Construção modular mais compatível com a atualidade

O setor de construção é um dos principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa, sendo responsável por 40% das emissões globais, o que levou vários atores a repensar a forma como os edifícios são desenvolvidos.

Construção modular: Container // Credito imagem: Residência Modular Amagansett / MB Architecture // ArchDaily

Até recentemente, a redução da pegada de carbono das empresas era vista como uma meta de longo prazo. No entanto, os efeitos prejudiciais da mudança climática estão se tornando cada vez mais evidentes, o que tem levado vários setores a agir.

Nesse sentido, destaca-se o setor de construção, que atualmente é responsável por 40% das emissões globais de gases de efeito estufa. Nos últimos anos, o setor implementou mudanças em seus métodos de produção para tornar suas operações mais sustentáveis.

A construção modular pré-fabricada surge ainda como uma solução e opção altamente atrativa para mitigar o contínuo problema de escassez de moradias. Houve avanços tecnológicos adequados, e uma nova perspectiva com o passar dos anos.

Como ela funciona

A construção modular é o procedimento de elaborar, desenhar e fabricar elementos e unidades de uma residência ou edificação em instalações fabris, mantendo condições controladas, sendo depois transportados para o local da construção. Esse método emprega princípios e técnicas avançadas de logística e integração na cadeia de produção. A montagem subsequente dos módulos ocorre de maneira cuidadosamente planejada, controlada, segura e eficiente, resultando em um processo notavelmente ágil.

Tipos de construção modular

Sistema pode ser dividido em quatro tipos.

• Wood frame; também conhecido como estrutura de madeira, é um sistema construtivo que utiliza painéis de madeira para a construção de edificações. 
• Steel frame; formado por estruturas de perfis de aço galvanizado. Seu fechamento é feito por placas.
• Containers; com dimensões uniformes, abre-se espaço para a concepção de uma estrutura modular que viabiliza inúmeras opções de adaptação do material, a fim de atender a diversas finalidades.
• Concreto; os módulos de concreto são construídos de forma industrial antes da obra, transportados para o canteiro e então montadas.

A Tecno Fast, uma empresa de design, fabricação, montagem, aluguel e venda de espaços modulares, que é uma das empresas chilenas que colocou a “mão na massa” em sua responsabilidade com o meio ambiente e, particularmente, com sua pegada de carbono. A empresa fez isso por meio de construções modulares de madeira, que estão surgindo como uma ótima alternativa nessa cruzada.

Projeto Tecno Fast

A empresa nacional trabalha com construções modulares ou as chamadas construções industrializadas. Esses edifícios são fabricados em uma planta, cuja infraestrutura é projetada com base em módulos que, em seguida, são montados no local.

“Essas construções têm baixo impacto no local de instalação, pois 90% do trabalho é realizado na fábrica”, diz Rodrigo Prado, gerente geral da Tecno Fast.

Prado explica que “graças à engenharia de precisão e a um processo de fabricação controlado, as estruturas são feitas sob medida, o que permite otimizar o uso de materiais e reduzir o desperdício em até 70%”.

A empresa ressalta que todas as soluções Tecno Fast são baseadas em madeira certificada, o que significa que cada árvore derrubada é replantada. Além disso, em seu processo de produção, 80% da energia utilizada na fábrica robotizada provém de fontes renováveis, já que, em 2019, a empresa instalou 1.060 painéis solares que permitem deixar de emitir mais de 200 toneladas de CO2 por ano. Isso equivale a plantar 13.900 árvores.

As vantagens da madeira em comparação com outros materiais de construção

1) É o único recurso renovável: se as florestas forem manejadas de forma sustentável, as árvores podem crescer, ser colhidas e reabastecidas com novas plantações, entrando então nesse ciclo virtuoso.

2) É reciclável: a madeira pode ser reciclada indefinidamente. Depois que a madeira não é mais usada para seu propósito original, ela pode servir de base para outros produtos.

3) Menor energia incorporada: esse conceito refere-se à quantidade de energia necessária para colher, extrair, fabricar e transportar um material ou produto.

