Crise pode estimular serviços de água no Brasil
15 May 2015
A venda de ativos de soluções ambientais por empresas brasileiras, devido à crise que afeta o país, pode gerar uma nova onda de concessões e PPPs no segmento de água e saneamento.
Isto porque no Brasil, do total de serviços de água e saneamento operados por empresas privadas, 95% estão concentrados em quatro empresas: OAS, Galvão Engenharia, Odebrecht e Águas do Brasil.
Com os pedidos de recuperação judicial da OAS e da Galvão, seus ativos de saneamento deverão ser vendidos. De acordo com consultores entrevistados pela imprensa econômica, empresas internacionais do ramo estão se aprontando para aproveitar a oportunidade e investir no Brasil.
A valorização do dólar frente ao Real tornou o investimento no país mais barato para capitas internacionais. Enquanto isso, o governo se posiciona de maneira a intervir menos na economia e convidar a iniciativa privada para reativar o cenário econômico.
Assim, algumas administrações estaduais estão planejando o lançamento de concessões e PPPs na área de saneamento. É o caso de São Paulo, que deverá lançar uma PPP de R$ 1,5 bilhão para reduzir as perdas de água no sistema, calculadas em 35%.
O governo do Rio de Janeiro quer ampliar serviços de água potável para os municípios de São Gonçalo e da Baixada Fluminense também mediante PPP. Por sua vez, o estado da Paraíba tem financiamentos de US$ 250 milhões obtidos junto ao Banco Mundial e ao Banco Europeu de Investimentos para melhorar sua infraestrutura de provimento de água e saneamento.
A participação privada em serviços de água e saneamento no Brasil, hoje em dia, alcança 10% de todo o serviço oferecido. Mas o cenário de restrição fiscal e a necessidade de investimentos para universalizar o acesso a água e esgoto podem fazer com que este porcentual cresça muito nos próximos anos.