Construção Rodoviária: Vias de esperança

21 February 2017

A maioria dos países latino-americanos vive restrições orçamentárias em 2017. Mas a indústria da construção, seus nichos de especialização como é o caso da construção de estradas, e sua imensa gama de provedores, consideram o desenvolvimento e as economias sempre a longo prazo.

De forma que, apesar das notícias negativas em vários dos países da região ano após ano, continuam parecendo sinais de esperança. Há licitações de obras viárias, e continua vivo o interesse da cadeia de provedores em fazer crescer sua presença. Ninguém quererá ficar de fora quando, cedo ou tarde, a economia se conserte e voltem ao cenário níveis adequados de demanda por produtos e serviços em contratos e concessões.

A atualidade do setor na América Latina se reflete em alguns projetos. Uma síntese poderia ser: a Argentina anunciou sua intenção de duplicar a quantidade de autopistas em sua malha viária nacional, e pôr em execução 1.184 quilômetros de obras ao longo deste ano; o Paraguai licitou as obras das estradas 2 e 7 do país à Sacyr, Mota Engil e Ocho A, empresas que investirão US$ 530 milhões por uma concessão de 30 anos; no México, a Rodovia Federal 15, que faz parte da conexão terrestre do país com os EUA e o Canadá, será modernizada a um custo de US$45 milhões, obra a cargo da Acciona Construcción; já no Peru, existem investimentos em execução para melhorar a conectividade de regiões como Arequipa, onde o Ministério de Economia e Finanças autorizou investimento público de US$ 47 milhões em 30 projetos de rodovias e estradas vicinais.

Esse seria nada mais do que um resumo. Claro, o conjunto continua sendo menor do que as ambiciosas pretensões da Colômbia com seu bilionário plano de concessões rodoviárias, que pouco a pouco vai vendo a luz. No Brasil, caso o novo pacote de concessões se concretize, pode haver mudanças importantes. Mas no caso do país de maior economia na América Latina, tudo depende do nosso complexo e lento processo político.

Xadrez comercial

Nada do que foi dito acima muda os planos do setor a respeito do provimento de produtos e serviços. O que não chega a surpreender, pois embora seja verdade que os tempos são difíceis, ainda mais certo é que a América Latina depende de suas rodovias para o desenvolvimento como um bebê depende da mãe. Mais: não há alternativa, senão o crescimento de sua incipiente malha viária. É o que afirmam todos os participantes do setor.

Cada vez mais internacional, a Romanelli vem aos poucos crescendo com sua participação em eventos latino-americanos, que lhe servem como cartão de visita para sua oferta de produtos para além do Brasil.

Este ano, por exemplo, a empresa lançará um equipamento de distribuição de agentes ligantes, como cal e cimento, para serviços de reciclagem de pavimentos asfálticos e estabilização de solos. Algo importante, quando se recorda que muitas das obras viárias na região são projetos “do zero”, ou recuperações de estradas absolutamente estragadas, como a paraguaia Transchaco.

Com seus equipamentos DCR 15 e DCR 20, a Romanelli quer oferecer ao mercado de países em desenvolvimento uma solução rápida e eficiente. Suas máquinas controlam com precisão a aplicação dos ligantes, e se movem com rapidez, razão pela qual a empresa recomenda que elas sejam postas à frente do comboio, antes mesmo da recicladora. Sua distribuição de agentes ligantes possibilitará à recicladora misturá-los com o pavimento reciclado, deixando detrás de si um novo pavimento pronto para compactação.

Além dos equipamentos DCR, a Romanelli anuncia este ano também sua nova Usina de Base e Solos UBR 100. Com ela, a preparação do solo para futura pavimentação pode realizar a base com agregados ou mesmo asfalto RAP. Sua capacidade de produção é de até 100 toneladas por hora. A empresa promete que a homogeneidade da mistura de base permite menos passadas das motoniveladoras. Com esta novidade, a Romanelli oferece ao mercado soluções de base, fundamentais para economias em desenvolvimento.

Também em termos de reparações em rodovias, há outro tradicional fabricante que recentemente apresentou uma interessante solução prática. Com seu alimentador de materiais MT3000-2i Offset Power Feeder, a alemã Vögele inventou outra maneira de realizar certos serviços em vias.

Basicamente, a empresa criou um sistema de alimentação de materiais para pequenas obras de pavimentação. Por exemplo, uma operação de preenchimento da seção central de uma importante autoestrada na Alemanha conseguiu não bloquear o trânsito porque o alimentador de material avançava pelo lado da vibroacabadora. O segredo está na correia de transporte de material, que tem movimentos controláveis. Assim, a pavimentação de uma pista central pôde evitar a disposição de materiais com caminhões que, necessariamente, viriam a deter o trânsito por algumas horas, no mínimo. A solução não deve estar disponível na América Latina tão cedo, mas é interessante estar atento.

