Em franca expansão

01 August 2017

A RCO cresce com aquisições e uma proposta de valor para o mercado de concreto.

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Uma central NOMAD D-20 e um silo horizontal L3000, ambos da RCO, produzindo na sede da FIT Concreto.

Há relativamente poucos anos – desde 2008, como resposta à grande crise financeira internacional – uma fabricante de equipamentos de propósito específico que fornecia para empresas de pneus como a Pirelli e a Goodyear decidiu mudar de rumos. Este novo caminho a levaria ao mundo do concreto, e a um nível de sucesso consistente e rápido.

A entrada da RCO, empresa familiar fundada em Tambaú, interior de São Paulo, no setor se deu por meio de silos para cimento. A decisão estratégica foi investir na produção de silos com alta capacidade de armazenamento, entre 1 mil e 4 mil toneladas. Dali, naturalmente se evoluiu para a fabricação de centrais dosadoras de concreto, que começaram a se vender em 2012. No ano seguinte, a companhia participa de sua primeira Concrete Show. “É aí que nós identificamos o nascimento da RCO para o concreto”, diz um dos proprietários da empresa, Carlos Oliveira.

Neste período bastante curto, sua expansão comercial foi a velocidade de foguete. De acordo com Oliveira, a empresa hoje conta com uma participação de entre 48% e 55% do mercado de centrais dosadoras no Brasil. E tem produtos em operação em países como Bolívia, Colômbia e Venezuela.

O segredo para a obtenção de mercado com tamanha rapidez, segundo o empresário, está justamente em sua história de fornecedora da indústria de pneus. “Trouxemos para o mercado de concreto empresas de alta performance, como Festo e SEW, que fabricam componentes. Com isso, agregamos mais qualidade aos produtos e chegamos a uma performance superior”, afirma Carlos Oliveira.

Hoje em dia, a RCO fabrica as linhas CDR e NOMAD de centrais dosadoras. As centrais CDR são fixas e modulares, com diferentes volumes de produção por hora. Por sua vez, a linha NOMAD é composta por dois modelos que trazem seus sistemas elétricos, hidráulicos e pneumáticos pré-montados de fábrica, o que permite montagem e desmontagem em menos de um dia. São centrais móveis que não demandam fundações ou estruturas elevadas para se instalar, bastando se colocar sobre qualquer superfície plana e compactada.

E embora isto explique como a RCO chegou até aqui, a história que agora se constrói rumo ao futuro é bem maior. Tudo porque, num período de poucos meses, do segundo semestre de 2016 até agora, aconteceram dois grandes passos que vão mudar a posição de mercado da empresa. Um foi a inauguração da concreteira modelo FIT Concreto, e o outro foi a aquisição da fabricante nacional de equipamentos SITI.

FIT Concreto

Braço de produção de concreto do grupo RCO, a concreteira FIT Concreto se posiciona como mais do que uma provedora do insumo. Sua ambição é ser um fator de mudança do mercado brasileiro de concreto.

“A FIT nasceu para ser um laboratório de equipamentos RCO, e também para ser um novo conceito na produção e entrega do concreto. A maneira de fazer é diferente, seja na velocidade, no atendimento como consultoria ao cliente, a quantidade que se entrega é sempre a mesma que o cliente comprou, o laboratório rompe todos os corpos de prova para garantir que o FCK do concreto é o que se vendeu”, afirma o diretor executivo da empresa Eduardo Souza.

Com a FIT Concreto, a RCO quer propor uma correção do mercado brasileiro, acostumado com imprecisões na confecção e provimento do concreto para obras. Mesmo que isso saia mais caro do que o produto da concorrência. “Na região onde atuamos, conseguimos um preço de venda 15% acima da concorrência. Buscamos entregar valor para o cliente, não só o próprio concreto”, define Carlos Oliveira.

Mas para além de novas práticas comerciais para o mercado, a FIT Concreto será o local de testes para algo que, se se tornar real, pode ser uma mudança estrutural para o país. De acordo com Oliveira, “estamos lançando centrais misturadoras de concreto, e as estamos testando na FIT Concreto. A lógica é de que se as grandes obras de infraestrutura como barragens e rodovias são feitas com concreto misturado, pela sua melhor homogeneidade, nós queremos que esta qualidade seja oferecida para obras médias e pequenas também. Queremos dar essa vantagem ao cliente final”.

Conseguir prover concreto misturado para obras menores será uma mudança cultural. Se realmente acontecer, forçará uma adaptação importante do mercado brasileiro, que sempre trabalhou com centrais dosadoras e mistura na betoneira.

Para o diretor executivo Eduardo Souza, “a importância do concreto é inversamente proporcional a quanto ele representa em termos de custo para a obra. Concreto é fundamental, mas custa cerca de 5% da obra. O misturado vai aumentar o preço? Talvez não, mas se aumentar vai ser irrisório perto do ganho de qualidade”.

SITI

Finalmente, o interessante movimento comercial de adquirir a SITI completa o retrato deste momento de expansão vivido pelo grupo RCO.

A SITI, como se sabe, é uma tradicional fabricante brasileira de betoneira e gruas. Sua presença no mercado de betoneiras é tão grande no país que, desde há muitos anos, disputa ombro a ombro a liderança do mercado.

Sua aquisição pela RCO significa a montagem de uma organização totalmente nacional que atuará na fabricação de concreto com centrais, no provimento e em serviços laboratoriais com a FIT Concreto, e no transporte do insumo com betoneiras que têm excelente participação no mercado. Esta sinergia, nas palavras de Carlos Oliveira, “vem em um bom momento, pois além da continuidade do processo há também um aumento do leque de produtos oferecidos”.

Este leque de produtos inclui, de acordo com o diretor executivo Eduardo Souza, betoneiras de 5, 7, 8 e 10 metros cúbicos. E como o negócio de gruas torre será mantido, somam-se cerca de 30 modelos de produto. Tudo indica, claramente, o nascimento de uma empresa de dimensões internacionais.

Para Carlos Oliveira, “com o conjunto formado entre a RCO e a SITI, mais o projeto FIT Concreto, acreditamos que em cinco anos mais a empresa será líder do segmento, com um faturamento pelo menos três ou quatro vezes maior do que temos agora. Em termos geográficos, a América Latina é o nosso objetivo. Hoje em dia temos produtos na Bolívia, Paraguai, Chile, Panamá, Colômbia e na Venezuela. Mas estamos estruturando a área comercial de forma diferente. Temos uma pessoa dedicada a desenvolver o mercado da América do Sul. Nossa intenção é estar em todos os mercados do Mercosul até agosto de 2017”.

O cenário regional do concreto vai mudar em breve, os mercados devem prestar atenção a este novo participante internacional.

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