Nicarágua dividida por construção do canal
11 December 2014
A construção do Canal da Nicarágua, projeto que significará investimento de US$50 bilhões, tem o país dividido.
Setores compostos por grupos ambientalistas, comunidades indígenas e parte da população, se opõem firmemente ao projeto. Há alguns dias, centenas de pessoas foram à rua para protestar.
Um dos argumentos contra da construção do canal, tem a ver com as consequências ambientais que ele traria. Segundo os opositores, os estudos de impacto que foram solicitados pela Nicarágua não estão prontos, isso somado ao fato de que a população indígena ainda não chegou a um acordo indenizatório com o governo.
A participação da concessionária chinesa responsável pelo projeto, HKND Group, também tem sido alvo de críticas. Há algumas semanas, a empresa convocou licitação para a construção de uma rodovia de acesso ao local das futuras obras, a que após avaliação declarou deserta, apesar de que seis empresas nicaraguenses tinham participado do processo. A concessionário não entregou maiores detalhes para a não aceitação de nenhuma delas.
Apesar de tudo isso, autoridades do país, em conjunto com o HKND Group, já anunciaram oficialmente a data de início das obras para o dia 22 de dezembro deste ano.
No entanto, são muitos os que defendem o canal, e que afirmam que com o projeto haverá prosperidade econômica que favorecerá o desenvolvimento do país, e dará mais expectativas à população. A Nicarágua anouto um PIB anual per capita em 2013 de US$1.800 dólares, o mais baixo da América Latina.
A megaobra, que tem previsão para estar operativo em 2019, vai cruzar o país com uma largura variando entre 230 e 520 metros, e profundidade de até 30 metros. Além da construção do canal, o projeto abrange a construção de dois portos, um aeroporto, um lago artificial, uma zona de livre comércio e um complexo turístico, além de rodovias.