Estimativas do BID para 2025 indicam necessidade de mais infraestrutura na América Latina
21 April 2014
O Banco Interamericano de Desenvolvimento divulgou seu estudo América Latina e Caribe em 2025, no qual faz previsões sobre as tendências que seus especialistas identificam para nossa região nesse ano futuro. Uma série de dados importantes compõe um cenário em que o contínuo investimento em distintas infraestruturas sobressai como uma necessidade cada vez mais importante na América Latina.
O BID calcula que em 12 anos mais (contando com o próprio 2025), 85% da população latino-americana viverá em cidades, o que de acordo à instituição será o nível de urbanização mais alto do mundo. As regiões metropolitanas de Bogotá e Lima superarão a marca de 10 milhões de habitantes, número que hoje só há nas regiões da Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires.
O estudo diz que nessa data haverá na região três mega-corredores urbanos consolidados, ou seja, áreas urbanas conectadas cujas cidades estejam distantes umas das outras pelo menos 60 quilômetros. Um deles será o corredor Campinas – São Paulo – Rio de Janeiro, onde viverão cerca de 44 milhões de pessoas em um raio de 511 quilômetros. No México, o corredor Toluca – Cidade do México – Puebla terá 32 milhões de pessoas numa área de 198 quilômetros. Na Argentina, 21 milhões de pessoas se concentrarão no corredor Buenos Aires – Rosário – Córdoba, com extensão de 710 quilômetros.
Com esses dados, o BID prevê que em 2025 a América Latina e Caribe estarão investindo ao redor de US$ 40 bilhões na construção ou expansão de redes de metrô. Essa estimativa considera projetos que já estão em execução, como são as linhas 3 e 6 de Santiago do Chile, a expansão da linha 2 de São Paulo, a construção da linha 2 de Lima, bem como a linha 2 do Panamá, as expansões da linha H em Buenos Aires e linha 12 na Cidade do México, e outros projetos que ainda não começaram.
Mas o BID aponta para os sistemas de BRT como uma alternativa crescente. O sistema de corredor exclusivo de ônibus já funciona em 60 cidades da região, atendendo a 20 milhões de pessoas. O banco calcula que o BRT será adotado em mais cidades latino-americanas.
Demografia
Enquanto em 2010 a América Latina e Caribe tinham uma população total calculada em 581 milhões de pessoas, a estimativa do BID para 2025 é de 666 milhões. Um quarto desse contingente viverá na pobreza, segundo o estudo. De fato, espera-se que 160 milhões de pessoas estejam vivendo em variadas formas de favelas, sem acesso a serviços urbanos básicos.
A demanda por energia que pressupõe esse crescimento da população está calculada em 40% mais do que hoje. Mas mesmo no cenário mais otimista, as energias renováveis serão capazes de atender a não mais do que um terço das necessidades. Por essa razão, o BID aposta que a América Latina terá que construir 320 usinas de gás natural até 2025, a um custo estimado de US$ 90 bilhões. Considerando-se a construção de outras fontes de energia, como usinas eólicas, solares e hidroelétricas, o investimento total em construção de usinas energéticas poderia chegar a US$ 200 bilhões.