Coluna Sobratema: Tempos de renovação

21 June 2021

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O mercado de equipamentos no Brasil apresenta um cenário promissor para o segundo semestre e também para os próximos anos. As grandes locomotivas da economia – mineração e agronegócio – seguem crescendo em ritmo acelerado e, como resultado, impulsionam a demanda por novas máquinas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário obteve uma elevação de 5,2% no primeiro trimestre de 2021, enquanto a produção comercializada do setor mineral, segundo informações Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), faturou R$ 70 bilhões, o que corresponde a uma alta de 95% ante os três primeiros meses de 2020.

Por outro lado, na área de infraestrutura, a movimentação é menor. Contudo, com os leilões do Programa de Parceiras de Investimento (PPI) realizados recentemente pelo Ministério da Infraestrutura, a expectativa é que, em 2023, o país tenha uma demanda expressiva por equipamentos, a fim de atender as obras que serão iniciadas ou estarão em andamento em todo território nacional.

Demanda de equipamentos

Para este ano, a indústria, que havia iniciado uma retomada, deve alcançar entre 26 mil e 27 mil equipamentos da linha amarela comercializados, se aproximando dos melhores índices, como o registrado em 2013, com mais de 33 mil máquinas vendidas, de acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.

Essa movimentação é impulsionada, especialmente, pela renovação da frota promovida pelos usuários, que enxergaram uma grande oportunidade neste cenário devido aos seguintes fatores: maior demanda; expectativas positivas; alta liquidez dos equipamentos usados; aumento do preço do aço; falta de componentes e câmbio elevado.

Eurimilson Daniel - VP Sobratema

Diante desse panorama, as empresas que anteciparam para 2020 os investimentos para renovar sua frota saíram ganhando, uma vez que potencializaram as vendas de seus usados e tiveram um impacto menor com a elevação dos valores das máquinas. Porém, mesmo quem planejou suas compras neste ano, ainda está sendo beneficiado, pois o mercado está volátil e a há a possibilidade de novos aumentos nos preços dos equipamentos. Nos últimos dez meses, essa alta chegou a cerca de 40%, um valor expressivo para os usuários.

Além disso, há ainda o crédito, cujos juros estavam atrativos quando a Selic alcançou seu menor patamar, mas que permanecem interessantes no cenário atual, mesmo com a elevação da taxa. Entretanto, com a perspectiva de novos aumentos, o crédito deve aumentar, saindo da base atual entre 1% a 1,2% ao mês, a depender do tipo de financiamento.

Aluguel

Essa renovação da frota também ocorre no mercado de locação, que deve apresentar crescimento neste ano, em decorrência da continuidade das obras durante o período da pandemia, o que tem exigido uma disponibilidade de máquinas para atender a demanda.

Outro fator que colabora para essa expectativa otimista é a entrada de novos players na construção e no ‘rental’, especialmente, o interesse de fundos de investimentos em aplicar nesses segmentos, o que pode potencializar o crescimento do setor de máquinas.

Porém, é importante lembrar que a expansão nas vendas de ativos novos está ligada à renovação da frota, uma vez que ela envelheceu com a crise econômica de 2014 a 2017. Isso significa que ainda há espaço para o mercado se ampliar, por meio do aumento da frota dos usuários.

Eurimilson Daniel é vice-presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração

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