Demolição e Reciclagem: Perigo de colapso

A FBI Demolidora do Brasil participou da categoria Demolição Explosiva no World Demolition Summit 2022, que aconteceu em novembro na Aústria, com seu projeto de demolição de um edifício de nove andares que havia sido consumido pelas chamas em julho de 2021.

Após o incêndio, a estrutura foi deixada em condição de colapso iminente (Foto: FBI).

Após estudos patológicos e avaliação de danos, o relatório resolveu que o edifício deveria ser demolido e a implosão ocorreu em 6 de março de 2022. Segundo a empresa, “foi uma manhã de domingo histórica para o Estado do Rio Grande do Sul, e foi um sucesso completo, sem incidentes de qualquer tipo”.

O edifício em questão, que abrigou a Secretaria de Segurança Pública, apresentava vários riscos. Era um edifício com um comprimento total de cerca de 85 metros, mais de 40 metros de altura e uma área de aproximadamente 25.221 m², totalizando um volume de cerca de 13.886 m³.

Proceder com cuidado

Devido às más condições de estabilidade da estrutura, o Governo do Rio Grande do Sul, tentou concentrar esforços para apresentar uma solução que eliminasse a imagem da tragédia da paisagem local, exatamente na entrada da cidade de Porto Alegre e foi assim que contrataram Manoel Jorge Diniz Dias, engenheiro de mineração do FBI Demolidora, responsável por mais de 90% das implosões no Brasil, considerado o maior especialista nesta área.

Em uma avaliação cuidadosa, em vista dos riscos existentes de novos colapsos, o especialista apresentou ao Governo do Estado todas as considerações que corroboravam que a melhor alternativa para a demolição era o método de implosão, tanto pelo tempo, preço e, acima de tudo, considerações de segurança.

Tendo já definido o método, havia mais desafios a serem superados. A área mais afetada do edifício tinha blocos de concreto, estruturas metálicas e telhados que estavam em boas condições e podiam ser recuperados. Entretanto, dada a instabilidade e o risco para a segurança dos trabalhadores envolvidos nas operações, o engenheiro optou por não remover essas estruturas e desenvolver uma rigorosa disciplina de segurança na rotina de trabalho.

Este é o local onde antes se encontrava a Secretaria de Segurança Pública (Foto: FBI).

Uma vez superada esta decisão, houve outra grande preocupação para a empresa, uma laje de 450 m2 no último andar que estava em condição de colapso iminente, com a ruptura de seis vigas, o que poderia repetir toda uma dinâmica causando um colapso sucessivo.

Este alto risco levou os técnicos a adiar o início dos trabalhos, comprometendo assim o cronograma pré-estabelecido, e todas as medidas necessárias foram tomadas para mitigar os riscos. “Inicialmente, foi até proposto mudar o projeto inicial de uma única implosão para uma operação em dois estágios, implodindo a parte central e depois as duas torres laterais em um estágio posterior”, diz a empresa.

As medidas de estabilidade das lajes da estrutura foram submetidas a várias intervenções, como o monitoramento “em tempo integral” das condições de estabilidade, o escoramento de vigas colapsadas e seções de laje nas condições mais críticas, além de todo o cumprimento de um protocolo rigoroso que contemplava o lançamento das obras somente na medida em que as condições de segurança o permitissem.

Este protocolo, entre outros procedimentos, permitiu a perfuração de certos pilares somente após a confirmação de que todas as condições de segurança foram atendidas. O cumprimento desses protocolos custou dez dias de um total planejado de 35 dias, mas sem comprometer a data de 06 de março de 2022, definida pelas autoridades do Governo do Rio Grande do Sul para a implosão.

O projeto

Vista do momento da implosão (Foto: FBI).

A seqüência cronológica, uma ferramenta indispensável para uma implosão bem sucedida, envolveu uma análise cuidadosa da estrutura colapsada, que incluiu um estudo da execução de dezenas de vezes diferentes que, de forma sequencial e planejada, levaria ao colapso da estrutura nos moldes esperados de uma estrutura em seu estado original.

E esse foi o grande desafio: a ausência de um mínimo de regularidade e simetria nos pisos, a falta de estabilidade na maioria das seções que ainda estavam de pé, criou o cenário para soluções excepcionais. As limitações impostas pelos riscos apresentados pela estrutura significaram que o projeto foi modificado ao longo de sua execução, reduzindo a quantidade de explosivos dos 200 kg inicialmente previstos no projeto oficial para apenas 115,87 kg, com a eliminação de lacunas na mesma proporção.

A própria irregularidade das estruturas restantes inspirou os técnicos da FBI Demolidora a implementar uma solução simples. “Utilizamos a técnica de jateamento em diagonal longa e honrada no jateamento de rochas associada à Técnica de Implosão do Estádio Americano”, explica a empresa.

Em tempo recorde, todos os detritos e sucatas metálicas foram enviados para reciclagem em fábricas de reciclagem credenciadas (Foto: FBI).

Dezessete diagonais longas foram criadas com 400 MS separados, e os furos dos pilares no primeiro andar têm 3500 detonadores de MS dentro deles. Nos andares superiores, o segundo, terceiro e quarto andares receberam 4000, 4500 e 5000 detonadores MS, respectivamente, garantindo um intervalo de 500 MS de um andar para o outro. Cada uma das 17 diagonais, implantadas em cada varal no primeiro andar, corresponde à mesma diagonal nos andares superiores.

Os dados da demolição ocorrida às 9h00 do dia 6 de março de 2022 foram coletados utilizando 6 sismógrafos com geofone e microfone triaxiais e 7 acelerômetros triaxiais distribuídos na área da operação. Os resultados mostraram níveis significativamente abaixo daqueles determinados pelas normas brasileiras e internacionais.

Alguns marcos do projeto

  • Desafio de estruturas suspensas, formadas por blocos de concreto e estruturas metálicas, com risco de acidentes.
  • Dificuldade em medir tempos e cargas explosivas, superada depois de apresentar uma solução sem precedentes e criativa.
  • Última laje do edifício, em colapso iminente.
  • Árvores a poucos metros do edifício.
  • Em tempo recorde, todos os escombros e sucata foram enviados para reciclagem em fábricas devidamente credenciadas.

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