução Industrial?

Viu-se que, não só no Brasil como em escala mundial, surgem, com relativa frequência, novas empresas que buscam resolver problemas por meio de um modelo de negócios tangível envolvendo tecnologia. Mas para ganharem aceitação, essas start ups precisam, necessariamente e de maneira inflexível, apresentar-se como inovadoras, escaláveis, mutáveis e óbvio, rentáveis.

Isso graças ao gritante boom tecnológico visto nos últimos anos, que dilata a produtividade e a qualidade dos bens produzidos pelo setor, e funciona ainda como chamariz de investimentos nacionais e internacionais.

Especialistas do setor costumam dizer que, consagradamente, a construção civil é um segmento que poder ser considerado “atrasado”, ou seja, com pouca inovação e recheado de ineficiências.

Com um empresariado empenhado em reestabelecer a economia, presenciamos, ao contrário do previsto nos primeiros dias da pandemia, companhias crescendo. No entanto, quanto mais volumosa uma empresa, mais é preciso dar atenção aos seus processos, que ficam mais complexos. Neste cenário as construtechs podem ser consideradas uma reinvenção inescusável.

O Conceito de produtividade e digitalização

A produtividade de uma corporação passa pelo equilíbrio em estabelecer novas iniciativas empreendedoras, atendendo a demandas tecnológicas em todos os pontos da cadeia produtiva, as construtechs surgem como uma proposta para otimizar o mercado e fazer disso algo que traga geração e extração de valor.

Enquanto isso, a digitalização, que pode ir do desenvolvimento até o pós-obra, acelera resultados.

Trutec: mais de 2 mil obras cadastradas e 1 milhão de horas economizadas com o uso do ConstruCode.

Uma das maiores marcas quando se fala em construtechs é a Trutec, com soluções personalizadas, mais de 2 mil obras cadastradas e 1 milhão de horas economizadas com o uso do ConstruCode, plataforma de inteligência integrada criada pela empresa.

Alexandre Quinze, co-founder e CEO da Trutec, discorre sobre a relevância tanto nas economias globais quanto na evolução da sociedade: “Quando analisamos a Construção Civil e sua relevância tanto nas economias globais quanto na evolução da sociedade, chegamos à conclusão que construir faz parte do nosso DNA. Desde o nascimento da humanidade, quando decidimos viver em cavernas, nos preocupamos em ter boas edificações. Houve muitas melhorias em termos de materiais e métodos, mas o processo construtivo pouco evoluiu ao longo dos anos.”

Mercado passa por um processo de constante amadurecimento, avalia a Terracotta Ventures.

Para ele, muito além do conceito ser importante, revela-se sua urgência e pragmatismo: “As construtechs ajudam a reduzir o déficit habitacional no país, ajudam a corrigir o número de residências insalubres e ajudam muito reduzir a quantidade de resíduos gerados pela indústria. Elas representam uma das melhores alternativas ao crescente custo de materiais e melhoria tanto da saúde e sustentabilidade das edificações quanto das margens das construtoras.”

As construtechs trazem ao cenário atual excelentes perspectivas para mineradoras, indústrias, empreiteiras, imobiliárias, profissionais da engenharia e arquitetura a todos os agentes da cadeia de produção da construção civil.

Mas para entender melhor seu funcionamento, há de se esclarecer que nem todas são iguais. Ou seja, estamos falando de uma elevação, mas que precisa ser compreendida.

Na busca dessas compreensões, temos as seguintes definições:

Segundo a Construtech Ventures (primeiro Venture Builder do mundo focado em startups do setor de construção e imobiliário), fica possível entender as categorias de construtechs levando em conta seu nicho de atuação:

Construtechs ou Contechs: termo utilizado nos EUA, refere-se às startups focadas em resultados chave para o canteiro de obras; buscam possibilidades de inovação para quem está disposto a desenvolver soluções para a construção civil.

Proptechs: são as startups voltadas para soluções relacionadas às propriedades; Property Technology (tecnologia de propriedades, traduzindo literalmente) é um termo, e na sua versão resumida: proptech.

Greentechs: propostas tecnológicas que fomentam inovação e tecnologia com sustentabilidade ambiental; startups verdes, elas unem tecnologia e sustentabilidade para o bem do planeta e dos negócios.

Infratechs: atuam no setor de infraestrutura pesada; startups ágeis que atendem diversas necessidades financeiras dos clientes.

Introdução disruptiva.

La nueva división de negocios de Gerdau, invierte en lotes de aceleración de startups. A nova divisão de negócios da Gerdau investe em lotes de aceleração da partida.

Em 2012, segundo levantamento da Terracota Ventures, principal empresa de venture capital da América Latina do setor, o país tinha 350 construtechs e protechs em atuação. Neste ano, chega-se a 955 startups ativas, que atuam na construção, criação de projetos, aquisição e venda de propriedades.

Um avanço de 13,82% em relação à edição anterior do estudo. Nos últimos seis anos, o setor cresceu 282%, provando que se mantém aquecido.

