O clube dos €40 bilhões

Com receita conjunta de €39,6 bilhões, as 100 principais empresas de locação do mundo trabalharam duplo para se expandir no ano passado, mesmo em meio a um mercado global imprevisível.

Em bases iguais (excluindo-se o efeito de flutuações cambiais entre 2014 e 2015), o valor do ranking IRN100 cresceu 5% de ano a ano, destacando-se o desempenho das cinco maiores companhias, cujos faturamentos cresceram 13%, e chegaram a €12,3 bilhões, a taxa de câmbio constante, e €13,4 bilhões em termos reais.

Grande parte deste crescimento se deve a companhias norte-americanas, que ainda disfrutavam de um entorno econômico dinâmico, ao menos até a segunda metade do ano, quando a crise do petróleo e gás começou a se fazer notar.

A maior companhia de locação do mundo continua sendo a norte-americana United Rentals, que obteve um faturamento superior a €5 bilhões. As britânicas Ashtead (que também é dona da Sunbelt nos EUA) e Aggreko (especialista em locação de equipamentos de energia) mantiveram as posições número 2 e 3 na tabela, com receitas de €3,2 bilhões e €2,1 bilhões, respectivamente.

A japonesa Aktio, que está em quarto lugar, gerou €1,5 bilhão em 2015, enquanto a norte-americana Algeco obteve €1,4 bilhão.

Em termos regionais, as receitas das grandes locadoras japonesas se mantiveram praticamente planas (após ajustes de taxa de câmbio), enquanto na Europa, as receitas das 50 maiores companhias aumentaram ao redor de 4% interanuais: grande parte deste crescimento foi através de aquisições e por meio dos crescentes faturamentos nas maiores empresas de locação do Reino Unido.

Os grandes desafios do setor em 2015 foram a crise da indústria do petróleo e gás, ajustes nas frotas e uma dura competição pelo mercado. A volatilidade das taxas de câmbio afetou principalmente as multinacionais de locação, que operam com diferentes moedas. Não obstante, o setor como um todo conseguiu crescer no mercado de locação de máquinas de construção, além de acomodações portáteis e energia.

Na América Latina a história é diferente. Com a instabilidade política e econômica em suas maiores economias, além dos baixos preços das commodities, o setor de locação se viu gravemente afetado.

América Latina

Apenas quatro companhias da região conseguiram estar este ano entre as 100 maiores do mundo: a Mills Estruturas e Serviços de Engenharia (72ª), a chilena SK Rental (76ª), a mexicana Madisa (82ª) e a chilena Komatsu Cummins Chile Arrienda (93ª).

A Mills obteve no ano passado uma receita equivalente a €127 milhões, o que foi suficiente para mantê-la como a principal empresa latino-americana do setor, ainda que registrando uma queda brutal, passando do posto 49 ao atual 72.

A SK Rental registrou faturamento de €122 milhões em 2015, desta forma caindo cinco posições na tabela deste ano na comparação com o ano passado. Neste sentido, a Madisa se mostrou mais estável, porque manteve sua 82ª posição com faturamentos de €111 milhões.

Por fim, a Komatsu Cummins Chile Arrienda declarou receitas de €90 milhões, mas entre as latino-americanas foi a única que registrou crescimento na tabela IRN100, passando da posição 106 para a 93.

As brasileiras Solaris Equipamentos e Serviços, A Geradora Aluguel de Máquinas, e Makro Engenharia ficaram de fora das 100 maiores.

Uma interessante contribuição latino-americana ao crescimento do rental mundial se deu através da aquisição de 25% da empresa brasileira Degraus por parte da gigante francesa Loxam. A empresa europeia subiu um posto, firmando-se na oitava posição mundial, após seu investimento no Brasil. Embora o mercado brasileiro esteja muito mal, a Loxam sempre declarou que sua opção é de longo prazo, e espera lucros mais expressivos nos próximos 20 anos.

Potencial global

Que o faturamento total registrado pelas maiores companhias de locação de máquinas do mundo tenha crescido é um dado positivo revelado pelo IRN100. Porém, talvez o mais interessante seja que este crescimento não mostra um mercado encerrado em gigantes historicamente consolidados, e sim bastante fragmentado e local.

Tome-se como exemplo a United Rentals, que com seus €5 bilhões de receita continua sendo dona de apenas 12% do maior mercado do mundo. Se o principal mercado do mundo está aberto à competição, os países emergentes são um campo aberto.

Assim, não apenas a China, o Sudeste Asiático e a Índia são mercados promissores. A América Latina, quando retomar seu crescimento, também demonstra um enorme potencial de multiplicação de seu mercado de locação.

Para que este novo cenário de desenvolvimento do mercado regional de locação se torne realidade, não basta esperar mais investimentos em infraestrutura pesada nas principais economias. A aquisição sem critério e precipitada de mais e mais frota em momentos de alta sempre traz consigo o risco de liquidação de máquinas quase novas a preços baixos ao primeiro sinal de retração econômica.

Todos os especialistas em locação afirmam, unanimemente, que a profissionalização do setor é a chave para seu desenvolvimento.

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Notas e agradecimentos

International Rental News agradece a todas as empresas e pessoas que contribuíram com informações para este estudo. Se você tem algum comentário ou quiser ser incluído no próximo ano, contate a editora da IRN, Helen Wright, no telefone tel: +44 (0) 1892 786209 ou no email: [email protected]

O ranking está baseado em receitas de locação de 2015 (ou exercício mais recente) e inclui vendas de frotas usadas e reposições e consumíveis. A venda de equipamentos novos foi excluída do levantamento.

As cifras marcadas com (Est) são estimativas da IRN e, como nos anteriores, as rotuladas com (1) são tomadas do estudo anual publicado em maio de 2016 pela revista norte-americana RER (Rental Equipment Register).

As receitas foram convertidas a euros pelas taxas de câmbio em 31/12/15.

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