Fracassa primeira licitação do Canal da Nicarágua
02 December 2014
A empresa chinesa concessionária do projeto do Canal da Nicarágua declarou deserta a primeira licitação feita no projeto de megaobra. Tratava-se da construção de uma rodovia de acesso ao local das futuras obras. A Câmara Nicaraguense da Construção protestou contra a concessionária HKND.
A rodovia que se tentou licitar é uma via paralela ao futuro canal, que servirá como acesso de máquinas, insumos e trabalhadores nos cinco anos de obras que se avizinham no país.
No dia 27 de novembro, representantes da concessionária chinesa declararam deserta a licitação, da qual participaram seis empresas nicaraguenses convidadas ao processo. Não se entregaram maiores detalhes para a não aceitação de nenhuma delas como contratada da primeira obra do grande projeto.
Mas o fato gerou um mal estar na associação de empreiteiras do país, que protestou pelo fracasso da licitação. “As empresas nicaraguenses têm capacidade. Foram convidadas seis empresas e cinco entregaram ofertas. Na Nicarágua existe mais capacidade do que se necessita para essa rodovia”, disse o presidente da Câmara da Construção do país, Benjamín Lanza.
A HKND informou que a licitação será refeita, mas não divulgou data ou requerimentos técnicos e econômicos que pudessem explicar porque as empresas locais não foram consideradas aptas para o primeiro contrato do projeto do Canal da Nicarágua.
Recentemente, o governo do país e a concessionária anunciaram a data de início das obras, que será no dia 22 de dezembro. Orçado em US$ 50 bilhões, o canal tem prazo estimado em cinco anos, demandará o trabalho de cerca de 50 mil pessoas e deverá movimentar cerca de um milhão de metros cúbicos de terra a cada ano de obras.
Além do próprio canal, serão construídos dois portos, um aeroporto, duas eclusas, uma zona de livre comércio e um complexo turístico. A HKND tem a concessão por 50 anos, prorrogáveis por mais 50 anos.
(Na foto, o presidente da Nicarágua Daniel Ortega recebendo o presidente da HKND Wang Jing).