“O que de fato está acontecendo em termos de expansão das construtechs e de soluções voltadas ao canteiro de obras no Brasil e na América Latina, hoje, é resultado de um volume de investimentos bastante significativo, que se intensificou a partir do ano de 2017. O que estamos experienciando em termos de digitalização neste mercado é um processo de amadurecimento desses investimentos e das empresas de tecnologia investidas, que provavelmente aconteceria com ou sem as demandas mais latentes na crise sanitária.”, avalia Marcus Vinicius Anselmo, co-founder & managing partner da Terracotta Ventures.

Para o executivo, por aqui, estamos na primeira onda das construtechs, que é a fase de digitalização básica do canteiro de obras. Muitas vezes ficamos restritos a algumas ferramentas que ajudam, mas não mudam a operacionalização da obra hoje no comparativo com o que era feito há alguns anos — a exemplo do uso de QR Code para acesso da documentação de uma construção, que não altera a essência do canteiro de obra.

É importante ressaltar que estamos na superfície de um mercado promissor e temos muito espaço a ser explorado quando se trata de transformação digital, porém estamos aquém da Europa e dos Estados Unidos. São eles que estão na frente em termos de inovação, porque vivenciam uma terceira geração tecnológica, em que o uso de inteligência artificial e de realidade aumentada já está presente dentro da obra.

A pandemia gerou uma mudança de comportamento na qual as pessoas começaram a se comunicar de forma mais digital e, por consequência, as empresas — não só do ramo da construção civil, mas de diferentes setores — também perceberam a necessidade de digitalizar os seus processos. No entanto, a adoção de soluções tecnológicas e o crescimento dos investimentos nas construtechs é anterior à pandemia de covid-19: existe muito mais um efeito de correlação e não de causalidade da pandemia na adesão tecnológica no setor da construção civil.

Outro fator que demonstra a onda azul são os investimentos realizados no ano passado.

Foram realizadas 67 rodadas que movimentaram cerca de R$ 5,83 bilhões em aportes. Já o volume investido em early stage, etapas iniciais da jornada de uma startup, movimentou R$ 634 milhões, um crescimento de 87% comparado a 2021. Estes investimentos impactam na economia e na criação de novos empregos.

Alessandra Costa, Gerente de Inovação da Bild Desenvolvimento Imobiliário e Vitta Residencial, construtoras e incorporadoras, acredita que hoje ainda vemos startups que atuam de maneira pontual, solucionando dores de uma pequena parte do processo produtivo. Após o amadurecimento e evolução destas startups, a tendência é que haja uma consolidação das soluções e isso irá trazer um processo automatizado de ponta-a-ponta.

Puntopartes ha desarrollado el primer mercado de repuestos, todo concentrado en un solo lugar. A Puntopartes desenvolveu o primeiro mercado de reposição, todos concentrados em um só lugar.

Juntas, as construtoras possuem mais de quinze anos de atuação, 2.700 colaboradores, 35 sócios regionais - que cuidam de empreendimentos em cidades específicas - e já impactaram mais de 4 milhões de pessoas.

“As construtechs, assim como startups de qualquer outro setor, são negócios de risco maior. Elas estão desbravando uma trilha nova, criando negócios que não existem. Replicar um negócio existente e desenvolver melhorias é bastante diferente de descobrir uma dor que atinge um mercado relevante e desenvolver uma solução inovadora. O setor da construção é um setor bastante tradicional, e precisa experimentar a inovação aos poucos. Não há como fugir. A transformação já iniciou. Quem não se preparar, corre o risco de desaparecer nos próximos anos.”, corrobora.

Novos modelos de negócio com potencial alto de crescimento e escalabilidade

Ou seja, o que se procura são respostas relevantes (na conjugação das dimensões econômica, social e ambiental) e assim, efetivamente, multiplicar e impulsionar o empreendedorismo de base tecnológica para resolver grandes desafios de moradia e infraestrutura no Brasil e no planeta, porque não dizer.

Assentir sua fatia de espaço em mercados que estão sendo criados pela própria concepção, incontroversa, da transformação inovadora e revolucionária que irrompe.

São considerados desafios infamados pelas Constrtuechs:

Aluguel de equipamentos;

Agilidade na captação de mão de obra local;

Otimização na logística de materiais;

Redução do tempo de tratamento térmico em soldagens;

Agilidade no lançamento de cabos em tubulações;

Apontamento de produção em tempo real;

Caracterização de solos otimizada;

Compactação de solos em climas desfavoráveis;

Canteiros sustentáveis;

Gestão remota.

German Vega - Fundador e CEO da Beelder, de El Salador avalia que na medida em que os construtores começam a elevar as regras do jogo, se abrem e ajudam os desfavorecidos da indústria, (tipicamente jovens sem cabelos brancos), que estão procurando espaço para desafiar o status quo dos grandes garotos tradicionais, nessa mesma medida começa-se a ver mais eficiência e competição no fornecimento de materiais e serviços na indústria.

“Isto não tem nada além de vantagens para toda a indústria e qualquer um que resista a isto, sem dúvida acabará como o Blockbuster.”, é taxativo.

