Mão de obra: Qualificação e presteza

La idea es que los empleados sean protagonistas de su proceso de desarrollo. A idéia é fazer dos funcionários os protagonistas de seu processo de desenvolvimento (Foto: AdobeStock/Saravut).

Muito se tem falado sobre como a construção civil é um dos motores da recuperação da economia brasileira.

Os números não mentem: o setor de construção foi um dos primeiros a reagir e a mostrar a força da sua cadeia fechando o ano de 2020 com 8% de crescimento em volume e 11% em valor perante o ano anterior (referências: Fundação Getúlio Vargas, Sindicato da Construção Civil de São Paulo e CBIC – Câmara Brasileira da Indústria de Construção).

A performance da cadeia da construção civil seguiu positiva em 2021, segundo a CBIC, e a expansão em volume atingiu 7,6% versus 2020.

Com isso, o crescimento das vendas foi rapidamente refletido em novos empregos. E ainda bem.

Foram 244.755 vagas abertas, um incremento de 11,62% segundo o Caged – Novo Cadasto Geral de Empregados e Desempregados em relação ao ano anterior.

E a demanda do setor permanece aquecida. Por isso, presta-se cada vez mais atenção à um fator fundamental nessa pirâmide: a mão de obra.

Leia-se então: a busca por profissionais capacitados que executem suas atividades com primor é alta.

Evidenciando a sua importância

Toda vez que é fechado um novo contrato, vem a preocupação com as contratações e o cumprimento dos prazos de entrega.

A demanda por nova infra-estrutura em todo o mundo significa uma maior demanda de mão-de-obra - o investimento da Índia de US$ 1,35 trilhão através do Plano Diretor Gati Shakti e o projeto de lei de infra-estrutura do Presidente Biden de US$ 1,2 trilhão são apenas dois exemplos de todo o mundo. Há inúmeros outros exemplos.

Um dos maiores problemas que a indústria enfrenta é a falta de trabalhadores qualificados. Desde a construção de estradas até pontes, há muito planejamento para 2022 e anos subsequentes.

Las empresas han entendido que tener empleados capacitados es necesario para mejorar su desempeño. As empresas compreenderam que é necessário ter funcionários qualificados para melhorar seu desempenho. (Foto: AdobeStock/Sunti)

O X da questão

E esses gargalos na contratação de mão de obra qualificada no setor da construção se intensificaram nos últimos meses, segundo levantamento feito pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em fevereiro deste ano.

O problema afeta principalmente as empresas de pequeno porte, diz a entidade.

Revelou-se que 9 em cada 10 construtoras afirmam ter dificuldade para contratar mão de obra - pelo menos 89% das empresas consultadas em todo o país. O estudo alerta para uma redução gradativa no número de trabalhadores nesse setor: em 2021, o percentual era de 77%.

A elaboração e aplicação de inovações tecnológicas e o uso de modernas técnicas construtivas pode colocar em xeque a qualidade e a ciclicidade da mão de obra que se faz necessária numa desterminada construção.

Cada vez se presta más atención a un factor fundamental en la construcción: la mano de obra calificada. Cada vez mais atenção está sendo dada a um fator chave na construção: mão-de-obra qualificada (Foto: AdobeStock/Mongkolchon).

São duas as maneiras em que podemos avaliar tal quadro, com dois aspectos: quantitativos e qualitativos.

No critério quantitativo mais utilizado para classificar as empresas é o número de funcionários empregados, e no qualitativo, a formação e capacitação de cada um envolvido.

Ao longo dos anos, muitas empresas optaram, graças ao acirramento da concorrência empresarial, em concentrar os seus esforços no seu negócio central, subcontratando de outras empresas (terceiros) atividades.

Desta forma, tem sua atenção em um número cada vez menor de atividades, a empresa reduz o número de processos e pode racionalizar a sua estrutura administrativa, contando ainda, com maiores possibilidades de realizar suas atividades com eficácia.

Para existir um futuro tecnologicamente integrado, é preciso fomentar agora a formação de profissionais qualificados

Estamos em 2022 e os assuntos mais comentados por todos os setores giram em torno de 5G, Inteligência Artificial, Metaverso, Indústria 4.0, Business Intelligence e Big Data, Cidades Inteligentes, Ciência de dados, Realidade Virtual, entre outras inovações e integrações tecnológicas.

