Gigante por seus shoppings

By Fausto Oliveira19 December 2013

DEC13 CLA Feature Malls

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Embora a situação econômica do Brasil registre uma desaceleração, o “gigante sul-americano” está experimentando impactos positivos nos números da construção em diversos aspectos. Um deles tem a ver diretamente com a crescente capacidade de consumo da sociedade, o que se traduziu na construção de grandes centros comerciais, os shoppings. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima que até o final de 2013 o Brasil terá um total de 495 deles em seu território, o que significa nada menos que 38 inaugurações em um só ano. E esse ritmo de construção de novos shoppings não é algo novo. Em 2010 eram 408 shoppings, passando a 430 em 2011 e depois a 457 em 2012. Hoje, sem contar 11 inaugurações previstas no que resta do ano, há 30.460.000 metros quadrados de área construída com shoppings no Brasil.

Adriana Colloca, superintendente de operações da Abrasce, diz que este crescimento se dá com base em estudos de mercado que confirmam o aumento da renda na sociedade e o consequente potencial de consumo cada vez maior. Segundo a executiva, “não há um crescimento desordenado”, e o índice de área locável de shoppings no Brasil (medida usada pelo comércio varejista em todo o mundo) mostra que ainda há espaço no horizonte para que o setor siga crescendo. “Nos Estados Unidos a proporção é de 221 metros quadrados de área locável por 100 habitantes, enquanto no Canadá é de 146 metros quadrados, e em Portugal e Espanha é ao redor de 33 metros quadrados. No Brasil essa relação é de 6,2 metros quadrados”, afirma Adriana.

De fato, isso é o que parece confirmar o potencial marcadamente alto da economia brasileira para receber novas inaugurações de shoppings. Segundo a executiva, para 2014 estão previstas ainda mais inaugurações que em 2013: se espera um sonoro número de 41 novos shoppings no país no próximo ano. Se se confirmarem as previsões da Abrasce, o Brasil contará com 536 shoppings de aqui a um ano.

O setor atrai construtoras e operadores comerciais ao país. O grupo português Sonae Sierra é um exemplo. Com a inauguração em 2013 do Passeio das Águas Shopping na cidade de Goiânia, capital de Goiás, o grupo chegou ao seu 10º shopping no Brasil. Nos últimos dois anos, Sonae Sierra investiu no país mais de US$400 milhões, recurso destinado exclusivamente à construção de shoppings.

A opção por Goiânia, cidade com economia forte pela agricultura e a pecuária, mas sem grande expressão urbana, tem sua razão. Enquanto cidades como São Paulo, com 53 shoppings, ou o Rio de Janeiro, com 35 podem ser mercados mais difíceis para construir, há dezenas de cidades onde o potencial está ainda quase inexplorado. A própria Goiânia tem apenas nove shoppings. Florianópolis, que é a capital da rica Santa Catarina, conta só com três. Recife, com uma população de 1,5 milhão de pessoas, tem seis.

Mas como o aumento da renda familiar se está distribuindo melhor nas regiões do Brasil, tanto as cidades médias dos estados mais ricos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, como as capitais de estados menos desenvolvidos, como Pernambuco, Ceará, Mato Grosso ou Pará, deverão ser as que concentrarão os próximos investimentos em construção de novos shoppings brasileiros.

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