Desafios e lições aprendidas na construção para empresas estrangeiras
18 August 2022
Escrito por Inarco
Empresas japonesas, mexicanas, alemãs e americanas se instalam no Chile, desembarcam com novos desafios, cultura e idioma, testam a flexibilidade dos equipamentos na construção e contribuem para a indústria.
Quando um dos executivos da Constructora Inarco foi convidado para a cerimônia de inauguração de uma nova planta de semente, ele nunca imaginou que faria parte de uma cerimônia de ação de graças e bênção da terra.
“Foi muito profundo, emocional e muito de acordo com a cultura do cliente, pois eles são movidos a colaborar com a terra e o meio ambiente”, diz o gerente assistente da Constructora Inarco, Francisco García-Huidobro.
A cerimônia ocorreu há alguns meses na comuna de Nogales, pouco antes do início da construção de uma fábrica de 6.270 m2 com uma área de produção e armazenamento para Sakata, uma empresa fundada no Japão há mais de 100 anos.
Este é um exemplo das experiências que os colaboradores da Inarco, uma empresa de construção com 40 anos de experiência e mais de 20 deles trabalhando para diferentes empresas estrangeiras, vivem ao desenvolver centros de distribuição, fábricas, armazéns e escritórios para clientes estrangeiros.
“Além de viver com culturas diferentes, a equipe executiva no local aprendeu a ser flexível e a adaptar-se a normas, idiomas e exigências diferentes que a enriquecem”, explica García-Huidobro.
O trabalho da Inarco no Brasil
A linguagem universal das plantas
Em paralelo à fábrica de sementes, a Constructora Inarco está construindo outra fábrica onde serão produzidos painéis externos para a indústria da construção civil. O cliente é a Knauf, uma empresa alemã fundada em 1932, que está construindo suas primeiras instalações fora da Europa no Chile para abastecer o mercado latino-americano e a costa oeste dos Estados Unidos.
O desafio tem sido grande, pois a fábrica é totalmente inovadora e combina os equipamentos de três empresas diferentes, uma grega e duas alemãs, uma delas com equipes de instaladores bielorussos. Uma verdadeira Torre de Babel, onde alemães, suíços, gregos, bielorrussos e chilenos trabalham em perfeita coordenação.
“O fato de os subcontratados especializados virem de diferentes partes do mundo significa que temos que interpretar muito bem suas necessidades técnicas em diferentes idiomas, mas o idioma universal é o inglês, assim como o idioma dos planos, que sabemos interpretar”, explica o visitante do site da Inarco, Victor Morales.
Uma fábrica para abastecer o sul do Chile
Em Chillán, outra equipe está construindo uma fábrica de cerca de 10.000 metros quadrados para produzir o pão e as tortilhas Bimbo que chegarão às mesas do sul.
O cliente mexicano pediu para construir uma fábrica seguindo os planos de uma argentina. “No início, a barreira da linguagem técnica foi um grande desafio, pois seus termos eram completamente diferentes, mas nos adaptamos com flexibilidade, pois a maneira como eles funcionam é bem parecida com a nossa, rigorosa, sob pressão e detalhada”, diz Harold Álvarez, gerente de projetos da Constructora Inarco.
Bimbo constrói este tipo de planta em diferentes países, e o que é marcante para os chilenos é sua alta preocupação com o meio ambiente. “Eles têm um engenheiro ambiental civil no local como inspetor técnico de obra (ITO), que cuida de tudo para que o meio ambiente não seja afetado durante a construção ou operação. E eles planejaram reflorestamento e irrigação com água tratada da planta”, diz Álvarez.
Ele acrescenta que eles herdaram uma forma colaborativa de trabalho, já que os princípios de outras culturas estão acostumados a empresas construtoras, contribuindo com suas observações em diferentes estágios do projeto, com proatividade.
Inovação da mão da Nestlé
A história com diretores estrangeiros tem trazido muitas lições. Com a empresa de PVC Tigre, a Inarco aprendeu sobre a industrialização no Brasil em 2004 e com a Kimberly Clark, um ano depois, como responder às normas americanas, como a NFPA para sistemas de proteção contra incêndios. Todas essas experiências, além do anedótico, foram uma contribuição inovadora e mudaram a indústria nacional.
Uma dessas experiências ocorreu durante o ano 2000, quando a Inarco construiu um centro de distribuição para a Nestlé, uma empresa que os incentivou a procurar novas soluções para ter uma fábrica moderna.
O desafio levou os executivos a viajar em busca de novos e melhores materiais, e assim eles entraram em contato com especialistas em pisos pós-tensionados nos Estados Unidos, um material que, até então, não havia sido utilizado no Chile.
A Inarco trabalhou na fábrica da Nestlé com a empresa suíça VSL, e a instalação se tornou na época o maior projeto de piso pós-tensionado do mundo.
Mas o aprendizado foi além das fronteiras da Inarco, pois Jerry Holland, um especialista norte-americano neste material, trabalhou no projeto. Ele viajou para o Chile e participou da primeira Feira de Concreto, onde apresentou esta inovação, que agora é comum na indústria de pisos e construção, para empresas do setor nacional. Assim, sua visita tornou-se uma contribuição para o setor.