La demanda de nueva infraestructura en todo el mundo significa una mayor demanda de mano de obra. A demanda por nova infra-estrutura ao redor do mundo significa uma maior demanda de mão-de-obra (Foto: AdobeStock/Tong2530).

Embora muitos destes temas já sejam palpáveis, outros ainda têm um importante caminho a ser percorrido até a aplicabilidade. Isso acontece, não apenas porque muito ainda depende da implementação real e irrestrita do 5G, mas também por falta de profissionais especializados.

Segundo Luciano Freire, Pró-reitor do Centro Universitário Facens, grandes empresas e os principais governos do mundo estão empenhados no desenvolvimento de novos sistemas e tecnologias, com o objetivo de integrar e facilitar a vida dos cidadãos, assim como reduzir custos e ampliar receitas. Contudo, Freire explica que este processo não acontece do dia para a noite e que há falta de mão de obra especializada no mercado, o que gera ainda mais demora na concepção e realização destas mudanças.

“Quando falamos de Cidades Inteligentes, por exemplo, algo almejado por grandes metrópoles globais e outras cidades com pensamento vanguardista, precisamos considerar que estão envolvidas inúmeras especialidades, como Business Intelligence e Big Data, Ciência de dados, Inteligência Artificial, entre outras. Além disso, há o papel fundamental da implementação do 5G para a efetivação destes projetos. Tudo isso necessita de especialistas nestas e em outras áreas, algo ainda muito escasso. Por isso, é preciso incentivar e propagar a necessidade de formação de mais profissionais do futuro, porque o futuro já chegou”, explica Regiane Relva Romano, Diretora do Smart Lab Facens.

Inserir-se nesta seara é algo possível para todos os profissionais que têm vontade. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso fazer um novo curso superior para se especializar ou migrar de carreira. Atualmente, há diversas opções de pós-graduação que proporcionam conhecimento e certificação suficientes para que esta transição seja possível.

“Es importante incentivar y difundir la necesidad de formar más profesionales del futuro, porque el futuro ya llegó”, dice Regiane Relva Romano, de Smart Lab Facens. “É importante incentivar e divulgar a necessidade de formar mais profissionais do futuro, porque o futuro já chegou”, diz Regiane Relva Romano da Smart Lab Facens (Foto: AdobeStock/Bannafarsai).

Algumas entidades como Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-RIO) , Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Sindicato da Indústria da Construção Civil de Joinville (Sinduscon), Secretaria de Estado de Trabalho do Distrito Federal (Setrab – uma das maiores), promovem, esporadicamente, feiras que se destinam a quem está concluindo cursos de nível operacional na área, trabalhadores ligados a outros setores do ramo e desempregados e promove ainda, a chance de as empresas buscarem mão de obra e trabalhadores, empregos. No Sistema Nacional de Emprego (Sine), de cobertura nacional, é possível e agendamento de entrevista com possíveis empregadores de vários estados.

Julyane Cardozo, Gerente de Estratégia da Lopes, avalia: “É importante entendermos que a escassez do profissional qualificado não é algo do mercado imobiliário, é algo do mercado de trabalho em diferentes segmentos e em diferentes países. Hoje, no meio de quem faz gestão de pessoas, a grande discussão é essa: a escassez da mão de obra e a guerra por talentos entre as empresas. O mercado imobiliário não vai ser diferente disso.”

Primeiro, existe uma falta de mão de obra qualificada? Sim, existe, porque isso é algo que a gente pode verificar, é o movimento do mercado de trabalho, e esse mercado aqui não vai funcionar diferente.

As companhias, atentas, respaldaram que investir em conhecimento para seus colaboradores a fim de que isso retorne para a empresa.

Investe-se em treinamentos corporativos que visam a capacitação empresarial, tudo desenhado em um conjunto de técnicas, práticas e aplicações do que foi aprendido nos próprios projetos da empresa.

“A nossa empresa sempre teve uma pluralidade muito grande. O que é possível identificar neste momento é o aumento no volume de profissionais qualificados do mercado provenientes de outras carreiras e outros segmentos. Com a pandemia, tivemos um aumento muito grande na taxa de desemprego e com isso ficaram desempregados também profissionais em níveis sênior, analistas, coordenadores, gerentes, e esses profissionais também tem uma certa dificuldade de recolocação neste momento, porque quanto maior o cargo, menor é o número de ofertas do mercado. Então esses profissionais que ainda não conseguiram se recolocar também têm olhado para o mercado imobiliário como uma possibilidade de construção de uma carreira paralela, de dar continuidade à sua história de trabalho.”, adiciona Julyane.

