Ferrovias: Caminho para o desenvolvimento

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Apesar de sua extrema importância para o crescimento e economia do país, atualmente, o Brasil é um país pobre em ferrovias, e estas se encontram irregularmente distribuídas pelo território.

AdobeStock / Ankor light

Enquanto a Região Sudeste concentra quase metade (47%) as ferrovias do país, as Regiões Norte e Centro-oeste, juntas, concentram apenas 8%.

O país conta atualmente com uma extensão de 30.000 km de ferrovias para transporte, resultando em uma densidade ferroviária de 3,1 metros por km²; uma cifra notavelmente inferior em comparação aos Estados Unidos (150m/km²) e Argentina (15m/km²). Apenas 2.450 km dessas ferrovias são eletrificados. A distribuição das ferrovias é desigual e suboptimal, com 52% delas localizadas na Região Sudeste.

Na Malha Sul, operada pela América Latina Logística (ALL), uma ferrovia binacional, observamos um desempenho destacado, com uma extensão de 15.628 km e um volume de carga de 20,7 milhões de toneladas. Os principais produtos transportados por essa ferrovia incluem grãos, produtos siderúrgicos, contêineres, água, vinho, pedra e cimento.

Imagem: Brasil ferroviario

Compete à União a exploração direta ou por meio de autorização, concessão ou permissão, dos serviços de transporte ferroviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que ultrapassem os limites de Estado ou Território.

O modo ferroviário representa atualmente 17,7% (PNL 2035) da participação na matriz de transporte brasileira, um número modesto para um país de dimensões continentais, com vocação para o transporte ferroviário de mercadorias e passageiros.

O setor ferroviário encontra-se em destaque na infraestrutura, com a recente promulgação do novo marco legal do setor, Lei nº 14.273/2021, que reduz a burocracia, regula o modelo de autorização ferroviária e busca uma maior eficiência na matriz logística nacional.

Investimentos:

No total, os investimentos em ferrovia do novo Pac concentram R$ 94,2 bilhões. A maior parte do montante está concentrado em 15 concessões existentes e novas, que totalizam R$ 88,2 bilhões em recursos privados.

A cifra voltada a ferrovias só é inferior à direcionada a rodovias (R$ 185,8 bilhões) no eixo de transportes.

Conheça algumas das mais importantes ferrovias atualmente:

A Ferrovia do Pantanal, que conecta o município de Panorama, em São Paulo, ao Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, ao longo das margens do Rio Paraguai, terá uma extensão total de 734 km quando concluída. Destina-se principalmente ao transporte de commodities como açúcar, soja e milho. Tem como objetivo – além de trazer vários como a criação de empregos e o fomento dos comércios locais – favorecer e facilitar a distribuição e o escoamento de produtos agrícolas produzidos nesta região.

Trecho da ferrovia Norte-Sul. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais ganham competitividade e saída para o mar para seus produtos. Foto: Divulgação

A Ferrovia Norte-Sul, uma linha longitudinal em bitola larga, foi concebida como uma das ferrovias mais importantes do Brasil. Uma vez concluída, percorrerá do Pará até o Rio Grande do Sul, atravessando os estados de Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. O empreendimento favorece a multimodalidade e a interconectividade da malha ferroviária, incentiva investimentos para o aumento da produção e da industrialização, além de reduzir custos logísticos e a emissão de poluentes.

A Estrada de Ferro de Carajás, que transporta a maior quantidade de passageiros no país, conecta a cidade de São Luís, no Maranhão, a Parauapebas, no Pará. Além de transportar aproximadamente 1500 pessoas diariamente, a ferrovia movimenta minerais até os portos da Baía de São Marcos, no Maranhão, para fins de exportação.

Em fase de expansão, a Ferrovia Nova Transnordestina está projetada para ligar o Porto Pecém, no Ceará, ao Porto de Suape, em Pernambuco, atravessando o cerrado do estado do Piauí. Este projeto visa apoiar o crescimento da produção agrícola, disponibilizando trens de bitola mista que percorrerão simultaneamente, expandindo a região.

A Estrada de Ferro Vitória a Minas estabelece a ligação entre Vitória, no Espírito Santo, e Belo Horizonte, em Minas Gerais. Inicialmente utilizada para o transporte de passageiros e café, mais tarde, tornou-se fundamental para o transporte da produção de minério de ferro das cidades mineiras para os terminais portuários capixabas.

Por aí...

Qual país Latino-americano com a maior malha ferroviária?

Atualmente, a Argentina possui cerca de 34.000 quilômetros de ferrovias (a maior da América Latina), sendo cerca de 80% pertencentes às companhias particulares, 18% ao Estado argentino e 2% à Província de Buenos Aires.

Rota Transiberiana.
Qual o país que tem a maior malha ferroviária do mundo?

A malha ferroviária norte-americana é a maior do mundo, com cerca de 140 mil milhas (aproximadamente 293,56 mil quilômetros).

Qual é a maior ferrovia do mundo?

Conhecida como Rota Transiberiana, a viagem de trem mais longa do mundo liga Moscou (Rússia) a Pequim (China), passando por cidades incríveis que geralmente passam batidas em uma viagem de carro ou avião, por exemplo.

Onde há mais ferrovias?
Posições País Área territorial (km2) por km de ferrovia
1 Estados Unidos 43,40
2 China 105,46
3 Rússia 133,58
4 Canadá 174,51

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