Combustíveis e revenda
11 March 2015
Onde poderei exportar equipamento moderno em 2019? É uma pergunta complicada se consideramos as diferenças entre as regulações de emissões no mundo inteiro. Pensando nisso, a empresa suíça Equippo, que recentemente lançou um novo mercado online para a compra e venda de equipamentos usados, produziu o relatório Resale Value Risk Map (Mapa de riscos de valor de revenda), que analisa a qualidade do combustível e os riscos da revenda de equipamentos pesados. A imagem apresenta fatores complexos como a implementação de melhorias no combustível nos Estados Unidos e na União Europeia, a qualidade do hidrocarboneto em países em desenvolvimento e a opção do de-tiering, com o objetivo de analisar e projetar quais países poderão implementar o uso de equipamentos Tier 4 Final e Stage IV até 2019.
Aproveitando-se de seus contatos na indústria, a Equippo incorporou em sua informação dados sobre o estado atual dos kits de de-tiering de um importante fabricante europeu. Somou a isso dados do Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente sobre a situação atual e futura da qualidade dos combustíveis em todo o mundo. O resultado do cruzamento é uma visualização gráfica mais simples e inteligível de um problema sumamente complexo.
Segundo Michael Rohmeder, CEO da Equippo, o impacto da implementação de novas regulações de emissões foi subestimado por anos. “Foi algo grandioso ver, pouco a pouco, a Deutz, a Volvo, a Caterpillar e outros fabricantes publicando informação acerca de suas soluções para motores ao menos Tier 4 Interim, mas ainda não há muito em relação ao Tier 4 Final. Os compradores devem entender de onde podem adquirir, e os vendedores devem saber que mercados de exportação poderiam perder, já que isso pode afetar os valores de revenda”, diz.
Desta forma, com o infográfico, a Equippo ajuda os compradores de máquinas pesadas a saber quando novas máquinas poderão entrar no mercado. O tema é relevante para empreiteiras e empresas de locação, já que se elas têm equipamentos Tier 4 sem os kits de-tiering, o valor de revenda pode ser significativamente alterado.
América Latina
A análise da infografia mostra que em 2019 apenas o Chile, na América Latina, poderá importar equipamento de relativamente pouco uso.
Um pouco mais atrás estariam a Argentina, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e Uruguai, que antes da utilização de máquinas mais modernas, deveriam realizar um processo de adaptação tecnológica. O caso do Brasil é similar, mas deveria ser visto caso a caso.
Quanto ao restante da região, a ideia que se desprende do estudo é que ao menos nos próximos cinco anos os países não poderiam usar equipamentos de tecnologia mais avançada.
“Em grande parte da América Latina, a adaptação ao uso de combustíveis ULSD (ultra low sulfur diesel) não acontecerá até 2019, mas em vários países com uma qualidade de 2.000 ppm, pode-se aplicar tecnologias de-tiering. O resto da região continuará usando combustíveis com alto conteúdo de enxofre, fazendo com que o uso de motores Tier 4 seja impossível mesmo com o de-tiering. E isso pode ter um impacto importante no comportamento das vendas”, afirma Rohmeder.