Há o aperfeiçoamento numa área com constantes mudanças de tendências e novidades no uso de materiais, onde capacitar suas equipes com essas novidades é fundamental.

O gerenciamento da mão de obra na construção civil não envolve apenas a vistoria dos serviços. No que se refere ao planejamento da obra, cada companhia deve salientar o cumprimento do cronograma e a contratação de funcionários capacitados e responsáveis.

Dificuldades de produção e proveito

Entre los profesionales más demandados hoy se encuentran albañiles, pintores, capataces, cerrajeros y carpinteros. Entre os profissionais mais procurados atualmente estão pedreiros, pintores, capatazes, serralheiros e carpinteiros (Foto: AdobeStock/Ais60).

Não é apenas por aqui que essas questões se desenrolam. María Adelaida Mesa Álvarez, Vicepresidente Talento Humano Conconcreto, da Colômbia, alega que muitas vezes que ocorre rotatividade no setor pelas pessoas não valorizarem e área e acreditarem que não existe possibilidade de crescimento: “Nos últimos anos, temos visto maior dificuldade em encontrar talentos qualificados ou de alto nível para a empresa. Temos visto uma tendência no processo de atração de talentos em perfis operacionais, encontramos esses perfis, mas vemos que eles desistem ou giram com muita freqüência, o que nos dificulta o cumprimento de prazos e isso afeta o orçamento. Em nosso setor, os perfis do pessoal profissional ou administrativo têm experiências muito especializadas ou específicas, especialmente no caso do pessoal composto por engenheiros ou residentes, o que também nos causa algumas dificuldades no processo de atração de talentos. Hoje, a empresa vem implementando estratégias como programas de sementes para cargos mais difíceis de preencher ou para cargos nos quais temos funcionários próximos à aposentadoria”.

Em uma conversa com diferentes empresas, muitas revelaram que contam com várias posições de emprego abertas, seja em obra e para escritório. Entre os profissionais mais requisitados estão os mais qualificados no quesito de técnica, como pedreiro, pintor, encarregado, serralheiro e carpinteiro.

Questiona-se que fatores como trabalhadores qualificados estão em falta hoje no mercado, o que impacta em uma inflação salarial e, consequentemente, amplia a dificuldade geral de contratação.

Essas mesmas companhias entendem que ter colaboradores capacitados é preciso investir para que eles melhorem suas performances.

Entram em cena os treinamentos corporativos: eventos que buscam a qualificação e evidenciam o essencial para melhorar a execução de tarefas, em que são estimuladas as soluções de problemas e outros aspectos.

Para José Luiz Camarero Neto Sócio - Diretor Bild Desenvolvimento Imobiliário, investir em seu próprio quadro de funcionários traz vantagens para todos os envolvidos: “Nos serviços operacionais, percebemos dificuldade em contratar mão de obra especializada, como empreiteiros terceirizados. No que se refere a colaboradores internos, como temos todos estes programas de desenvolvimento, as pessoas vão crescendo com a gente. Efetivamos muitos estagiários e os líderes vão passando pelas áreas, havendo uma movimentação interna, que preenche as vagas que precisamos. Toda vaga aberta, antes de ser divulgada para o mercado, é aberta internamento. Dando oportunidade a todos os colaboradores que se situarem aptos, se candidatarem a ela. Então, o gestor tem opção de escolher internamente - já conhecendo o perfil e histórico do colaborador -, ou buscar no mercado. “, revela.

Estos cuellos de botella en la contratación de mano de obra calificada en el sector de la construcción se intensificaron en los últimos meses. Esses gargalos no recrutamento de mão-de-obra qualificada no setor da construção civil se intensificaram nos últimos meses (Foto: AdobeStock/Daco).

A produtividade e a qualidade dos serviços em uma construção interferem diretamente no sucesso de um empreendimento e, para isso, é preciso gerenciar corretamente a mão de obra. A tendência na construção civil é que cada vez mais verticalizar

Toda vez que é fechado um novo contrato, vem a preocupação com as contratações e o cumprimento dos prazos de entrega. A dificuldade em encontrar profissionais para trabalhar também está relacionada à falta de conhecimento.

