Contrastes e projeções: a indústria da construção na América Latina para 2023

Brasil e o México dominarão com uma participação combinada de 57,3% em termos reais em 2023.

A indústria da construção na América Latina deverá atingir 542,6 mil milhões de dólares em 2023, com uma ligeira contracção de 0,5% em termos reais devido ao abrandamento do setor residencial regional. Apesar dos desafios atuais, existe um futuro promissor, de acordo com as últimas previsões da GlobalData, que prevê um crescimento anual composto (CAGR) de 2,5% entre 2023 e 2027.

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“O crescimento no período de previsão será apoiado pelo investimento dos setores público e privado em projetos habitacionais, em meio ao aumento da população, à urbanização e ao crescente déficit habitacional na região”, destaca a empresa. Segundo estimativas do governo uruguaio, o país enfrenta um défice habitacional de 60.000 a 70.000 habitações, enquanto no Peru o défice habitacional é estimado em cerca de 1,8 milhões de habitações.

Embora se espere que o sector da construção residencial represente a maior quota regional em termos reais em 2023, fatores como a inflação elevada, o aumento das taxas de juro e a escassez de mão-de-obra qualificada podem limitar o seu crescimento ao curto prazo, de acordo com a GlobalData.

Quanto aos demais segmentos, a construção de infraestrutura deverá crescer 0,7% em termos reais em 2023, consolidando-se como o segundo maior segmento da região. Este crescimento é impulsionado principalmente por investimentos em projetos rodoviários e ferroviários.

O sector da construção de energia e serviços públicos ocupará o terceiro lugar em termos reais em 2023, apoiado pelo investimento em projectos de energias renováveis, telecomunicações, esgotos e infraestruturas hídricas.

Apesar de um declínio projetado de 0,1% em 2023, espera-se que o segmento de construção institucional recupere o dinamismo e cresça a uma taxa média anual (TMAA) de 3,2% de 2024 a 2027.

O sector da construção industrial, representando 7,7% em termos reais em 2023, experimentará uma TMAA de 2,7% de 2024 a 2027. O foco na diversificação económica por parte dos governos da região, juntamente com o aumento no desenvolvimento de instalações de produção de automóveis em países como México, Brasil e Argentina apoiarão esse crescimento.

Finalmente, espera-se um crescimento lento na indústria da construção comercial na América Latina em 2023, devido ao aumento dos custos de construção e ao declínio das actividades hoteleiras e de restauração, bem como do fluxo de turistas estrangeiros em comparação com os níveis anteriores.

Análise por país

No que diz respeito à segmentação regional do mercado de construção na América Latina, o Brasil e o México dominarão com uma participação combinada de 57,3% em termos reais em 2023. Outros países importantes incluem Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

Estima-se que a indústria de construção do Brasil permaneça fraca no início do período de previsão, devido à pressão da inflação, altas taxas de juros e preços de construção. Por outro lado, no México, a indústria da construção deverá crescer 1,6% em termos reais em 2023, apoiada pela continuação do crescimento económico e pela retoma de grandes projetos de infraestruturas.

A indústria da construção argentina deverá diminuir 2,2% em termos reais em 2023, uma revisão em baixa da estimativa anterior de uma expansão de 2,3%, refletindo um ambiente económico mais desafiante. No caso do Chile, projeta-se uma contração de 3,7% em 2023, após um crescimento marginal de 0,6% em 2022, devido à intensa pressão inflacionista, às altas taxas de juro, à agitação pública e à fraca confiança do investidor.

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