Dia das Mulheres: liderança e poder na medida certa

Júlia Cândido, superintendente de Riscos e Contratos da AG.

A presença das mulheres no mercado de trabalho tem crescido consideravelmente nos últimos anos. E na Engenharia não é diferente.

Apesar deste mercado ainda ser considerado masculino, é possível visualizar avanços. Na Andrade Gutierrez (AG), empresa referência em Engenharia de Alta Performance, com 74 anos de atuação no setor, as mulheres estão presentes como engenheiras, técnicas, assistentes, analistas e líderes em diversas áreas.

Gestora de Compliance da AG há oito anos, Marília Viana é administradora e assistente social.

Entrou na AG em 2012, atuando na área de Responsabilidade Social. Ao longo desses anos, teve experiência na área de Gente, gestão integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Sustentabilidade.

“O nosso mercado de trabalho ainda é um ambiente masculino, as mulheres sofrem preconceito e precisam trabalhar muito mais para serem reconhecidas. Sinto um esforço de mudança e acho que temos um papel muito importante como agentes de transformação. Enfrento esses desafios com a consciência de que isso existe e que precisamos desconstruir no nosso dia a dia, através da educação e união das mulheres”, incentiva a mãe da Maitê.

Já superintendente de Riscos e Contratos da AG, Júlia Cândido, entrou na AG em 2014 para integrar o time então responsável pela padronização dos processos de administração contratual na unidade de Construção. Passou pela área de Excelência como PMO das dimensões de Gestão de Riscos e Administração Contratual, que resultou na criação de uma área corporativa responsável pelas disciplinas na AG. A área passou pela Diretoria de Planejamento Estratégico, Excelência e Inovação e desde 2022 integra a Diretoria Jurídica.

“O mercado de trabalho continua sendo extremamente desafiador para mulheres, principalmente em posições de liderança. Há avanços em termos de percepção da existência do problema, mas temos dificuldades na prática, porque essas mudanças dependem do real entendimento das barreiras visíveis e invisíveis que exigem das mulheres muito mais que dos homens. De falta de banheiro e alojamento feminino nas obras a discussões sobre os impactos da licença maternidade no trabalho e na carreira feminina, os obstáculos são muitos. Impulsionar essas mudanças e tornar o ambiente de trabalho legitimamente equânime para homens e mulheres exige uma postura ativa das empresas nesse sentido, postura essa que será impulsionada pelo próprio mercado com o avanço das pautas de ESG”, comenta a advogada.

Simone Paes, Gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da AG

A Gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da AG, Simone Paes, destaca que foram necessários mais de 100 anos de uma lacuna na pauta de gênero para a compreensão da força vital da mulher no mundo dos negócios. Segundo o novo Fórum Econômico Mundial – Global Gender Gap Report, 2022, ainda serão necessários 67 anos para minimizar essa lacuna da igualdade de gênero na América Latina, por exemplo.

“Como mulher, demorei a entender o meu real valor. Para mim, o ideal de ‘mulher’ sempre esteve relacionado à beleza estética, afazeres domésticos e a ser uma boa esposa. E o que o ambiente corporativo tem a ver com isso? Tudo. Tem sido nele que vivo uma jornada impactante e emocionante com outras mulheres para seguirmos firmes em nossa missão para recuperarmos esse atraso e vivermos num cenário mais justo e inclusivo. É nele que encontro homens resistindo e homens incluindo, aqueles que querem aprender como é possível fazer diferente. E é nessa contradição que a opinião surge e as mudanças se concretizam. É um árduo caminho, sim. Mas ser mulher nele me dá uma condição única de aprender e criar um futuro que eu acredito. Quero ser bonita, saber sobre os afazeres domésticos, ser uma boa esposa e também ser uma profissional, líder, uma mulher nos negócios. Quero ver os meus filhos engajados no mundo com a mesma missão que eu vivo na organização”, enfatiza a mãe do Pedro, do Rafael e da Lorena.