Mostrando a cara

03 August 2018

As betoneiras são a parte mais visível da indústria do concreto.

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Convicta

Não há uma concreteira na América Latina que não ponha a sua marca bem visível na sua frota de betoneiras. Claro, a sua função operacional é transportar o concreto usinado (além de muitas vezes também fazer a mistura no caminho, o que torna o equipamento ainda mais essencial). Por outro lado, o trajeto da concreteira até o canteiro de obras é uma oportunidade para a empresa fornecedora marcar presença na cidade, enquanto cumpre a função de entregar a tempo o material mais importante da indústria da construção.

No geral, estes equipamentos são considerados brutos e vistos como commodities. Atém disso, são expostos a uma rotina de abrasão, corrosão, lavagens e todo tipo de desgastes. No entanto, seguem sendo a cara mais visível de uma empresa fornecedora de concreto. Em tempos de cuidados às vezes extremos com imagem e identidade pública, não se deve deixar de lado a aparência e o potencial de marketing da sua frota de betoneiras. Mesmo não sendo, obviamente, o foco principal do investimento de comunicação, tem a sua importância.

Nestes duros tempos vividos pelo Brasil, a SITI, tradicional fabricante de betoneiras, investiu no mercado de reparos deste maquinário. Enquanto o seu mercado de novos equipamentos segue estável, a atividade de reparo vem crescendo. De acordo com o consultor técnico de vendas da SITI, Alex Nogueira, “o reparo de betoneiras é uma opção muito boa e rápida, o equipamento fica praticamente novo e pronto para o uso em um tempo similar ao de uma unidade nova”.

Com um fluxo constante de trabalho, a empresa realiza reparos em betoneiras de fabricação própria ou de outras marcas, provenientes de todas as partes do país. Segundo o representante, os equipamentos chegam na sede da SITI em condições muito ruins. Após um exame detalhado, é entregue um orçamento e, uma vez acordado, começa o trabalho de mudanças e melhorias. No restante da América Latina, a SITI tem presença em vários mercados, como Argentina, Chile, Equador e Venezuela.

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SITI

Economia

Obviamente, por mais importante que seja o marketing de uma concreteira latino-americana, a administração do seu negócio estará em primeiro lugar. E são notórios os altos custos de manutenção de uma frota de caminhões betoneira, com a manutenção automobilística típica do veículo e a constante limpeza do balão acoplado no retorno das operações de descarga.

Em momentos de dificuldades econômicas, uma operação como a de fornecimento de concreto usinado costuma sofrer impactos negativos. Uma coisa é trabalhar com uma clientela estável que demanda altos volumes. Outra bem diferente é buscar os pequenos consumidores de concreto, o que torna a carteira de clientes numerosa, com pedidos de quantidades menores e entregas espalhadas numa área geográfica maior.

Foi exatamente para resolver este problema do cenário brasileiro recente que a fabricante Convicta apostou muito no modelo Beton-Bomba. Se trata de uma bomba de concreto com capacidade de 30m³/h acoplada a uma betoneira, que funciona especialmente bem em obras de menores volumes. Lançado em 2012, o produto tem mais de 200 unidades vendidas até o momento.

“Antes da crise, as concreteiras estavam focadas em grandes obras, que demandavam ao menos 3.000 m3. Era um período bom porque elas conseguiam prever os custos variáveis de cada mês e os seus departamentos comercial, financeiro e operacional geriam isso com facilidade”, explica a executiva da Convicta Suelen Prudente.

“Agora, sem as obras de grandes volumes, as empresas precisam buscar o mercado de menor capacidade, e para atingir os mesmos 3.000 m3 a empresa precisa triplicar a sua operação comercial. Atém disso, a operação de tantas entregas de pequeno volume é um grande desafio. Com o mesmo número de betoneiras e de bombas, são feitas até 20 entregas no mesmo dia para cumprir a meta de sobrevivência”, relata.

Segundo Prudente, a Beton-Bomba pode economizar recursos da concreteira de várias maneiras. Uma delas, por exemplo, é com a obtenção de licença veicular (um caminhão, ao invés de dois, levando em consideração que seria um para a betoneira e outro para a bomba). Vale destacar também a menor necessidade de trabalhadores na operação conjunta de betoneira e bomba, a menor necessidade de manutenção, e o menor tempo para a recuperação do investimento inicial devido às economias geradas pelo equipamento. E mesmo com a bomba e a betoneira incorporados no mesmo chassi, o modelo Beton-Bomba da Convicta permite a operação em separado. “Se a betoneira apresenta um problema, a bomba segue funcionando, e vice e versa”, complementa Prudente.

Tecnologias

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Liebherr

Longe da noção tradicional de um equipamento simplório e sem sofisticação, as betoneiras aos poucos vão tomando espaço entre o maquinário mais tecnológico da construção civil. O que não chega a ser uma surpresa neste contexto industrial onde todas as empresas buscam um “algo a mais” para se diferenciar da concorrência.

