Melhorar a gestão de projetos e contratos

20 February 2017

Em dezembro, na capital chilena, aconteceu o seminário setorial “Valor da Gestão de Projetos”, organizado pela empresa de engenharia e consultoria SIGA, que pertence ao grupo SGS. Ali, foram discutidos os principais fatores de sucesso e os erros mais comuns na execução de projetos.

Juan Carlos Olcay, diretor comercial da SIGA e ex-presidente da Associação de Engenheiros Consultores do Chile (AIC), entre 2014 e 2015, falou sobre a inovação na gestão de contratos. Olcay afirmou que existem causas que se repetem e geram contratempos nas iniciativas do setor, ainda que existam padronizações de vários procedimentos, como a execução de contratos padrão que são pouco flexíveis, o que incha os orçamentos e atrasa os cronogramas; mencionou o déficit de planejamento; a falta de comunicação entre os diferentes atores que têm relação com o projeto; uma pouco eficiente organização do trabalho, com metodologias que se vão replicando sem considerar as particularidades de cada serviço; os mecanismos de controle deficientes; a falta de consolidação de dados; falhas no controle de riscos e a desconsideração de erros passados.

Para superar estes problemas, seria necessário, entre outras coisas, ter um sistema de gestão eficiente que permita um rastreamento da qualidade, estabelecer uma comunicação oportuna e centralizada e dispor de ferramentas tecnológicas que permitam ir melhorando periodicamente a gestão dos projetos.

O advogado Alex Wagemann, diretor da Sociedade Chilena de Direito da Construção, abordou os temas da administração de contratos EPC (Engineering, Procurement and Construction) e suas peculiaridades. Como são projetos “em que o risco se inclina na direção da empreiteira, por ter maior responsabilidade, devem existir relações de confiança (entre contratante e contratado)”, explicou.

Também é muito relevante a resolução rápida de conflitos, contar com empreiteiras especializadas e que não haja intervenção excessiva do contratante no processo, mas que este último também tenha os instrumentos necessários para controlar o contrato.

“Deve-se fazer um mapa de riscos por parte do contratante e da empreiteira, adequando os recursos necessários para poder gerir os contratos”, concluiu o advogado.

Mas nem tudo foi teoria, já que o consultor em administração e gerenciamento de projetos e ex-gerente da Vice-Presidência de Projetos da mineradora estatal chilena Codelco, Daniel Deutsch, se referiu à gestão do projeto da mina División Ministro Hales. O engenheiro falou sobre acertos e equívocos na construção desta operação de mineração. Aspectos que agora devem ser considerados e que, décadas atrás, não tinham relevância que têm hoje, como as exigências ambientais e sociais de um projeto, além da boa execução orçamentária e cumprimento de prazos. Na execução da Ministro Hales, houve um bom manejo dos atores envolvidos, com uma positiva gestão dos compromissos ambientais e setoriais.

Entre os erros apontados naquela operação, ou aspectos a melhorar, Deutsch indicou que “a retenção do pessoal qualificado, especialmente aqueles que são especialistas em recursos essenciais, é fundamental, e a decisão de executar o projeto como fast track foi arriscada no custo, já que tivemos 600 registros de mudança”. 

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