Os investimentos em trens e metrôs são realizados na América Latina

Novas malhas ferroviárias, recuperação e modernização de algumas antigas e novas linhas de metrô estão assumindo o portfólio de projetos de infraestrutura na América Latina.

A CLA avaliou cinco iniciativas que, se concretizadas, injetariam investimentos da ordem de US$ 10.238 milhões. Trem de alta velocidade México-Querétaro Trem de alta velocidade.

Tren de alta velocidad Trem de alta velocidad. Foto: photo_HYANG

Um dos principais projetos de infraestrutura atualmente ‘circulando’ nas pastas de projetos é o Trem de Alta Velocidade México-Querétaro, que, embora tenha sido apresentado como uma das grandes iniciativas para reativar a economia mexicana, foi paralisado por meses, e embora o Ministério das Comunicações e Transportes informe que sua retomada poderá ocorrer em junho, ainda não há proposta da iniciativa privada para iniciar sua construção.

Este projeto está em andamento há mais de sete anos. Na verdade, em 2014, teria sido concedido a um consórcio liderado pela China Railway Construction Corporation, mas foi posteriormente cancelado devido a possíveis casos de corrupção e tráfico de influência. A verdade é que, em outubro do ano passado, a iniciativa, que envolveria investimentos da ordem de US$ 2.656 milhões, estava incluída no primeiro pacote de obras de infraestrutura do programa de infraestrutura 2020-2024. Inicialmente, o projeto consiste na construção de uma linha de trem de alta velocidade de via dupla com extensão aproximada de 210 quilômetros, que ligaria a Cidade do México a Querétaro em apenas 58 minutos.

É de se esperar que, mais cedo ou mais tarde, haja notícias sobre a licitação deste projeto, que seria tão importante para a economia mexicana.

Argentina: construindo uma ponte sobre o futuro Ferrovia San Martín. 

A Argentina está imersa em seu Plano de Modernização do Transporte Ferroviário, rede que inclui as linhas Belgrano Cargas, San Martín Cargas e o trem Norpatagónico, investimentos que juntos demandariam cerca de US$ 4.695 milhões. Um dos pontos mais importantes diz respeito à reforma de 1.813 quilômetros de trilhos do corredor Buenos Aires-Rufino-Rosario-Mendoza da Estrada de Ferro San Martín, operada pela Trenes Argentinos Cargas, em uma obra que demandaria investimentos de cerca de US$2,6 bilhões. Para financiar esses dois projetos ferroviários, o governo argentino firmou acordos com empresas chinesas, entre as quais se destaca a China Railway Construction Corporation.

Expandindo o metrô do Chile

O Chile participa com dois projetos entre os cinco maiores da região, ambos relacionados à expansão do Metrô de Santiago. Em Julho, foi obtida a aprovação ambiental da futura Linha 7, projecto que terá 26 quilómetros de extensão e 19 estações que vão ligar as comunas de Renca e Vitacura. As obras, avaliadas em cerca de US$ 2.500 milhões, teriam início no decorrer deste ano de 2021 e a linha estaria operacional em 2027. Serão comprados 37 trens sem direção humana. Embora ao longo de toda a sua história o Metro de Santiago só tenha adquirido material rodante da francesa Alstom e, mais recentemente, da espanhola CAF, especula-se que a chinesa CRRC é uma candidata firme.

México

Trem de alta velocidade México-Querétaro US$2.650 milhões
Argentina Renovação da San Martín Freight US$2.600 milhões
Chile (Santiago) Linha 7 US$2.500 milhões
Chile (Santiago) Linha 8 US$1.900 milhões
Brasil Linhas 8 e 9 (São Paulo) US$588 milhões
Total: US$10.238 milhões

Por sua vez, a Linha 8 ia ser licitada em março de 2020, mas o processo foi declarado nulo e ainda não há novas datas definidas. O projeto, que considera uma área de 18,7 quilômetros e 14 estações, contaria com investimentos de mais de US$ 1,7 bilhão.

Modernização das linhas 8 e 9 em São Paulo

Em abril o consórcio Via Mobilidade, formado pelas empresas CCR e RuasInvest, obteve a concessão para exploração, conservação, manutenção, modernização das instalações existentes, construção de novas estações e aquisição de novos comboios nas linhas 8 (Diamante) e 9 (Esmeralda ) do metrô de São Paulo. Ressalte-se que é a primeira vez que se oferece ao setor privado linhas administradas pela Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM), pois até o momento apenas novas linhas de metrô haviam sido outorgadas à iniciativa privada.

O consórcio vencedor não é novidade nestes eventos, pois possui as linhas 4 (amarela), 5 (roxa) e 17 (dourada). Dentro da nova infraestrutura prevista pela Via Mobilidade, existem duas estações (Lapa e Ambuitá) na Linha 8 e três (João Dias, Mendes-Via Natal e Varginha) na Linha 9, além da modernização e readequação de 35 estações. A nova operadora terá de fazer investimentos de cerca de US$ 588 milhões em infraestrutura e material rodante.

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