Informação

Nada vale mais para os profissionais que boa e atual informação. Acreditando no valor do conhecimento para uma aplicação correta das tecnologias, a Volvo Construction Equipment Latin America justificou mais uma vez sua fama de cuidar dos mercados latino-americanos como um todo.  

Sua iniciativa conhecida como Road Experts foi traduzida para o espanhol em 2016. O projeto tem como ponto central o site www.roadexperts.com.br, onde a Volvo reúne o conteúdo de apoio aos profissionais de pavimentação, destacando-se os artigos escritos por seus especialistas da fábrica de Curitiba.

Este mesmo conteúdo, desde o final do ano passado, está traduzido para que o público setorial de toda a América Latina possa dele se aproveitar. O endereço na internet é www.roadexpertsla.com. A iniciativa se soma ao panorama de treinamentos que a Volvo CE começou em 2014, com a inauguração de seu Road Institute na capital paranaense. Segundo Suzanne Darie, gerente de comunicação e marketing da marca, “ambas as iniciativas se pautam no apoio aos profissionais e à nossa rede de distribuição, que assim pode oferecer um serviço sempre melhor”.

A informação técnica é o elemento crucial da oferta de outro grande provedor de equipamentos rodoviários, a Roadtec, do grupo Astec. Sua principal aposta na América Latina é o Shuttle Buggy, um veículo de transferência de asfalto desde a usina até a vibroacabadora. A Astec afirma que estudos feitos em laboratório demonstraram que se houver uma diferença de temperatura de mais de 7 graus entre a usina e a pavimentação, aconteceria a temida desagregação do asfalto. Com o veículo de transferência, esse problema seria evitado.

Novos capítulos na legendária história da Dynapac

 O ano de 2017 começou com grandes e rápidas novidades no setor de maquinário rodoviário, tudo ao redor de uma marca que é considerada um símbolo na indústria. A Dynapac, lendária marca sueca de equipamentos viários, especialmente de compactação, foi vendida novamente.

Desde 2007 de propriedade do grupo sueco Atlas Copco, que com ela manteve uma divisão de tecnologia rodoviária, a Dynapac passou às mãos do Grupo Fayat, empresa da França que é proprietária também das muito famosas marcas Bomag e Marini.

A aquisição compreende as 37 operações em diferentes países, além das fábricas na Suécia, Alemanha, Índia, China e Brasil. Os trabalhadores que atualmente trabalham para a Dynapac são 1.265, e seu faturamento em 2016 foi calculado em cerca de 309 milhões de euros.

A Atlas Copco afirmou em comunicado oficial que não podia escalar economicamente o negócio da Dynapac, a fim de levá-la a disputar a liderança mundial, nem tampouco uma segunda posição, entre as máquinas rodoviárias. E que com a venda, pretendia-se encontrar um melhor proprietário para a histórica marca.

Poucos dias depois do anúncio da Atlas Copco, o Grupo Fayat se pronunciou e assumiu a responsabilidade de comprar a marca. O presidente do grupo francês, Jean-Claude Fayat, disse: “estamos muito felizes de incorporar a Dynapac. A marca tem um excelente lugar estratégico em nosso grupo, e planejamos o crescimento de sua presença e oferta de produtos”.

Criada em 1934 em Estocolmo com o nome de AB Vibro-Betong, a Dynapac desde o seu início desenvolveu compactadores. Um dos momentos históricos foi o lançamento do compactador CA25 em 1970 (foto), que se tornou um campeão de vendas em todo o mundo.

Ao longo do tempo, a empresa foi comprada pela sueca Skanska Cement AB em 1964, que por sua vez foi adquirida por outra empresa sueca em 1991, Svedala Industry. Em 2001, a finlandesa Metso adquiriu a Svedala, e com ela a marca Dynapac. Poucos anos depois a legendária marca rodoviária passaria às mãos da Atlas Copco, e finalmente há pouco tempo se divulgou que a Dynapac passará a falar francês.

 Ammann realiza fórum de asfalto no Peru

Com o apoio de sua distribuidora peruana, a Intermaq, a Ammann realizou em fevereiro o evento Ammann Asphalt Forum, com o qual reuniu a mais de 100 empresas de construção locais e representantes de órgãos públicos.

Entre os principais temas abordados pelos especialistas da marca suíça, estiveram a utilização do asfalto reciclado na composição de novas massas, definição de modelos de mistura para redução de manutenções futuras, compactação eficiente e suas medições de eficiência, além das próprias técnicas de pavimentação.

De acordo com a Intermaq, a Ammann vem conquistando espaço no mercado peruano, que é um dos poucos que mantém níveis de atividade interessantes na América do Sul. A distribuidora afirma que hoje a marca detém a liderança do mercado local de usinas de asfalto. Além disso, se posiciona entre os três primeiros players na parte de equipamentos de pavimentação e compactação.

Certamente, eventos educacionais como foi o Ammann Asphalt Forum incrementam sua boa posição, já que servem de aproximação aos profissionais e apoio técnico. 

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