“Mais do que proporcionar a oportunidade que as pessoas virem sócias, a ideia é que os colaboradores sejam protagonistas do seu processo de desenvolvimento! Aqui não definimos um plano de carreira, mas oferecemos diferentes possibilidades para que cada um desenhe e viva sua jornada. Buscamos pessoas que se identifiquem com nossa cultura, sejam inquietas e gostem de inspirar e transformar a vida de outras pessoas, ajudando no desenvolvimento de novos talentos.”, complementa.

Diretor de Gente e Gestão da Andrade Gutierrez, Alexandre Mello avalia o quadro como um todo e corrobora: “Investimos muito na qualificação de nossa própria força de trabalho através de várias iniciativas de treinamento e desenvolvimento, mas também não deixamos de contratar novas pessoas. É inteiramente possível crescer e construir uma carreira na AG, uma vez que existem numerosos programas destinados a apoiar os jovens. Neste caso, temos iniciativas como coaching, mentoring e programas estratégicos, como o Programa de Gerenciamento de Contratos para Engenheiros de Construção (PGC-E), bem como iniciativas específicas de desenvolvimento do local, como Team Building e Jornadas de Aprendizagem que abordam tanto as habilidades técnicas de nosso negócio quanto as habilidades interpessoais.

A Andrade Gutierrez contabilizou mais de 28 milhões de homens-hora trabalhados e 12.697 colaboradores em todo o Brasil. “Como acontece no mundo, as pessoas precisam se adaptar rapidamente à novos hábitos e desenvolver novas habilidades para viver num mundo do trabalho pós pandemia e com todo cenário global atual.”, adiciona ele.

Direcionamento assertivo

Num país cuja educação vem sofrendo por diferentes períodos e governos que não, pode-se dizer que, concomitante a isso, as últimas pesquisas podem entregar um resquício de esperança.

Isso porque em 2012, a escolaridade média da população brasileira de 18 a 29 anos era de 9,8 anos; em 2020, passou para 11,8 anos. Trata-se de um ganho relevante, que aproxima o País do cumprimento da meta do PNE e da conquista de um patamar equivalente ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio completos. E neste caso, avanço da escolaridade também tem relação direta com o enfrentamento das desigualdades de renda, de raça/cor e regionais. Uma população mais letrada, com maior acesso à famigerada educação, se coloca melhor no mercado e abre frentes.

Um ambiente de trabalho proveitoso para o trabalhador e para a empresa pode se basear em alguns pontos centrais como: redução do uso de diferentes recursos, otimização da utilização de equipamentos e máquinas, subtração de retrabalhos e assim por diante.

Clovis Antônio Sant Anna Filho – Diretor Técnico e de Obras da Construtora e Incorporadora RNI, argumenta que muito dessa mentalidade mudou ao longo do tempo e novas demandas e uma visível mudança no perfil desse trabalhador da construção: “Fazemos avaliações preliminares de todos os colaboradores, analisando desde tempo de formação e experiência no tipo de atividade que será exercida até formações extensivas, como cursos de especialização e pós-graduação. Houve um monitoramento muito grande em relação às condições de saúde e sintomas em várias fases e rotinas da obra, além da preocupação com os métodos para que a contaminação fosse controlada. Após os primeiros meses de implementação dos métodos preventivos e atuação direta de profissionais de saúde para monitoramento direto, a construção conseguiu seguir praticamente com o mesmo ritmo previsto. A mudança significativa ocorreu com adoção de rotinas remotas para monitoramento, método que permaneceu assim conforme a necessidade das rotinas normais.”, proclama.

Destaca-se ainda a primazia de uma boa comunicação interna, onde se evidencia que uma boa administração da equipe, ou seja: saber ouvir o que os trabalhadores têm a dizer sobre o ambiente de trabalho e mantê-los informados sobre as decisões que podem afetar a sua rotina. Tais ações podem prevenir erros, combater conflitos internos e criar um clima de confiança e respeito.

Muito além dos engenheiros e arquitetos, um quadro eficaz de trabalho é composto por várias camadas, e menciona-se ainda o fato de que é essencial mencionar e valorizar a capacidade desenvolvida, sobretudo pelos encarregados e mestres-de-obras, que possuem a responsabilidade de gerir e mediar a execução das tarefas necessárias no cotidiano da obra transitando entre diferentes linguagens.

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