Embora os combustíveis fósseis sejam a principal fonte de energia para fabricar aço e concreto, o sol fornece naturalmente a energia para o crescimento das árvores. Soma-se a isso o fato de que a madeira requer uma quantidade muito menor de energia para ser processada.

4) Reduz o CO2 na atmosfera: os produtos de madeira armazenam dióxido de carbono enquanto existirem. De fato, metade do peso da madeira é carbono absorvido.

Além disso, sua fabricação gera emissões de gases de efeito estufa significativamente menores em relação a outros materiais: a produção de uma tonelada de madeira gera 33 quilos de emissões líquidas de carbono, em comparação com 265 quilos de concreto (8 vezes mais) e 694 quilos de aço (21 vezes mais).

Projeto da SteelCorp

Uma vez construído, um edifício de aço produzirá cerca de 12.200 quilos de dióxido de carbono por metro cúbico, um edifício de concreto gerará 385 quilos de CO2 e um edifício de tijolos emitirá 375 quilos. Isso contrasta fortemente com um edifício de madeira, que removerá 800 quilos de carbono por metro cúbico do ar.

Estima-se que, ao substituir o aço e o concreto por madeira, uma média de 60% das emissões de GEE pode ser reduzida.

5) Maior eficiência energética: a madeira contribui para a eficiência energética de um edifício porque sua estrutura celular contém bolsões de ar que limitam sua capacidade de conduzir calor, tornando-a um isolante melhor do que outros materiais: é 400 vezes melhor do que o aço e 15 vezes melhor do que o concreto.

A SteelCorp chega ao mercado com obras modulares e sistemas avançados de alta tecnologia. Sob o comando do empresário Roberto Justus e de um corpo executivo multidisciplinar de peso, a empresa estima alcançar um faturamento de aproximadamente R$ 800 milhões até final de 2024.  

Ao lado de Justus na gestão da empresa, está o sócio e presidente, Daniel Gispert, que reúne uma experiência de 24 anos como alto executivo na área da construção civil.  

Ainda em janeiro do próximo ano, a empresa planeja a inauguração da primeira fábrica, com investimento de até R$ 30 milhões. Além disso, a SteelCorp integra em seu radar de negócios uma securitizadora para o fomento do mercado. Capitaneada por Marcelo Pieruzzi, sócio da companhia, a SteelBank nasceu com o objetivo de viabilizar tanto financiamentos de obras quanto de debêntures. O valor sob gestão já soma mais de R$ 70 milhões.   

Antecipando o futuro da construção civil  

Pautada ainda em qualidade, tecnologia, gestão e processos, a SteelCorp representa a fusão da industrialização com a construção civil, com a premissa de solucionar problemas e entregar projetos mais rápidos, limpos, modernos e ecologicamente corretos, desde o início da concepção da ideia.  

A nova empresa, resultado de uma operação com mais de 13 anos de mercado, tomou a forma atual em junho de 2023. Portanto, nasceu com um legado em projetos residenciais, condomínios, edificações e corporativos. No portfólio, incluem-se obras de destaque espalhadas pelo Brasil. 

Facilidade

As construções modulares agora estão disponíveis para compra online. Em diversos países, existem plataformas de comércio eletrônico que oferecem módulos pré-fabricados para atender necessidades específicas, como a criação de escritórios em espaços específicos ou a aquisição de uma residência modular personalizada.

Atualmente, elementos sob medida e pré-fabricados estão sendo fabricados com o auxílio da tecnologia 3D, proporcionando eficiência e a redução do desperdício de matérias-primas. A impressão em 3D permite a produção de componentes mesmo para projetos de menor escala, garantindo qualidade, durabilidade e sustentabilidade.

Diferenciais em foco  

O processo construtivo com o Steel Frame ou Light Steel Frame é, em média, 50% mais rápido, promove maior conforto térmico e acústico, tem um retorno sobre o investimento promissor e ainda privilegia a sustentabilidade. Uma construção de 810m², por exemplo, gera cinco vezes menos resíduos, economiza mais de 180 mil litros de água, emite cinco vezes menos CO2 na camada de ozônio, e ainda preserva mais de 560 árvores.