Como reduzir a pegada de carbono da indústria de cimento e concreto?

(Foto: Inform)

Acredita-se geralmente que o processo de produção é o único relevante para a geração de GEE neste setor. Entretanto, a logística e o transporte também são uma importante fonte de geração de GHG e poluentes atmosféricos que podem ser reduzidos através do uso de software artificialmente inteligente.

Dados os números alarmantes sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que ocorreram entre 2010 e 2019 globalmente, considerados os mais altos da história, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU publicou um relatório com a análise desses dados, que reflete que, embora o ritmo desse aumento tenha diminuído, se as emissões não forem reduzidas “agora”, será tarde demais.

De acordo com o documento, “as emissões de CO2 devem ser reduzidas até 2025 para que o futuro da humanidade seja viável”. Neste sentido, e para que o aquecimento global não gere mudanças irreversíveis, restam apenas três anos para estabilizar as emissões de GEE e depois começar a diminuir.

Embora o relatório destaque a urgência de começar a agir, ele também diz que existem oportunidades significativas para reduzir as emissões de GEE em todos os setores. Por exemplo, as empresas podem usar materiais de forma mais eficiente reutilizando, reciclando e minimizando a geração de resíduos industriais.

No caso da indústria de cimento, a geração de CO2 está concentrada principalmente nos processos de produção. Entretanto, a logística e o transporte associados a esta indústria são também uma importante fonte de geração de GHG e poluentes atmosféricos. É por isso que, no caminho para “net-zero”, a otimização logística apresenta uma oportunidade concreta e facilmente alcançável que permitirá aos produtores melhorar sua pegada geral de carbono e, aqui, a tecnologia desempenha um papel fundamental.

Resultados positivos serão possíveis estabelecendo estratégias logísticas alavancando a inteligência artificial e integradas em uma cadeia de fornecimento digital mais ampla. Isto permite aos planejadores de transporte realizar facilmente cálculos incrivelmente complexos, pois os algoritmos podem levar em conta um grande número de variáveis ao mesmo tempo, com pesos diferentes para alcançar uma solução ótima, removendo o erro humano da equação de transporte.

Em busca de uma indústria mais verde

Para atender a esta necessidade ambiental premente e apoiar as empresas no cumprimento de suas metas de sustentabilidade, a INFORM, uma empresa dedicada a projetar tecnologia com inteligência artificial híbrida, desenvolveu o SyncroTESS, software projetado para logística de materiais de construção que otimiza a programação do transporte em tempo real, incorporando as interrupções desta indústria dinâmica na tomada de decisões oportunas. O sistema permite aos fabricantes de materiais de construção melhorar seus serviços e reduzir o número de caminhões necessários para mover materiais, aumentando a produtividade e reduzindo a pegada de carbono através de um processo logístico mais inteligente.

Os produtores que implementaram um sistema inteligente de planejamento de transporte baseado em algoritmos como o SyncroTESS, normalmente conseguem um aumento da carga de caminhões por dia de 7% a 21% (cimento), 9% a 29% (agregados) e 10% a 37% (concreto pré-misturado). Com o aumento da produtividade, são necessários menos caminhões para atender o mesmo volume de pedidos, reduzindo os custos logísticos em 7% a 20%.

“O planejamento logístico otimizado por algoritmos capazes de reagir em tempo real ajuda as empresas a tomar a melhor decisão, alcançando eficiências econômicas enquanto reduzem sua pegada de carbono”, diz Federico dos Reis, CEO da INFORM na América Latina.

Há certamente um longo caminho a percorrer para alcançar a neutralidade de carbono na produção e logística de cimento e concreto, mas as tecnologias existentes, como o software baseado em IA, ajudam a reduzir seu impacto ambiental.