No geral, essa vantagem competitiva passa por agregar tecnologia à oferta, sem deixar de lado as necessárias economias operacionais dos clientes. Um exemplo disto é a Liebherr, que fabrica no Brasil betoneiras para toda a operação latino-americana.

O sistema EMC BR da fabricante alemã é um controle integrado da betoneira, o que propicia um aumento da produtividade ao permitir ao operador acionar os comandos sem deixar a cabine. No entanto, a ferramenta da Liebherr tem uma inovação ainda mais interessante: o sistema de aceleração do caminhão é integrado ao da betoneira com opções de controle. Batizada de Tráfego, esta função possibilita desassociar a aceleração do motor do veículo à do balão acoplado, mantendo a rotação do balão constante mesmo que o caminhão mude de velocidade.

Os resultados esperados com esta inovação são diminuir o desgaste do balão no longo prazo, reduzindo a necessidade de manutenção, e economizar combustível, ao destinar menos potência do motor ao balão. Além disso, o equipamento conta com dispositivos de segurança para evitar que pessoas não autorizadas intercedam na operação, e com uma válvula de emergência que permite o descarregamento completo do concreto mesmo com uma pane elétrica no veículo.

Novas tecnologias do setor também vêm da Argentina. Localizada na província de Córdoba, a Indumix tem a capacidade de produzir cerca de 30 betoneiras por mês. Em uma recente entrevista à Concreto Latino-Americano, a empresa afirmou que tinha planos de ampliar ainda mais a capacidade de produção para alcançar o limite de 36 novas unidades por mês.

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Indumix

A Indumix investiu em detalhes para diferenciar as suas betoneiras da concorrência, como proteção nas rodas, câmeras de ré e outros elementos de customização, que podem proporcionar uma experiência particular para cada concreteira.

Fabricante tradicional, a Indumix já atingiu a marca de 3.000 betoneiras vendidas desde a fundação em 1993. Atém do mercado interno argentino, a empresa tem equipamentos presentes no Brasil, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Peru, e este ano começou a investir no Chile.

Autocarregável

Uma solução que se tornou frequente em vários mercados da América Latina é a betoneira autocarregável (ou autoconcreteira). Basicamente são betoneiras com um balão menor, incorporadas a um veículo compacto manejado a partir de uma cabine e com uma caçamba de alimentação de agregados e areia. Esta caçamba permite produzir o concreto direto no canteiro de obras, tal qual uma pequena central de concreto automatizada.

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Fiori

Os veteranos da indústria podem duvidar destes equipamentos, afinal qual seria a diferença deles para as betoneiras elétricas de canteiro? Bom, a defesa vem das fabricantes destes maquinários.

A italiana Carmix, por exemplo, integrou nestes equipamentos sistemas muito avançados de controle da pesagem dos materiais componentes do concreto e de controle da mistura. Suas betoneiras autocarregáveis agora contam com dois sistemas digitais baseados em sensores.

Um deles é o Concrete Mate, que conta com quatro células de carga no balão e oferece ao operador 15 traços pré-definidos, com 99 tipos de materiais na sua base de dados. Ao escolher um traço, as células medem os pesos dos elementos dentro do balão e o sistema se encarrega de prepará-lo com exatidão. Com isso, a Carmix promete um desvio padrão entre 3% e 5%.

Seu outro sistema, o Promix, é uma sonda eletrônica envolta em aço inoxidável inserida no balão de mistura. Suas funções são registrar automaticamente as medidas de slump, temperatura e velocidade de rotação, e enviar um alerta de que a mistura chegou ao seu ponto ótimo, quando está pronta para a descarga. A tela digital do operador recebe atualizações a cada 10 segundos, e é possível armazenar os dados em dispositivos externos como computadores e celulares, com envio pela rede GPS.

Com estes dois sistemas, a Carmix assegura que suas betoneiras autocarregáveis têm o mesmo potencial de centrais de concreto automatizadas sobre rodas. De fato, o grau de controle é um diferencial significativo em relação às betoneiras elétricas de baixa tecnologia que produzem concretos com poucas especificações.

MIXERS 5

Carmix

Proveniente também da Itália, a Fiori é outra marca com forte presença na América do Sul, graças à fábrica no Brasil. O principal destaque é a linha DBX, com quatro modelos com capacidades de produção de 4 a 20 m3/hora de operação.

Entre as vantagens prometidas pela Fiori na linha de autocarregáveis, estão posicionamento da cabine à esquerda do chassi, descarregamento frontal do concreto, pá de carregamento com manejo hidráulico, concha mordente para carregar mais materiais, função big bag para cimento em sacos, entre outras características.

Em relação ao controle digital, a linha DBX também tem o seu diferencial: o Fiori Batching Controller oferece, por exemplo, controle total da bomba de água a partir da cabine, ajustes dos valores pré-definidos de cada componente, armazenamento de até oito componentes por mistura e de 32 componentes no total.

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Cristian Peters
Cristián Peters Editor Tel: +56 977987493 E-mail: cristiá[email protected]
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