Em meio a crise, Brasil anuncia investimentos

O governo federal divulgou um novo plano de investimentos em energia para fazer frente à pesada desaceleração da economia, e ao mesmo tempo aportar novas fontes de eletricidade ao sistema. O novo plano deverá aplicar R$ 186 bilhões até 2018.

Desse total, o governo prevê investir R$ 116 bilhões em geração de eletricidade, e o restante será dedicado a obras de linhas de transmissão.

Ao menos duas novas hidroelétricas estão planejadas pelas autoridades: as de Tapajós e Jatobá, ambas no rio Tapajós, na bacia Amazônica. Além disso, 37,6 mil quilômetros de linhas de transmissão estão previstas neste novo plano.

Atualmente, a energia é um fator determinante da economia brasileira. A política de controle preços usada nos últimos anos manteve o preço represado, e agora, as distribuidoras estaduais e regionais estão compensando as perdas geradas com agressivos aumentos.

Além disso, a matriz hidroelétrica, a mais importante do país, sofre com as secas em quase todo o território. O que leva o governo a ligar as usinas termoelétricas com cada vez mais frequência, contribuindo ainda mais para o aumento de preços.

A inflação da energia tem reflexo nos demais preços da economia, pela óbvia razão de que a produção e o transporte de quase tudo depende de eletricidade para acontecer.

Por fim, a inflação que está calculada para chegar a 9% anual no fim do ano, cresce enquanto os níveis de atividade econômica baixam e indicam uma recessão de entre 1% e 2% em 2015.

A correção de todo esse cenário dependeria do ajuste nas contas públicas, mas apesar de todos os esforços o governo vem encontrando as dificuldades já conhecidas no Congresso e inclusive junto a setores sociais. Exatamente por isso, o novo plano de infraestrutura energética nasce cercado por incertezas.