Déficit projetado de 750.000 unidades de habitação social no Chile

Se não houver mudanças na velocidade de entrega de moradias sociais, o déficit habitacional no final de 2025 seria de cerca de 750.000 casas no Chile, conforme concluiu uma pesquisa recente da Universidade de Talca, com base em dados oficiais do Ministério da Habitação e Urbanismo, divulgados pela Transparência.

O estudo, intitulado “Crise habitacional no Chile: construção de moradias sociais sem dívidas”, foi conduzido por Armando Durán Bustamante, acadêmico da Faculdade de Engenharia da Universidade de Talca, que determinou que o principal problema são os prazos de entrega dessas soluções habitacionais, que variam de 5 a 10 anos, em média.

(Foto provista por la Universidad de Talca)

“Os números do ciclo de vida, que é o tempo em que um grupo habitacional é formado até a entrega das casas, não foram acelerados e, em alguns casos, são de mais de 15 anos”, explicou.

De acordo com a pesquisa, em nível nacional, o déficit em 2023 chegou a 50,92%. Os casos mais complexos são observados nas regiões de Tarapacá, Coquimbo, O’Higgins, Los Ríos, Aysén e Magallanes, onde o déficit na quantidade de moradias sociais construídas em 2023 em comparação com o ano anterior foi superior a 80%.

Um dos pontos de inflexão é observado nas Entidades de Gestão de Imóveis Sociais (EGIS), que são os órgãos que assessoram os comitês de habitação, que - de acordo com o estudo - apresentam “uma desigualdade gritante na aplicação dos benefícios, enquadrados principalmente em algumas áreas territoriais e prejudicando outras”, disse o acadêmico.

“Do ponto de vista da distribuição territorial dos EGIS, seria de se esperar que o mercado os conduzisse para as regiões de maior pobreza. No entanto, as empresas de consultoria estão envolvidas no desenvolvimento de projetos cujo ciclo de vida é mais curto, afetando a competitividade entre as regiões e exacerbando a crise habitacional”, disse ele.

Outro problema foi observado na atração de investimentos. “Foram entrevistadas EGIS e construtoras para saber quais são as principais dificuldades da baixa participação em projetos de habitação social, determinando que a construção dessas soluções habitacionais, não oferecem rentabilidade aos agentes envolvidos no mercado e atualmente não é viável atrair investimentos particularmente privados”, disse o professor.

Nesse sentido, as ações que poderiam levar a uma melhora na lacuna de construção de moradias deveriam ter como objetivo “trabalhar com a demanda, o licenciamento e um maior conhecimento da rastreabilidade para que novos atores participem, uma vez que o Estado atualmente desempenha um papel fundamentalmente regulatório e subsidiário no acesso à moradia para as famílias de menor renda”, disse o especialista.

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados dados obtidos do MINVU, além de números do Centro de Estudos da Cidade e do Território do MINVU e entrevistas diretas com 35 EGIS e 25 construtoras nacionais.

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