Beelder é uma nova tecnologia de construção que procura transformar o processo de acesso, comparação, seleção e contratação dos principais recursos para projetos de construção em uma experiência que leva minutos.

Selecionar máquinas e equipamentos de construção, materiais e encontra pessoal temporário nas áreas de projeto são atividades que consomem quase 50% do tempo de execução de um projeto. Este tempo valioso pode ser reduzido ao ter toda a gama de opções em um só lugar, e onde posso evitar sempre comprar por “conveniência” do mesmo fornecedor, deixando de fora opções melhores no mercado que de outra forma não teriam visto a oportunidade de oferecer.

Embora neste momento eles estejam apenas na América Central, os planos incluem a abertura do México, Colômbia e Brasil muito em breve.

“Somos um dos dois setores mais atrasados e hoje não podemos negar que a tecnologia corta processos, tempo e assim economiza dinheiro. Hoje ninguém iria a uma estação para enviar um telegrama que chegaria em um envelope de papel à casa de alguém em poucos dias. Todos nós tomamos como certo que o envio de mensagens instantâneas está resolvendo isso. Sem papel, sem intermediários, sem tempos de espera.”, ele reitera.

Na ponta do lápis:

A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) atualmente no Brasil mantém mapeadas 13.543 startups. Em relação aos segmentos de atuação, dentre os 45 setores identificados, o segmento de construção civil ocupa o 22º lugar, reunindo 1,67% das startups brasileiras e o segmento imobiliário ocupa o 25º lugar, o equivalente a 1,36% das startups do país.

A Gerdau Next Ventures, fundo de corporate venture capital e aceleradora de startups da Gerdau Next, divisão de novos negócios da Gerdau, investe em batchs de aceleração de startups. Busca soluções inovadoras e oportunidades de negócios no setor de logística e supply chain.

O último batch foi organizado pela Gerdau Next Ventures em parceria com a Randon Ventures, iniciativa das Empresas Randon destinada para investimentos em startups, e tem o apoio da Liga Ventures, rede de inovação que tem como foco startups da América Latina.

O modelo adotado neste programa, com duração de 16 semanas, foi de temática de inovação aberta e equity free, com o objetivo de gerar novos modelos de negócio entre as startups e as duas companhias, seja por meio de investimentos ou parcerias estratégicas.

“O empreendedorismo e a inovação aberta são pilares da estratégia de negócios da Gerdau Next”, diz Juliano Prado, vice-presidente da Gerdau. “Buscamos impulsionar segmentos e serviços fundamentais para o setor de logística, como gerenciamento de estoques e armazéns, fidelização, gestão de frotas, last mile e logística reversa, como exemplos. Esperamos que as startups selecionadas nos ajudem a aumentar a eficiência e produtividade do segmento, contribuindo para a solução de grandes desafios da sociedade.”

Desde 2018, a Gerdau já opera no segmento por meio da G2L, sua operadora logística digital multimodal criada a partir de um projeto de empreendedorismo interno. Presente hoje em 12 estados, a G2L atende mais de quatro mil cidades em todo o país com soluções tecnológicas a fim de promover as melhores experiências.

Participar do 3º batch de aceleração se alinha diretamente à tese de investimentos da Randon Ventures, analisa Mateus de Abreu, diretor de Negócios e Estratégias Digitais das Empresas Randon e diretor da Randon Ventures. “A companhia busca potencializar startups com iniciativas que beneficiem o setor de maneira geral, por isso é tão importante apoiar ideias inovadoras para o segmento de logística”, destaca.

A Gerdau Next Ventures investe em startups com alto potencial de crescimento e conexão estratégica com as verticais de construção, mobilidade e sustentabilidade, buscando parcerias vencedoras para transformar negócios e sociedade. Seus dois batches anteriores contaram com a inscrição de mais de 300 startups no Brasil e na América do Norte.

Outra expoente do setor é a Puntopartes, uma start-up argentina com projeção global. A empresa desenvolveu o primeiro mercado de peças de reposição para máquinas para encontrar todas as peças que em um só lugar no país com preços competitivos e atenção especializada.

Para Juan Pica, fundador da empresa, fica claro que as empresas que trabalham para desenvolver novos produtos e processos são de alto risco e nem todos eles prosperam. Certamente, melhores condições de financiamento e apoio aumentariam a velocidade da inovação na região.

“Com uma visão de longo prazo, a inovação virá inevitavelmente, e algumas das empresas que a impulsionam serão bem-sucedidas.”, aponta.

O executivo alega que incorporar a inovação é incremental. É um processo contínuo e gradual que precisa principalmente da decisão de assumir alguns riscos para alcançar melhores resultados com métodos novos ou experimentais.

“Da Puntopartes estamos propondo a mudança e encontramos muitas empresas que nos adotam como uma inovação para adquirir peças e peças de reposição para suas máquinas, tornando seus processos rápidos, fáceis e seguros.”, aduz.

Economicamente o setor deve se destacar muito ainda nos próximos anos e o cenário mais previsível aponta para um crescimento consistente das startups e um mercado que reagirá positivamente à todas as benesses rutilantes de tanta modernidade.

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