Mercado em análise
01 August 2017
Evento sobre produtividade em técnicas de concreto debate a realidade do setor no Brasil.
O Fórum de Concretagem Produtiva foi uma tentativa de analisar a cadeia brasileira do concreto y propor melhores práticas.
Em abril, aconteceu em São Paulo o evento Fórum InfraRoi de Concretagem Produtiva, uma realização da assessoria de marketing de conteúdo brasileira Canaris, que mantém o site de informações de mercado InfraRoi. No evento, do qual a representação do KHL Group no Brasil participou como media partner, a Canaris lançou o livro eletrônico Concretagem Produtiva, do jornalista e diretor da empresa Rodrigo Conceição Santos.
O evento de debates contou com a participação de importantes empresas do setor de concreto no país, muitas delas nacionais e também multinacionais: Liebherr, MC Bauchemie, Metso e Hyundai entre as estrangeiras; Intercement, Itacomix, Pedreiras Embu e RCO entre as participantes nacionais.
Para Rodrigo Conceição, o evento foi promovido por uma fundamental necessidade de discutir melhores práticas em toda a cadeia do concreto no Brasil.
“A cadeia de concretagem é dispersa e pouco colaborativa na troca de informações tecnológicas que aumentem a produtividade e a qualidade. Ela também é pouco representada institucionalmente para o incremento tecnológico e produtivo. Esses foram os motivos que nos incentivaram a organizar o fórum e iniciar um debate acerca de como tornar as concretagens mais produtivas e rentáveis no Brasil”, diz ele.
Problemas
Merece aplausos a coragem que o setor brasileiro de concreto demonstrou ao discutir abertamente suas imperfeições e práticas equivocadas. Assim foi durante o Fórum de Concretagem Produtiva. Enquanto os provedores de equipamentos, como Metso e Liebherr, apresentaram suas novidades de produção de agregados e em centrais de concreto, respectivamente, especialistas dos demais atores da cadeia deram suas visões sobre onde o setor pode mudar para melhor.
Guilherme Zurita, gerente comercial de Tecnologias de concreto da Liebherr Brasil, apresentou a linha de centrais modulares Betomix, que por suas muitas variações de ocupação de espaço, podem gerar grandes economias ao considerar os níveis de diesel gasto com o movimento da betoneira entre a entrada de insumos, água adicional, manobras do caminhão e saída rumo à obra.
A aplicação de melhores equipamentos é sem dúvida uma contribuição necessária para melhorar os padrões de produção, comercialização e aplicação do concreto no Brasil. Entretanto, há pontos que devem ser modificados por outras vias.
Um deles é a atrasada legislação que classifica o concreto produzido em centrais misturadoras como produto industrial, o que determina a imposição de um tributo adicional sobre o concreto.
A cobrança pelo Estado do Imposto sobre Produtos Industrializados sobre o concreto misturado em central é um dano ao setor. Evita que o Brasil se aproveite das vantagens de homogeneidade do concreto pré-misturado, e condena o mercado a trabalhar com as imprecisões muitas vezes grotescas da mistura feita em betoneiras.
A realidade do Brasil é que as centrais misturadoras só se utilizam em grandes obras de infraestrutura, que costumam instalar suas próprias centrais. Para todos os demais segmentos, continuam-se usando centrais dosadoras e mistura em betoneira, mesmo que isto não tem qualquer sentido econômico no longo prazo. Mudar esta regra é um bom ponto de partida para um mercado de concreto mais produtivo no Brasil.