Latam Rental

27 September 2017

Ao contrário do que acontece no mercado mundial de locação, a indústria latino-americana continua mal.

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Nas páginas imediatamente anteriores a estas, vimos como o mercado de locação mundial continua em crescimento, superando os 40 bilhões de euros em faturamento das 100 maiores empresas. Enquanto isso, o mercado latino-americano continua sofrendo as consequências da recessão brasileira e das economias combalidas no restante do subcontinente. É o que se revela neste ranking.

Como já foi mencionado em edições anteriores, o processo de recolhimento de dados pata produzir o Latam Rental não é simples, e as empresas locadoras da região continuam reticentes em abrir suas informações financeiras. Neste ano, isto não foi diferente.

A boa notícia é que a queda nas vendas das principais 45 empresas de locação da região foi menor do que a experimentada na edição passada. Vale recordar que a edição do Latam Rental publicada em 2016 refletiu decréscimo nas receitas de 12,9%. Esta edição mostra um mercado ainda em recessão, mas com queda de 5,3%.

Resultados

As receitas das principais 45 empresas locadoras da América Latina alcançaram US$ 2,18 bilhões em 2016, comparados com os US$ 2,3 bilhões que as mesmas empresas haviam faturado no ano anterior, com 29 empresas listadas registrando quedas em suas receitas por locação.

A Emeco, empresa que na edição passada já havia tido um papel importante por ter expandido suas vendas em 17,9%, novamente surpreende, agora com uma alta de faturamento latino-americano de 32,1% entre 2015 e 2016. A australiana, com receitas de US$ 328,1 milhões no exercício passado, subiu seis degraus e ficou na posição 21.

Em termo de expansões, logo atrás se encontra a Komatsu Maquinarias México, que em 2016 gerou receitas de US$ 10,8 milhões, 29,5% acima de seu faturamento de 2015, o que lhe valeu avançar 10 posições no Latam Rental, chegando à posição de número 37.

Não podemos deixar de mencionar uma nova empresa na lista, a argentina GSA Rental, que com faturamento de US$ 5,2 milhões experimentou crescimento de 26,8%, e conseguiu entrar no ranking na posição 44. Em uma economia complexa, porém faminta de obras de infraestrutura, esta empresa especialista em plataformas de trabalho aéreo e empilhadeiras pode continuar ganhando posições em futuros rankings.

Mas como já se mencionou, nem tudo é crescimento no Latam Rental. Não surpreende que as maiores quedas estejam entre as empresas brasileiras. Das 18 empresas brasileiras listadas aqui, 16 perceberam quedas. Nova no ranking, a Bell Engenharia entrou na posição 39 com receitas em 2016 por US$ 9,1 milhões, ou 44,3% menos do que os US$ 16,3 milhões em 2015.

Top 10

A soma dos faturamentos das dez maiores empresas locadoras da América Latina chegou a US$ 1,32 bilhão, 16,3% abaixo do Top 10 da edição anterior. Além disso, esta contração valeu a este seleto grupo uma perda de sua representatividade do total. Se na edição anterior do ano passado as 10 maiores empresas pesavam 64% do ranking, este ano o seu peso específico ficou em 60,8%.

Houve algumas mudanças entre os 10 maiores participantes do mundo da locação da América Latina. A britânica Aggreko se mantém firme na posição número 1, mas surpreende a tomada da segunda posição pela Locar Guindastes e Transportes Intermodais. O dramático avanço da empresa nacional, além de responder a um aumento de 66,6% em suas receitas, reflete também o fato de que no ano passado ela havia sido representada com uma área de locação, enquanto este ano seus dados consideram todos os segmentos relacionados com locação de equipamentos.

A norte-americana Ameco ficou na terceira posição, junto com a também brasileira Ouro Verde. Em quinto lugar, está a distribuidora da Caterpillar no México, Máquinas Diesel, que avançou três posições, passando a SK Rental, APR Energy e SoEnergy.

A também distribuidora da Caterpillar no Peru, a Ferreyros, também está entre as 10 maiores locadoras, posicionando-se em nono lugar, com receitas de US$ 85,2 milhões.

Fecha o Top 10 a Sullair Argentina, com receitas estimadas em cerca de US$ 67 milhões.

Vale a menção que a Mills Estruturas e Serviços de Engenharia, que na edição passada do ranking havia ficado em segundo lugar, este ano ficou na décima-segunda posição, isto porque anteriormente teriam sido registradas as receitas totais da empresa, enquanto agora só se consideraram as vendas por locação.

Países

O Brasil, como sempre, se mantém na cabeça da representação por países do ranking. O país conta com 18 empresas na lista, e representa 35,9% das receitas totais das 45 empresas do Latam Rental. O dado triste é que de todas as empresas nacionais na lista, apenas uma teve um faturamento em 2016 maior do que o de 2015: Redemáquinas Comércio. Apesar disso, o país consegue uma representatividade maior que no ranking anterior.

Outra surpresa é que o Reino Unido (sempre representado pela Agrekko) ficou em terceiro lugar, cedendo espaço aos norte-americanos, que este ano abocanham 17,2% das receitas totais do ranking.

O Chile aumentou em 0,7% ponto sua participação, seguido do México, que alcançou 6,2% do total.

Da mesma forma que no ano passado, estes cinco países traduzem cerca de 82% das receitas totais do ranking.

Gastos em frota

A situação atual da região teve um forte impacto nos investimentos que as empresas estão realizando para sua renovação de frota. Este ano, as empresas que declararam gastos em equipamentos somaram desembolsos de US$ 188,8 milhões, cifra quase 50% abaixo do investido em 2015.

 

Participe no próximo ano

A Construção Latino-Americana e a International Rental News lançarão uma campanha para realizar este ranking novamente no ano que vem. Esperamos que as empresas aproveitem esta ferramenta para fazer do mercado de locação uma indústria cada vez mais transparente e forte na nossa região.

Quanto mais dados tenham este tipo de iniciativa, mais benefícios se criam para todos os atores envolvidos.

 

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