Construção sustentável: desafio para países emergentes
By Norman Goijberg14 June 2016
A construção sustentável, impulsionada hoje no mundo todo, promove benefícios, tanto econômicos quanto ambientais e de qualidade de vida. O conceito é parte de uma visão global de desenvolvimento sustentável, liderada pelas Nações Unidas, que se definiu em 1987 como “a satisfação das necessidades da geração presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias necessidades”. Tenta alcançar, de maneira equilibrada, o desenvolvimento econômico, social e a proteção do meio ambiente.
No aspecto econômico, quando se incorporam precocemente critérios de construção sustentável, são utilizados materiais e processos de menor impacto ambiental, levando à diminuição na demanda por água e energia e à redução das emissões de gases de efeito estufa; além disso, possibilita melhor distribuição nos custos, por exemplo, restringindo a necessidade de climatização. Entretanto, ter uma melhor qualidade do ambiente interior -seja em temperatura, iluminação, qualidade do ar ou conforto acústico- está comprovado que eleva o rendimento (no caso de escritórios e centros educacionais) e a satisfação das pessoas.
A construção sustentável considera todo o ciclo de vida de uma edificação, desde a origem dos materiais utilizados, o processo de transporte e fabricação, até a construção, operação e desconstrução. Temos que considerar que nossas obras estarão aí nas próximas décadas e séculos. Assim, um projeto ineficiente hoje terá um impacto negativo no longo prazo.
Contar com edificações que entreguem um nível adequado de conforto, que minimizem o impacto ambiental e o uso de recursos durante sua construção e operação, pode contribuir para que os países alcancem metas de redução de consumo de energia e emissões de gases de efeito estufa.
A Certificação Edifício Sustentável (CES) é uma ferramenta local para avaliar, qualificar e certificar o comportamento ambiental dos edifícios de uso público no Chile. Ela nasceu de um trabalho de anos do Instituto da Construção (IC), onde foram analisados os sistemas desenvolvidos nos países mais avançados –Estados Unidos, França, Inglaterra e Japão, para mencionar só alguns-, detalhando um conjunto de variáveis para escolher as mais adequadas às construções de um país. Levando em conta a diversidade climática e territorial encontrada na região - no caso do Chile, latitudinal e longitudinalmente -, é fundamental considerar as caraterísticas locais no momento de planejar uma edificação: as necessidades de climatização, iluminação e isolamento térmico são completamente diferentes, e podem ser reduzidos por um bom design de arquitetura passiva (isso permite obter até 2/3 de pontuação no CES).
A criação de sistemas próprios de certificação é uma visão de mundo mais desenvolvida. Hoje, a CES responde com um olhar de futuro a um desafio que no hemisfério norte, principalmente, já foi internalizado. Por meio de uma ferramenta padronizada e validada a partir da experiência e realidade chilenas, acumulam-se boas práticas e padrões de construção sustentável, o que permite promover e aproximar níveis superiores quanto ao design e a construção das instalações, com foco na eficiência energética, qualidade de ambiente interior, utilização de água e outros recursos, além da gestão de resíduos.
É de se esperar que exemplos como esse se repitam na região, assumindo um desafio que permitirá avançar a continuidade de um desenvolvimento sustentável, que beneficie a produtividade dos países e a qualidade de vida das pessoas.
Norman Goijberg, presidente do Comitê Executivo da Certificação Edifício Sustentável.
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