Mercado imobiliário cai forte e deve prejudicar o de concreto

O mercado imobiliário brasileiro, que ao longo de 2018 se recuperou da crise e foi o subsetor mais importante para a indústria da construção, mostrou forte desaceleração no primeiro trimestre de 2019.

De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, que esta semana divulgou relatório do setor, os lançamentos imobiliários caíram 62,5% no 1T19 em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Como este ainda é o mercado para onde vai a maioria do concreto produzido no país, a piora nos índices imobiliários deverá afetar negativamente também o mercado de concreto.

A queda é abrupta e assinala que a recuperação da economia é de fato lenta e sofre uma reversão de expectativas. Mesmo que o novo governo apresente medidas que em teoria recuperam a confiança empresarial, o nível de atividade econômica continua baixo e a perspectiva de crescimento do país caiu de 2,5% para pouco mais de 1%.  

A construção brasileira continua muito dependente do mercado de edificações residenciais e comerciais, dado que o setor de grandes obras de infraestrutura ainda não retomou.

Neste subsetor, os dados só são positivos na comparação com o primeiro trimestre de 2018, antes das eleições e ainda sob efeitos econômicos muito negativos da recessão. Em comparação com o 1T18, o número de lançamentos cresceu 4,2%, por exemplo.

Na mesma base de comparação interanual, as vendas aumentaram 9,7%, mas em relação ao trimestre anterior houve queda de 18,9%.

Em suma, a construção imobiliária passou 2018 em crescimento, mas começou este ano tropeçando feio na produção. Das cinco regiões do país, apenas o Nordeste continuou crescendo, com 25,7% mais lançamentos imobiliários no primeiro deste ano em relação ao trimestre anterior.

A região Sudeste, no entanto, mostrou a pior queda regional registrada em relação ao trimestre anterior: nada menos do que 77,4%.