Novo Canal do Panamá será inaugurado 26 de junho

21 June 2016

Panama Canal

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A ampliação do Canal do Panamá será inaugurada oficialmente no domingo 26 de junho. Considerada a maior obra civil em execução no mundo atual, a construção de um terceiro jogo de eclusas para a via, além de muitos outros projetos associados, chega à conclusão após nove anos marcados por conflitos contratuais e possível competição proveniente de países vizinhos.

A via interoceânica será entregue no domingo pelo consórcio Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), que foi contratado pela Autoridade do Canal do Panamá (ACP) em 2007. Sua megaobra permitirá que navios de até 13 mil TEU (contêiner de tamanho padrão) passem pelo canal. Hoje em dia, apenas navios de menos de metade desta capacidade podem atravessar o Panamá pela via.

Com isto, o Canal do Panamá se coloca definitivamente no século 21, fazendo-se capaz de atender à crescente demanda por produtos do comércio internacional. O grande projeto custou ao país centro-americano um total de US$ 5,4 bilhões.

Expectativas

Agora é momento de festa no Panamá. Para o administrador da ACP, Jorge Quijano, o planejamento do futuro da via continua. Ainda que não para um prazo muito curto, Quijano já deu declarações sobre um quarto jogo de eclusas, o qual, se chegar mesmo a acontecer, será uma nova ampliação.

“O quarto jogo de eclusas creio que será sim necessário, mas imediatamente terminado isso aqui, o que vamos fazer é continuar os estudos que determinarão não apenas como deve ser, mas também quando deve ser”, afirmou o presidente da ACP. Aos jornais panamenhos, Quijano admitiu que dentro de um prazo de dez anos poderá haver planos de uma nova ampliação já em andamento.

Conflitos

A história desta ampliação foi marcada por um grande conflito contratual entre a ACP e o consórcio, em 2013 e 2014. Naquele momento, o consórcio solicitou um pagamento adicional de US$ 1,6 bilhão, o que elevaria o preço total da obra em mais de 30% em relação ao orçamento original.

A ACP levou o caso à arbitragem internacional, e decidiu não pagar, o que levou o consórcio a paralisar as obras por um período de cerca de duas semanas. Esta foi uma das razões para o intenso atraso nas obras, que quando começaram estavam previstas para terminar em 2014.

Finalmente, a arbitragem internacional deu razão ao consórcio em vários de seus argumentos técnicos para solicitar o adicional. Mas não concordou com todos os valores que pedia. Não obstante, foi uma derrota para a ACP, que se viu obrigada a pagar multas e parte do que havia pedido o GUPC.

Competição

Diante de tudo isso, a vizinha Nicarágua anunciou e começou os trabalhos para a construção de outro canal interoceânico. De acordo com representantes de ambos os projetos, o panamenho e o nicaraguense, os dois canais não competem por navios da mesma capacidade. O Canal da Nicarágua, quando estiver pronto, poderá receber navios de muito maior capacidade.

Mesmo assim, será uma alternativa para as companhias de transporte marítimo. Além disso, não se tem claro ainda quais as condições de preço que serão aplicadas no futuro canal nicaraguense, que será construído e operado pela concessionária chinesa HKND. Apenas quando se souber isto, se poderá verificar se os dois canais, tão próximos e com funções tão similares, vão ou não competir diretamente pelo mesmo segmento de serviço ao comércio mundial.

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