FCC busca expandir-se na América Latina

07 February 2014

CLA14/1FeatureFCC

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Com um país ainda imerso na profunda crise econômica e com um duro panorama pela frente para se recuperar, as empresas espanholas têm olhado de forma natural para a América Latina, seja para dar os primeiros passos ou para fortalecer sua presença na região.

Uma companhia que durante os últimos anos tem surpreendido com anúncios contínuos de novos projetos é a FCC (fusão de Construcciones y Contratas y Fomento de Obras y Construcciones), empresa que começou a operar na região, primeiramente na América Central, há mais de 20 anos, mas que nos últimos meses tem aberto novos mercados mais ao sul.

No começo de 2013, a FCC chegou ao Peru com dois novos contratos: a construção do porto de Callao, o principal porto do país e um dos maiores do Pacífico na América do Sul, e a melhoria do complexo esportivo de Trujillo, no nordeste do país, ambos sob o valor de quase US$250 milhões em investimentos.

Além disso, durante o ano passado, a FCC estreou no mercado brasileiro como líder do consórcio responsável pelo porto do Açu, que estará dentro do complexo Industrial do Superporto do Açu, e que contará com dois terminais de 17 quilômetros de cais e 40 postos de atracação. O último contrato latino-americano, obtido no final de 2013, foi a reforma do aeroporto internacional Juan Santamaría, na Costa Rica.

Segundo Vicente Mohedano, subdiretor geral para América Latina da empresa ibérica, a ida de construtoras espanholas para América Latina é “uma migração lógica, são países que estão em pleno desenvolvimento e com uma cultura e língua parecida com a espanhola”, mas o executivo adverte que esse fenômeno “de ver analisado desde um ponto de vista profissional, não por necessidade. Deve-se ter consciência de quem somos, o que fazemos, onde vamos, como e com quem vamos competir. Um resumo que nos diferencía dos outros porque o fazemos melhor e gostamos mais”.

Mohedano conversou com Construção Latino-Americana com relação à presença atual da companhia na região e quais são as perspectivas para os próximos anos.

O que a FCC pode oferecer ao mercado latino-americano?

A FCC é uma companhia que aporta um grande valor agregado, exportamos nosso know how e uma experiência consolidada durante mais de 110 anos de atividade.

Temos uma equipe magnífica de profissionais altamente especializados em todos os ramos da engenharia e aportamos conhecimento, tecnologia e inovação em cada projeto que realizamos. Além disso, temos uma política de responsabilidade corporativa fortemente implantada, que nasce desde a alta direção e que esta baseada em apoiar as comunidades locais onde operamos.

Um bom exemplo é o Panamá, onde estamos construindo o primeiro metrô da América Central. O país se tornou o primeiro mercado internacional para a atividade de construção da FCC.

Em quais países a FCC tem obras em execução neste momento?

México, Panamá, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Honduras, Colômbia, Peru, Chile e Brasil.

A pasta de projetos atuais supera os US$1,5 bilhão, que ainda sendo importante, apenas marca nosso futuro imediato. O que realmente é interessante são as expectativas com relação à América Latina a médio e longo prazo, com investimentos em infraestrutura muito importantes.

Há planos com relação a outros países?

Na atualidade estamos onde queremos estar. Nossa estratégia, neste momento, está mais voltada para a concentração do que para a expansão. Queremos núcleos estáveis, de onde, com os recursos adequados, podemos encarar projetos específicos mais especializados em outros diversos núcleos.

Quais são as expectativas em relação à região para 2014?

As expectativas são boas e, devido ao nosso posicionamento e especialização, quero acreditar que são bastante favoráveis para a FCC. Calcula-se que os projetos de infraestrutura que os diferentes governos têm desenhado para América latina alcançam entre US$ 6 trilhões e US$ 8 trilhões até 2030.

O panorama de obra civil é prometedor. Tudo muda e evolui, a população muda de nível social e tem outras necessidades relacionadas com deslocamento, educação, saneamento. As cidades crescem e exigem maior infraestrutura. Atualmente, estão nascendo grandes projetos de infraestrutura no mundo todo e nós temos capacidade de tornar realidade alguns dos mais significativos.

Como a FCC analisa as possíveis parcerias público-privadas (PPP) que possam surgir na região?

As PPPs são uma opção interessante para as administradoras públicas e para as empresas privadas. As administrações transferem responsabilidade e gestão a uma empresa privada que aporta sua gestão e experiência durante os anos de cumprimento do contrato. Apesar de que o desenvolvimento que estão registrando os países da América Latina é espetacular, desde meu ponto de vista, o país deve ter certo grau de amadurecimento em relação à transmissão dos diferentes riscos para adotar essa fórmula de colaboração.

O Chile é um bom exemplo de como podem funcionar as parcerias público-privadas.

Qual é a experiência que a FCC tem com as PPPs?

Atualmente somos o segundo grupo no mundo no número de concessões adquiridas e temos uma longa trajetória em projetos de concessões de rodovias, hospitais e outros edifícios públicos.

Temos projetos de concessões de rodovias na Costa Rica e no México, e obras muito especializadas como o túnel submerso de Coatzacoalcos no território mexicano. Investir em infraestrutura leva ao crescimento do PIB. Segundo o Banco de Desenvolvimento da América Latina, 1% do PIB de investimento público financiado com dívida, leva a um crescimento de 0,6% durante os próximos cinco anos. Se o financiamento é privado, o retorno é infinito.

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