Déficit habitacional do Brasil continuará crescendo

14 October 2014

minha casa

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As eleições puseram o tema dos gastos sociais em primeiro plano, já que muitos economistas vêm acusando o excesso de gastos públicos como culpado pela estagnação com inflação que vem colocando pressões sobre a economia nacional. Um dos programas sociais mais destacados do atual governo é o Minha Casa Minha Vida, que tem na construção seu centro e sua essência, tendo construído quase 3 milhões de unidades habitacionais e mobilizado capital do setor. Entre seus feitos, reduziu 8% o nível do déficit habitacional do país.

Mas ainda que ambos os candidatos neste segundo turno prometam manter o programa, a construção de 3 milhões de novas unidades (tal como promete a presidente Dilma Rousseff) não será suficiente para acabar com o déficit de moradias no Brasil. Mais: de acordo com um novo estudo, o déficit habitacional brasileiro seguirá crescendo de qualquer maneira, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas.

A FGV afirma que para acabar com o déficit habitacional o país deveria investir uma impressionante soma de US$ 317 bilhões em dez anos. O que até para os padrões da maior economia da região é muito, se se pensa que muitos outros investimentos públicos disputarão o orçamento governamental. Além disso, é algo duvidável que a indústria da construção do país possa trabalhar a um nível de produtividade coerente com um investimento desse tamanho num prazo tão curto.

E assim entra na equação a elevação permanente do custo de vida brasileiro, que já é o mais alto da América Latina e em algumas cidades já se encontra entre os mais altos do mundo. A cada ano, mais famílias não conseguem absorver os custos de aluguel de residência e acabam se movendo para uma ou outra situação que no país é suficiente para pô-las na lista do déficit habitacional: divisão de moradia entre mais de um núcleo familiar, comprometimento de uma parcela alta demais da renda mensal com aluguel, ou a simples favelização.

Com o crescimento da população, ao mesmo tempo em que se registra permanente subida do custo de vida, calcula-se que o déficit habitacional, que em 2012 era de 5,2 milhões de moradias, chegue a 20 milhões de moradias unifamiliares necessárias. Obviamente, os programas de moradia social e o aumento relativo da renda em certos segmentos sociais vão compensar algo desse incremento. Mas a tendência é que faltem mais moradias no futuro, ainda que se continue construindo.

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